Friendica
  • Sign in
Austra lo Piteco
Austra lo Piteco

Austra lo Piteco

australopiteco@friendica.world

Austra lo Piteco

australopiteco@friendica.world
Comuna intransigentemente anti-imperialista e anti-neoliberal.<br>Austeridade é antessala do fascismo (leia Clara Mattei)<br>Só o ódio (de classes) liberta (leia Doutrina de Choque de Naomi Klein)<br>A luta deve ser por poder, não apenas por direitos. (leia Lenin)<br>"Todo poder deriva do cano de um fuzil" (leia Mao)
Follow
Atom feed
Network posts
-----BEGIN PUBLIC KEY----- MIICIjANBgkqhkiG9w0BAQEFAAOCAg8AMIICCgKCAgEAxv/igMmL68STq9NWSkii VWuZHMq+c13SKernkNOfXDbGfA4YZW7w2hQ5erFyKTVUgKqf5CrMbczHN6/nSciX E+AY1x4GHZevjzuinAv95O4h+pQs0X18GIPCFXBKPDamxhQGtCybSsfxs8fer5+a T2qQPl0zJMneqJ5Yql3i4nAYBAwEXscE5RCcR+XaS4rG7/47Vc/eM+25XHTy+3AI tGAllPda9YtJtA0vV3o53APdPjdfknvU13cI1ZHYP4kMoW3hnIltM3gq28eceuZL onG4exvuL3cdQoLwvytIi0bLxqieDfYmL/8W4uI0iI30TWokrTAuUF0ihyMW9qxL lACAnIKq2zp+CLzaFMJx1x5PW1k1nEkGlImKkgPFIN1TcOOHwxQP0SYUhiPoVinA uEiDf312yptht3vZkmsvlry6iI/wJSeVHAUO0MtNvPwoJWLJUwGr0L2YurbDWCHX mS2uatlxOBNQnsZkBQA5CkVHl48MyTVgNRRC3cYNH6m+7WyIECsRMeC5p0FMCWKf XLhcgdx75pikrpQgvItufonjYYaSC3uwWwSk3EaurarYNaulDXTun+/VacSFUrwv jt8z+ZeOOypC5kCT4uqDDiU2jazO8WxbBtmJXnyC/YHHnIwE9D7LBoooefMOD+qK /eKM6EXp7ndwx2MX3nMACEMCAwEAAQ== -----END PUBLIC KEY-----
2025-06-11T01:12:37+00:00
About:
Comuna intransigentemente anti-imperialista e anti-neoliberal.<br>Austeridade é antessala do fascismo (leia Clara Mattei)<br>Só o ódio (de classes) liberta (leia Doutrina de Choque de Naomi Klein)<br>A luta deve ser por poder, não apenas por direitos. (leia Lenin)<br>"Todo poder deriva do cano de um fuzil" (leia Mao)
Uid
84b6ef2b-1967-9ffc-c55f-d53100541467
Nickname
australopiteco
Full_name
Austra lo Piteco
Searchable
false
First_name
Austra
Family_name
lo Piteco
Url
https://friendica.world/
Photo
Photo_medium
Photo_small
We're continuing investigation to the performance issues, you can follow and react here: https://lemmy.world/c/friendicaworld
2025-06-10 01:56:00 2025-06-10 01:55:59 2025-06-10 01:55:59 87501052

Austra lo Piteco
Austra lo Piteco
friendica (DFRN) - Link to source

Austra lo Piteco

6 months ago •

Austra lo Piteco

6 months ago •


A ATUALIDADE DE MARX
Cesar Benjamin
Há alguns anos, fui convidado por uma instituição alemã para colaborar em um livro, com autores de diferentes países, sobre os impasses da esquerda. Nasceu daí o ensaio originalmente chamado “Marx e a transformação social”, depois rebatizado duas vezes: “Caminhos da transformação” e, finalmente, “Marx como pensador europeu”. Gosto mais deste último título.

Busquei fazer uma releitura inovadora da obra de Marx, apresentando uma crítica ao eurocentrismo da esquerda. Depois de publicado em alemão, o artigo foi traduzido para o mandarim.

No final do texto, esboço uma reinterpretação da história brasileira à luz do que desenvolvi antes. Por isso, o incluí no meu livro “Ensaios brasileiros”. É o meu texto mais lido até hoje.

Abaixo, um trecho, e mais embaixo o link para o ensaio inteiro.

* * *

"[...] O percurso te

... Show more...

A ATUALIDADE DE MARX
Cesar Benjamin
Há alguns anos, fui convidado por uma instituição alemã para colaborar em um livro, com autores de diferentes países, sobre os impasses da esquerda. Nasceu daí o ensaio originalmente chamado “Marx e a transformação social”, depois rebatizado duas vezes: “Caminhos da transformação” e, finalmente, “Marx como pensador europeu”. Gosto mais deste último título.

Busquei fazer uma releitura inovadora da obra de Marx, apresentando uma crítica ao eurocentrismo da esquerda. Depois de publicado em alemão, o artigo foi traduzido para o mandarim.

No final do texto, esboço uma reinterpretação da história brasileira à luz do que desenvolvi antes. Por isso, o incluí no meu livro “Ensaios brasileiros”. É o meu texto mais lido até hoje.

