Não é por acaso que hoje a seita de extrema-direita reafirma seu desejo para a eleição de um novo “João Paulo II” para substituir Jorge Bergoglio. Karol Wojtyła, esse verdadeiro agente da CIA, usou seu pontificado para desestabilizar governos mundo afora. O caso mais famoso se deu na Polônia, sua terra natal, logo após assumir a cadeira de Sumo-Pontífice do Vaticano, em 1978.
Já no início de seu papado, João Paulo II recebeu agentes da CIA pelo menos 15 vezes no Vaticano (“João Paulo II: os anos de terror na Igreja”, Revista IHU online, 24 junho 2017), e colaborou ativamente com os serviços secretos do Ocidente para desestabilizar os países do Leste Europeu.
Ludo Martens exprimiu bem o caráter do pontificado de Wojtyla: “a religião católica, versão João Paulo II, [era a] verdadeira doutrina da apologia do imperialismo, ostentada como valor universal” (Ludo Martes, A URSS e a Contra-Revolução de Veludo, Editions EPO, Bruxelas, 1991; p. 261)
A proximidade entre João Paulo II e Lech Walesa, legítimo representante das multinacionais na Polônia, e seu “sindicato” Solidarność (Solidariedade), possibilitou uma intensa troca de informações entre o pontífice e os agentes do serviço secreto estadunidenses.
A extrema-direita americana está ciente do poder de desestabilização que um sumo-pontífice pode promover, por essa razão, Donald Trump, junto aos católicos ultraconservadores e tradicionalistas, aliados de JD Vance, colocou o conclave como seu próximo grande objetivo político (coluna de Jamil Chade no UOL).
Trump anunciou a escolha de Brian Burch como o embaixador dos EUA na Santa Sé.
Burch é um histórico opositor de Bergoglio, tudo leva a crer que, no que diz respeito aos assuntos internos da Santa-Sé, a extrema-direita americana atuará fortemente em nome de um representante seu à frente da instituição.
Os fascistas não defendem o nome de João Paulo II por simpatia, ou carisma, mas fundamentalmente por profunda afinidade política contra os interesses dos povos livres do mundo.
Fiquemos de olho!
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Foto: Karol Wojtyła e Lech Walesa em 1990, logo após Walesa ter se tornado o primeiro presidente da Polônia pós-soviética.
O General americano Michael Langley, chefe do Comando dos Estados Unidos para a África (AFRICOM), declarou no ultimo dia 3 de abril, em audiência no Senado dos EUA, que o Capitão Ibrahim Traoré, líder do governo revolucionário de Burkina Faso, está “desviando os recursos minerais do país para seu próprio benefício” (se referindo às jazidas de ouro do país).
O General americano também afirmou que “o presidente do Burkina Faso, Ibrahim Traoré, é uma ameaça ao seu povo."
Com tais declarações, o General Langley sinaliza que os EUA, ao lado da OTAN e da França, continuarão promovendo sucessivas tentativas de desestabilização do país para depor (ou assassinar) o Capitão Traoré e colocar fim ao governo revolucionário de Burkina Faso.
As declarações do general foram duramente rebatidas pelo Ministério das Relações Exteriores de Burkina Faso, que vê na fala do americano uma clara postura neocolonial, classificado suas declarações como "lamentáveis" e "gravemente imprecisas", definindo o General como um autêntico imperialista que planeja subjulgar o país e colocar fim ao desenvolvimento econômico de Burkina Faso (que está se industrializando rapidamente com a ajuda dos seus aliados em Pequim).
EUA, França, e seus cúmplices da Costa do Marfim, trabalham dia e noite para restituir Burkina Faso o status de colônia de exploração do Ocidente.
O Ministério das Relações Exteriores do país sublinhou os esforços em andamento para combater a corrupção, garantir transparência e distribuir equitativamente a riqueza nacional com seus cidadãos.
Também destacou as reformas em andamento em setores-chave como agricultura, saneamento, infraestrutura, educação, e saúde, afirmando que todas as receitas da mineração do país agora são canalizadas para os cofres do estado e submetidas a uma gestão transparente sob o orçamento nacional.
O governo também alertou Washington que as iniciativas do atual governo revolucionário, fizeram com que Burkina Faso modernizasse rapidamente suas forças armadas, tornando-as a força militar mais bem equipada da região do Sahel.
