Na política, os marcos teóricos que guiam a ação são muito importantes. Como disse um comunista italiano: quem erra na análise, erra na ação. Por isso é fundamental nunca perder de vista como surge a agenda pós-moderna. Essa agenda surge no bojo de um monte de delírios sociológicos eurocêntricos sobre sociedade pós-industrial, fim do trabalho, fim da classe operária, sociedade do conhecimento, sociedade imaterial etc. A premissa diz muito sobre os rumos do debate.
É ponto pacífico que a agenda pós-moderna se caracteriza por um abandono da economia política e por tratar como não-questão temas como imperialismo, dependência, renda da terra, rentismo, subdesenvolvimento etc. Essa ignorância sistemática da economia política, verdadeiro abandono da questão, além de premissas teórico metodológicas, parte de uma origem clara: estamos numa sociedade pós-industrial com o fim do trabalho, fim da classe operária etc.
Se na década de 1990, poderia ser compreensível repetir essa sopa podre de letrinhas eurocêntricas e empiristas vulgares, hoje isso não é justificável. E hoje, quem entrar nesse debate, tem que encarar necessariamente as premissas históricas e teóricas equivocadas.
via Jones Manoel
@austra_lopiteco