Abaixo, um trecho, e mais embaixo o link para o ensaio inteiro.

* * *

"[...] O percurso teórico de Marx não foi interrompido na análise do modo de produção capitalista, tal como ele aparece na forma D – [FT + T + MP] – M – D’. Seu verdadeiro lance de gênio foi ter percebido que o capitalismo não se deteria aí, pois a acumulação realizada assim força o capital a entrar e sair permanentemente de sua forma líquida, imobilizando-se sucessivamente em “coisas”. É uma forma de acumulação arriscada e que contém em si, do ponto de vista do capital, muito tempo morto. Ao deixar a forma D, o capital não tem garantias de que ressurgirá ampliado em D’. Inúmeras causas, analisadas em detalhe em O capital, podem impedir o desfecho exitoso do processo.

Marx concluiu que o capital procuraria ampliar suas possibilidades de acumulação na forma D – D’, na qual ele nunca deixa de existir como riqueza abstrata. E anteviu: quando essa forma se tornasse predominante, a civilização do capital entraria em crise. Pois, ao repudiar as “coisas”, o trabalho e a atividade produtiva, ao afastar-se do mundo-da-vida, a acumulação de capital não poderia mais ser o eixo em torno do qual a vida social se organiza. A forma-mercadoria – que, levada às últimas consequências pelo capitalismo, havia reorganizado profundamente as sociedades humanas e impulsionado o desenvolvimento da técnica – teria então de ser superada ou, pelo menos, remetida novamente a um lugar secundário, cedendo a vez a algum outro princípio de organização da vida social.

O fim do capitalismo, assim concebido, não decorre do aumento nos níveis absolutos de exploração do trabalho. É de uma crise civilizatória muito mais ampla que agora estamos tratando. Marx não precisaria estudar tanto, nem ter grande talento, para anunciar a superação de um sistema que, a partir de certo ponto, não pudesse mais funcionar ou causasse o empobrecimento permanente dos trabalhadores. Nesse caso, o desenlace seria óbvio. O gênio de Marx foi ter percebido que o capitalismo se esgotaria, mesmo dando certo. Ou melhor: se esgotaria justamente por dar certo, por desenvolver plenamente suas potencialidades.

12. É verdade que o Marx economista e militante enfatizou a crítica à exploração do trabalho pela extração de mais-valor, talvez pelo seu potencial mobilizador do movimento operário. Porém, o Marx filósofo – que é o mais importante – apontou também outra coisa: mantida sob o comando do capital e aprisionada nos sucessivos rearranjos da forma-mercadoria, a capacidade criadora da humanidade – capacidade que decorre da sua liberdade essencial, ontológica – poderia tornar-se muito mais destrutiva agora, quando a potência técnica da própria humanidade já estaria muito mais desenvolvida. Dependendo de quais forças sociais predominassem, essa potência técnica expandida poderia ser colocada a serviço da liberdade (com a abolição do trabalho físico, cansativo, mecânico e alienado) ou da destruição (com a tendência ao desemprego e à guerra).

Esta me parece ser a disjunção mais relevante proposta por Marx e sua profecia mais certeira. O capitalismo venceu. Estamos, finalmente, em um sistema-mundo em que tudo é mercadoria, em que se produz loucamente para se consumir mais loucamente, e se consome loucamente para se produzir mais loucamente. Produz-se por dinheiro, especula-se por dinheiro, faz-se guerra por dinheiro, mata-se por dinheiro, corrompe-se por dinheiro, organiza-se toda a vida social por dinheiro, só se pensa em dinheiro. Cultua-se o dinheiro, o verdadeiro deus da nossa época – um deus indiferente aos homens, inimigo da arte, da cultura, da solidariedade, da ética, da vida do espírito, do amor. Um deus que se tornou imensamente mediocrizante e destrutivo. E que é insaciável: como vimos, a acumulação de riqueza abstrata é, por definição, um processo sem limites.

O capitalismo venceu. Talvez, agora, possa perder. Pois, antes que o novo possa surgir, Hegel dizia, é preciso que o antigo atinja a sua forma mais plena, que é também a mais simples e mais essencial, abandonando as mediações de que necessitou para desenvolver-se. O momento do auge de um sistema, quando suas potencialidades desabrocham plenamente, é o momento que antecede seu esgotamento e sua superação.

13. A necessidade de encontrar outra forma de organização social não decorre primordialmente de os trabalhadores serem mais ou menos explorados – este não é o aspecto essencial da questão. Decorre do fato de que a humanidade, agora manejando técnicas tão poderosas, precisa finalmente assumir o comando de sua própria história, se quiser sobreviver. Esse passo pressupõe que o princípio organizador da vida social deixe de ser a acumulação de capital e a forma-mercadoria. É este o desafio que está posto para nós neste século. [...]"

* * *

Observando o mundo de hoje, vejo que o artigo tem imensa atualidade. Aqui, o link para o texto completo:
contrapontoeditora.com.br/arti…

Boa leitura!
Cesar Benjamin

@austra_lopiteco

@austra_lopiteco
  •  Detected languages
  •  Raw content
  •  Share via ...
⇧