Além disso, o ministério informou que todo o equipamento militar de Burkina Faso foi adquirido em parcerias com China, Rússia e Turquia, nações com as quais o país aprofundou seus laços econômicos, e de defesa, nos últimos anos.
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Na declaração, o General americano Michael Langley também expressou “profunda preocupação com as alianças do país africano”, coincidentemente a fala do General aconteceu quando a Rússia e os países da Aliança dos Estados do Sahel (ASS, na sigla em inglês) - composta por Mali, Burkina Faso e Níger – oficializaram acordo para estabelecer uma parceria estratégica nas áreas de segurança, defesa, economia e diplomacia;
Além do fornecimento de armas, equipamentos avançados, e treinamento especial aos militares da Aliança.
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Após a última tentativa de golpe em Burkina Faso, que incluía planos de assassinato do Capitão Ibrahim Traoré, o governo do país emitiu ordens de prisão para vários membros do governo, incluindo militares de alta patente próximos ao presidente, como o Comandante Frédéric Ouédraogo e a Capitã Elysée Tassembedo.
Além de cidadãos envolvidos com os planos de desestabilização do país.
Neste momento, milhares de burkinabês marcham em Uagadugu, capital do país, em apoio ao governo revolucionário de Traoré.
Segundo o canal África Profunda ⊙, logo após a tentativa de golpe promovido pela França e pelo governo da Costa do Marfim, presidido por Alassane Ouattara, milhares de jovens do país passaram a dormir nas ruas com armas em punho fazendo vigília para proteger a vida do Capitão Traoré.
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O governo russo anunciou o envio de armamentos de ponta e militares de elite para Burkina Faso em apoio à Ibrahim Traoré, pois está claro que os EUA não medirão esforços para eliminá-lo.
Vale lembrar que desde a morte do Coronel Muamar Gadaffi, Vladimir Putin vem denunciando que os EUA enviam forças especiais para “neutralizar” seus desafetos na África, algo que os representantes de Moscou, e sua aliança histórica com os países do continente, não estão mais dispostos a deixar acontecer.
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O partido comunista da África do Sul, “Economic Freedom Fighters” (EFF), também lançou nota de apoio ao governo de Traoré no X (Twitter):
“Condenamos a interferência contínua do Ocidente nos assuntos das nações africanas e suas tentativas de controlar nossos recursos. A EFF apoia os esforços do Capitão Traoré para recuperar o ouro de Burkina Faso em benefício de seu povo e para resistir às pressões neocoloniais.”
A EFF descreveu as alegações dos EUA como parte de um padrão mais amplo de intromissão ocidental na governança africana, alertando que tais narrativas são elaboradas para deslegitimar líderes que rejeitam a dominação estrangeira.
Reafirmando seu apoio a Traoré, o partido também elogiou seu comprometimento em redirecionar as receitas nacionais do ouro para os objetivos de segurança nacional e desenvolvimento econômico do país.
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Uma luta histórica está se desenrolando no Sahel!
O povo de Burkina Faso envia um recado ao mundo! Não aceitarão mais interferências estrangeiras no país e lutarão até o último homem por sua libertação!
A revolução é agora! A REVOLUÇÃO ESTÁ ACONTECENDO!
O SOL VOLTA A BRILHAR NA ÁFRICA OCIDENTAL!
O Capitão Ibrahim Traoré representa, hoje, a tenacidade dos povos africanos em prol de sua total libertação!
Viva Burkina Faso!
Viva os trabalhadores de Burkina Faso!
Viva a revolução de Burkina Faso!
Vida longa ao grande camarada revolucionário, Capitão Ibrahim Traoré!
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Fontes:
westafricaweekly.com/suspected…
brasildefato.com.br/2025/04/04…
westafricaweekly.com/burkina-f…
westafricaweekly.com/suspected…
thezimbabwemail.com/world-news…
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De Pyotr Malatesta:
"Estes Estados foram historicamente organizados em torno de economias de plantação, de meeiros e, mais tarde, de extração de recursos (carvão, madeira, petróleo). Estes sistemas nunca foram concebidos para construir economias locais equitativas e resistentes. Em vez disso, foram estruturados para extrair riqueza para uma classe dominante, muitas vezes proprietários ausentes, corporações ou elites políticas, deixando para trás instituições fracas, infra-estruturas deficientes e autonomia suprimida para as comunidades locais.
