Uma das fotos que mais amo em minha vida é aquela que retrata o momento preciso em que os combatentes do Exército Vermelho soviético plantam a bandeira do comunismo no coração da Alemanha hitleriana. Não foi um sonho. Foi bem-sucedido na realidade (embora eu tenha sonhado durante anos com algo semelhante, entrando nos campos genocidas de extermínio da ESMA e do Campo de Mayo na Argentina da ditadura de 1976-1983). Sinto a mesma emoção ao ver o tanque vietnamita entrando na Embaixada dos Estados Unidos em Saigon.
Os mesmos "machões", "inexpugnáveis", "super-homens", derrotados e humilhados diante do povo simples e humilde, organizado e insurgente.
Por que hoje essa lembrança se tornou tão significativa e emotiva? Porque os elementos mais concentrados do poder capitalista multinacional, que baseiam seu poder na superexploração dos povos oprimidos, na deslocalização de suas grandes unidades produtivas, na financeirização do capital fictício e digital, pretendem reflotar as nostalgias malolientes do nazismo, do fascismo, do franquismo e das ditaduras contrainsurgentes de Videla, Pinochet e toda a banda de lúmpenes que os acompanharam em seus respectivos genocídios. La extrema derecha, autopercibida como "nova", mas mais apolillada do que um souvenir de baixa qualidade de hace ochenta años, se siente y se presenta "envalentonada". Creen, con no poca ingenuidad y no menor ignorancia histórica, que les llegó la "hora de la revancha". Vamos encomendar o polvo novamente. Mas talvez esta vez seja pior.
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@austra_lopiteco
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