"Ignácio Rangel foi um dos mais importantes economistas e intelectuais brasileiros do século XX, conhecido por sua análise original da economia e da sociedade brasileira. Nascido em 20 de fevereiro de 1914, em Mirador, Maranhão, e falecido em 4 de março de 1994, no Rio de Janeiro, Rangel era advogado por formação, mas se destacou como economista autodidata, escritor e militante político.
Rangel é especialmente reconhecido por sua tese da dualidade básica da economia brasileira, apresentada em seu livro homônimo publicado em 1957, onde analisa a coexistência de setores modernos e arcaicos na economia do Brasil, articulada aos ciclos longos do capitalismo global (influenciado pela ideia de Kondratieff). Ele também contribuiu significativamente para debates sobre a questão agrária, inflação e o papel do Estado no desenvolvimento econômico, com uma perspectiva marxista, mas inovadora, incorporando ideias de Keynes, Schumpeter e Adam Smith.
Entre suas contribuições práticas, Rangel participou da assessoria econômica de Getúlio Vargas, ajudando na criação da Petrobras e da Eletrobras, e integrou instituições como o ISEB (Instituto Superior de Estudos Brasileiros) e o BNDE (atual BNDES). Ele também foi um pensador independente, muitas vezes em desacordo com dogmas de sua época, o que o levou a certa marginalização após o golpe militar de 1964.
Sua obra continua relevante, especialmente para entender as dinâmicas do subdesenvolvimento e do capitalismo periférico. Alguns de seus livros importantes incluem A Dualidade Básica da Economia Brasileira, A Questão Agrária Brasileira e Elementos de Economia do Projetamento. Ele é admirado por intelectuais como Elias Jabbour, que o considera um dos mais brilhantes marxistas da América Latina."
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Austra lo Piteco
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"Ignacio Rangel e a questão agrária brasileira.
Ignácio Rangel abordou a questão agrária brasileira em diversas obras, com destaque para o livro A Questão Agrária Brasileira (1962), onde analisa as estruturas fundiárias do Brasil sob uma perspectiva histórica e econômica, com forte influência marxista, mas também incorporando elementos originais. Suas ideias sobre o tema são marcadas pela tese da dualidade básica da economia brasileira, que ele aplicou para entender as relações entre o setor agrário e o desenvolvimento capitalista.
Pontos centrais do pensamento de Rangel sobre a questão agrária:
Dualidade
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"Ignacio Rangel e a questão agrária brasileira.
Ignácio Rangel abordou a questão agrária brasileira em diversas obras, com destaque para o livro A Questão Agrária Brasileira (1962), onde analisa as estruturas fundiárias do Brasil sob uma perspectiva histórica e econômica, com forte influência marxista, mas também incorporando elementos originais. Suas ideias sobre o tema são marcadas pela tese da dualidade básica da economia brasileira, que ele aplicou para entender as relações entre o setor agrário e o desenvolvimento capitalista.
Pontos centrais do pensamento de Rangel sobre a questão agrária:
Dualidade Estrutural:
Rangel via o campo brasileiro como um espaço de coexistência de relações econômicas modernas (capitalistas) e arcaicas (pré-capitalistas, como o latifúndio baseado em trabalho semi-servil). Essa dualidade não era apenas uma contradição, mas uma articulação funcional que sustentava o subdesenvolvimento brasileiro.
O latifúndio, para ele, não era apenas um resquício feudal, mas uma instituição adaptada ao capitalismo periférico, que atendia às demandas de exportação (como café e açúcar) enquanto mantinha relações de produção atrasadas.
Subordinação ao Capitalismo Global:
Ele argumentava que a estrutura agrária brasileira era moldada pelos ciclos econômicos internacionais (como os ciclos de Kondratieff). A produção rural, especialmente a exportadora, estava subordinada às necessidades do mercado global, o que limitava a modernização do campo e perpetuava a concentração de terras.
Essa dependência explicava por que o Brasil não desenvolveu uma reforma agrária significativa, já que o latifúndio era funcional para os interesses das elites locais e do capital estrangeiro."
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