Muitos desses estados são hostis à organização dos trabalhadores (por exemplo, leis de "direito ao trabalho"), minando o poder de negociação dos trabalhadores e suprimindo os salários. Sem a força contrária da organização colectiva, o capital exerce um controlo unilateral sobre as remunerações, as condições de emprego e as políticas públicas - mantendo a pobreza como instrumento disciplinador.
A pobreza nestes estados não é o resultado da ineficiência do mercado ou de má sorte. É o resultado lógico de um sistema concebido para concentrar o controlo e suprimir o contra-poder. A pobreza não é um efeito secundário - é uma função da forma como as instituições económicas e políticas mantêm a desigualdade através da coerção, da exclusão e da negação da autonomia.
Os estados com as taxas de pobreza mais elevadas também têm histórias profundamente enraizadas de exploração racial - desde a escravatura a Jim Crow e ao encarceramento em massa. Estas estruturas nunca foram desmanteladas, apenas rebatizadas. A estratificação racial tem sido fundamental para manter uma força de trabalho barata, dividida e politicamente destituída de direitos, assegurando que a redistribuição ou a democratização da riqueza continuam fora de questão.
Estes Estados seguem normalmente políticas fiscais e de proteção social orientadas para a austeridade, com impostos baixos sobre os ricos e um investimento público mínimo. Ironicamente, muitos dependem fortemente da ajuda federal para sobreviver. Mas em vez de construir economias duradouras e controladas localmente, isto cria dependência sem autonomia, garantindo que as comunidades permaneçam estruturalmente desempoderadas."
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A imagem apresenta uma lista dos estados dos Estados Unidos com as maiores taxas de pobreza. O título da lista é "List Of the US States With the Highest Poverty Rates". A lista é numerada de 1 a 12, com cada estado seguido por sua taxa de pobreza em porcentagem. O estado com a maior taxa de pobreza é Mississippi, com 19,58%, seguido por West Virginia (17,10%), Arkansas (16,08%), New Mexico (18,55%), Louisiana (18,65%), Kentucky (16,61%), Alabama (15,98%), Oklahoma (15,27%), South Carolina (14,68%), Tennessee (14,62%), North Carolina (13,98%) e Georgia (14,28%). A imagem é simples, com um fundo branco e texto preto, facilitando a leitura.
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BRAVO! É este o único líder com carácter na UE 🇪🇺⁉️ Parece que sim.
🇸🇰Robert Fico declarou que ninguém pode proibi-lo de viajar para Moscovo no dia 9 de maio🇷🇺
Assim respondeu o primeiro-ministro da Eslováquia às declarações da chefe da 'diplomacia' da UE, Kaja Kallas, que alertou que as viagens à Rússia para celebrar o 80º aniversário da vitória sobre o Nazismo "terão consequências":
"O aviso da Sra. Kallas é chantagem ou anúncio de que, quando voltar de Moscovo, serei punido? Não sei, mas sei que estamos em 2025, não em 1939.
Sra. Kallas, gostaria de lhe informar que sou o primeiro-ministro legítimo da Eslováquia, um país soberano. Ninguém pode me ditar onde posso ou não viajar. Irei a Moscovo prestar homenagem aos milhares de soldados do Exército Vermelho que morreram libertando a Eslováquia, assim como aos milhões de outras vítimas do terror nazi.
E recordo-lhes que sou um dos poucos na UE que fala constantemente sobre a necessidade de paz na Ucrânia, e não estou entre aqueles que defendem fervorosamente a continuação desta guerra sem sentido.
As palavras da senhora deputada Kallas são desrespeitosas e eu sou firmemente contra elas".
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"Ignácio Rangel foi um dos mais importantes economistas e intelectuais brasileiros do século XX, conhecido por sua análise original da economia e da sociedade brasileira. Nascido em 20 de fevereiro de 1914, em Mirador, Maranhão, e falecido em 4 de março de 1994, no Rio de Janeiro, Rangel era advogado por formação, mas se destacou como economista autodidata, escritor e militante político.
Rangel é especialmente reconhecido por sua tese da dualidade básica da economia brasileira, apresentada em seu livro homônimo publicado em 1957, onde analisa a coexistência de setores modernos e arcaicos na economia do Brasil, articulada aos ciclos longos do capitalismo global (influenciado pela ideia de Kondratieff). Ele também contribuiu significativamente para debates sobre a questão agrária, inflação e o papel do Estado no desenvolvimento econômico, com uma perspectiva marxista, mas inovadora, incorporando ideias de Keynes, Schumpeter e Adam Smith.
