HORA DA FOLIA
O Rio de Janeiro vive um de seus momentos mais difíceis, marcado pela violência e pela expansão do crime organizado.
Historicamente, criminalidade no Rio começou a crescer exponencialmente no final da década de 1970, tornando-se uma realidade naturalizada a partir dos anos 1990. Desde o início deste século, as organizações criminosas alcançaram um nível alarmante de influência, infiltrando-se definitivamente nas forças de segurança, na política e nos setores financeiro e imobiliário.
No entanto, algo mudou neste início de 2025, resultando em uma onda sem precedentes de assassinatos, terrorismo, roubos e ameaças que se espalham por todos os bairros da cidade, tanto os nobres quanto os periféricos. A população está vivendo um verdadeiro terror, com um número alarmante de mortes, acertos de contas e disputas territoriais, enquanto o policiamento parece incapaz de responder. Viaturas desapareceram, operações ostensivas tornaram-se raras e os cidadãos se encontram completamente vulneráveis à ação dos criminosos. Confesso que eu nunca vi nada igual.
Durante o Carnaval, o Rio de Janeiro é conhecido pela liberalização de execuções, desaparecimentos e pela quase total ausência da aplicação da lei. Neste período, a imprensa corporativa foca no "maior espetáculo da Terra", transformando o noticiário em uma celebração das alegrias e maravilhas da folia, muitas vezes incentivada financeiramente pelo setor turístico e pela expectativa de arrecadação.
Se eu pudesse dar um conselho a quem está pensando em passar o Carnaval no Rio, seria para reconsiderar. Além do risco pessoal, o turista pode se tornar um fantoche involuntário, ajudando a ocultar a iminência de uma guerra civil que se desenha em todo o estado.
via Daniel Spirin Reynolds
@austra_lopiteco
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