Entre suas contribuições práticas, Rangel participou da assessoria econômica de Getúlio Vargas, ajudando na criação da Petrobras e da Eletrobras, e integrou instituições como o ISEB (Instituto Superior de Estudos Brasileiros) e o BNDE (atual BNDES). Ele também foi um pensador independente, muitas vezes em desacordo com dogmas de sua época, o que o levou a certa marginalização após o golpe militar de 1964.
Sua obra continua relevante, especialmente para entender as dinâmicas do subdesenvolvimento e do capitalismo periférico. Alguns de seus livros importantes incluem A Dualidade Básica da Economia Brasileira, A Questão Agrária Brasileira e Elementos de Economia do Projetamento. Ele é admirado por intelectuais como Elias Jabbour, que o considera um dos mais brilhantes marxistas da América Latina."
via @Robert Noticias 🇧🇷🇨🇳
@Robert Noticias 🇧🇷🇨🇳 @austra_lopiteco
"Ignacio Rangel e a questão agrária brasileira.
Ignácio Rangel abordou a questão agrária brasileira em diversas obras, com destaque para o livro A Questão Agrária Brasileira (1962), onde analisa as estruturas fundiárias do Brasil sob uma perspectiva histórica e econômica, com forte influência marxista, mas também incorporando elementos originais. Suas ideias sobre o tema são marcadas pela tese da dualidade básica da economia brasileira, que ele aplicou para entender as relações entre o setor agrário e o desenvolvimento capitalista.
Pontos centrais do pensamento de Rangel sobre a questão agrária:
Dualidade Estrutural:
Rangel via o campo brasileiro como um espaço de coexistência de relações econômicas modernas (capitalistas) e arcaicas (pré-capitalistas, como o latifúndio baseado em trabalho semi-servil). Essa dualidade não era apenas uma contradição, mas uma articulação funcional que sustentava o subdesenvolvimento brasileiro.
O latifúndio, para ele, não era apenas um resquício feudal, mas uma instituição adaptada ao capitalismo periférico, que atendia às demandas de exportação (como café e açúcar) enquanto mantinha relações de produção atrasadas.
Subordinação ao Capitalismo Global:
Ele argumentava que a estrutura agrária brasileira era moldada pelos ciclos econômicos internacionais (como os ciclos de Kondratieff). A produção rural, especialmente a exportadora, estava subordinada às necessidades do mercado global, o que limitava a modernização do campo e perpetuava a concentração de terras.
Essa dependência explicava por que o Brasil não desenvolveu uma reforma agrária significativa, já que o latifúndio era funcional para os interesses das elites locais e do capital estrangeiro."
"Se a Reaganomics, o Thatcherismo e os Chicago boys, defensores do livre mercado, tivessem dirigido a política econômica norte-americana no final do século XIX, os EUA não teriam alcançado sua dominância industrial. Por isso, não surpreende que a lógica protecionista e de investimento público que guiou a industrialização norte-americana tenha sido apagada da história do país. Ela não tem nenhum papel na narrativa falsa sustentada por Donald Trump para promover a abolição de impostos progressivos, o encolhimento do Estado e a venda de ativos públicos.
O que Trump escolhe admirar na política industrial norte-americana do século XIX é a ausência de imposto de renda progressivo e o financiamento do governo principalmente por receitas tarifárias. Isso lhe deu a ideia de substituir a tributação progressiva da renda, que incide sobre sua própria class – o 1% que não pagava imposto de renda antes que este fosse instituído, em 1913 – por tarifas projetadas para recair apenas sobre os consumidores (ou seja, os trabalhadores). Uma nova Era Dourada, de fato!"
@Austra lo Piteco
Que aula do Michael Hudson, como um império cai sob o peso de sua classe parasitária:
"Os impostos sobre lucros industriais e salários aumentavam os custos de produção e deviam ser evitados. Em contrapartida, a renta da terra, as rentas monopolistas e os ganhos financeiros deveriam ser tributados ou mesmo ter suas fontes (terra, monopólios e crédito) nacionalizadas para reduzir custos de acesso a imóveis e serviços monopolizados, e diminuir encargos financeiros. Estas políticas, baseadas na distinção clássica entre valor de custo intrínseco e preço de mercado, foram o que tornou o capitalismo industrial tão revolucionário. Libertar as economias da renta através da taxação visava minimizar o custo da vida e dos negócios, além de reduzir o domínio político de uma elite financeira e latifundiária.
Quando os EUA instituíram seu primeiro imposto de renda progressivo em 1913, apenas 2% dos norte-americanos tinham renda suficiente para declará-la ao fisco. A grande fatia da tributação de 1913 recaía sobre a renta sobe interesses financeiros e imobiliários, e sobre as rentas monopolistas extraídas pelos trustes organizados pelo sistema bancário.
Desde o início do período neoliberal nos anos 1980, a renda disponível dos trabalhadores norte-americanos foi comprimida pelos altos custos das necessidades básicas. Ao mesmo tempo, seu custo de vida os tornou não competitivos nos mercados globais. Isso não equivale a uma Economia de Altos Salários, mas a um desvio de boa parte dos salários para pagar as várias formas de renta econômica que proliferaram e destruíram a antiga estrutura.
A renda média atual dos EUA, de U$ 175.000 para uma família de quatro pessoas, já não é gasta principalmente em produtos ou serviços que os assalariados produzem. É em grande parte drenada pelo setor de finanças, seguros e imóveis (FIRE) e pelos monopólios no topo da pirâmide econômica.
O endividamento do setor privado é em grande parte responsável pelo desvio dos salários – que já não asseguram a melhora do padrão de vida dos trabalhadores. Também desencaminha os lucros corporativos, impedindo que seja transformado em investimento em capital tangível, pesquisa e desenvolvimento para empresas industriais."
Na aula de hoje aprendemos que sem o neoliberal fofo metido a progressista (Obama), não haveria o fascista (Trump/Musk).
Austeridade pavimenta o caminho para o fascismo (leia Clara Mattei).
"O percentual de norte-americanos que possuem imóveis caiu de mais 69% em 2005 para menos de 63%, na onda de despejos e execuções hipotecárias durante o governo Obama, após a crise das hipotecas podres de 2008.
Os aluguéis e preços de imóveis dispararam continuamente (especialmente durante o período em que o Banco Central [Federal Reserve] manteve juros baixos deliberadamente, para inflacionar os preços dos ativos e sustentar o setor financeiro, enquanto o capital privado comprava casas que assalariados não podiam pagar), tornando a habitação de longe o maior ônus sobre a renda dos assalariados. Os atrasos no pagamento também explodem nos empréstimos estudantis contraídos para qualificação profissional, e em muitos casos nas dívidas para compra de automóveis necessários para o deslocamento ao trabalho. Isso é coroado por dívidas de cartão de crédito que se acumulam apenas para fechar as contas no fim do mês. O desastre do seguro saúde privatizado agora absorve 18% do PIB norte-americano, e ainda assim as dívidas médicas tornaram-se uma das principais causas de falência pessoal. Tudo isso é exatamente o oposto do que se pretendia com a política original da Economia de Altos Salários para a indústria americana.
Esta financeirização neoliberal — a proliferação de ônus rentistas, a inflação dos custos habitacionais e de saúde, e a necessidade de viver a crédito além do que se ganha – tem dois efeitos. O mais óbvio é que a maioria das famílias norte-americanas não consegue aumentar suas poupanças desde 2008, vivendo de salário em salário. O segundo efeito é que, com os empregadores obrigados a pagar o suficiente para cobrir esses custos rentistas, o salário mínimo vital americano elevou-se tanto acima de todas as outras economias que a indústria americana não tem como competir com outros países.
A privatização e a desregulamentação da economia norte-americana obrigou empregadores e trabalhadores a arcar com custos rentistas, incluindo preços imobiliários mais altos e crescente endividamento, que são parte integrante das políticas neoliberais atuais. A consequente perda de competitividade industrial é o principal obstáculo à sua reindustrialização. Afinal, foram esses encargos rentistas, antes de tudo, que desindustrializaram a economia, tornando-a menos competitiva nos mercados globais e estimulando a relocalização industrial ao elevar o custo das necessidades básicas e dos negócios. Pagar tais encargos também reduz o mercado interno, ao diminuir a capacidade dos trabalhadores de comprar o que produzem."
MEU CHAPA… tu achava que só planta fazia fotossíntese?
Então segura essa criatura que parece saída de um anime biotecnológico com roteiro de cientista chapado:
🌿🐌 A LESMA-DO-MAR QUE VIROU PAINEL SOLAR
(ou: quando o bicho diz “não preciso comer, eu sou o almoço”)
Nome chique: Elysia chlorotica
Local: costa leste dos EUA
Aparência: uma folhinha verde com pernas de vagar.
Tamanho: de 2 a 5 cm, mas com a ousadia de um Deus do Sol.
☀️ O CRIME FOTOSINTÉTICO:
Essa desgraçadinha não tá de brincadeira. Ela rouba cloroplastos — isso mesmo, os “painéis solares” das plantas que captam energia do sol — e incorpora na própria pele.
Sim, ela vira uma planta ambulante, tipo um espinafre que tomou ácido e resolveu andar pelo mar.
🧬 Como funciona essa bruxaria da natureza?
Ela come algas (normal até aí).
Ao invés de digerir tudo, ela rouba os cloroplastos.
Armazena os cloroplastos nas células da pele.
A pele começa a fazer fotossíntese.
Resultado: sobrevive até 9 MESES sem comer.
Só curtindo um solzinho e gerando energia.
Tipo um réptil vegano com painéis da Tesla embutidos.
😵 E mais: os cientistas descobriram que ela carrega trechos do DNA das algas no próprio corpo.
Ou seja: ela é um dos raríssimos casos de transferência genética entre espécies COMPLETAMENTE diferentes.
É tipo tu comer salada e começar a virar planta.
⚠️ Conclusão Selvagem:
Essa lesma é o Robin Hood da biologia:
Rouba dos vegetais, vive como vegetal, e ainda esfrega na cara dos carnívoros:
“Enquanto vocês matam pra comer, eu só tomo um solzinho, otário.”
Via Selvagem
@Austra lo Piteco
Onze anos atrás, em maio de 2014, a Polícia Militar do Estado de São Paulo fixou nos ônibus de Ribeirão Preto, no interior paulista, cartazes com “dicas de segurança” ilustrados com um desenho que mostrava uma mulher branca caminhando na rua, com um celular na mão, e um homem preto a espreitá-la maleficamente, escondido atrás de um poste.
Os cartazes eram um oferecimento da PM de São Paulo em parceria com a Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp).
Na época, o material foi alvo de denúncia de racismo institucional feita ao Ministério Público por representantes da Coordenação Nacional de Entidades Negras (Conen).
Os comerciantes e industriais de Ribeirão Preto fizeram como fazem, via de regra, os comerciantes e industriais associados de quaisquer paragens do Brasil, em qualquer tempo, quando a dobradinha entre o dinheiro e a farda revela a sua verdadeira face: lavaram as mãos, dizendo que não tinham responsabilidade pela feitura dos cartazes.
A PM de São Paulo classificou a denúncia como “equivocada e exagerada”, dizendo que a figura do assaltante não era um homem preto, mas apenas uma “silhueta”.
Em 2014, o governador de São Paulo era Geraldo Alckmin e o secretário de Segurança do Estado era Fernando Grella Vieira.
O caso foi parar na Justiça. Em 2015, quando Alckmin já tinha trocado Vieira na Secretária de Segurança por Alexandre de Moraes, a 1ª Vara da Fazenda de Ribeirão Preto obrigou a PM paulista a “não mais veicular a campanha publicitária com ladrão pintado com cor de pele negra”.
Procurada pela imprensa, a PM paulista disse que cumpriria a decisão judicial, que na verdade já tinha recolhido e destruído os cartazes quando houve o ingresso da ação, mas seguiu sustentando que o desenho mostrava apenas “um criminoso envolto nas sombras”.
Naquele ano, um 1º tenente da Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar, a Rota, foi flagrado dizendo ser uma vergonha um policial militar do Estado de São Paulo não matar pelo menos 3 criminosos - silhuetas? - em 5 anos de serviço na rua. O áudio foi divulgado pelo site Ponte Jornalismo e chegou a levar o 1º tenente à prisão, mas só à prisão administrativa e só por algumas horas.
O nome do 1º tenente da Rota era Guilherme Muraro Derrite.
Guilherme Derrite é hoje, ele próprio, secretário de Segurança do Estado de São Paulo. Em dezembro do ano passado, organizações do movimento negro denunciaram Derrite e o governador Tarcísio de Freitas à OEA. O motivo? A escalada da violência policial no estado como expressão do racismo institucional nas corporações policiais paulistas.
Nos últimos dias, a PM de São Paulo executou um imigrante preto no Brás e, em São José do Rio Preto, um batalhão da PM de Tarcísio e Derrite promoveu um ritual supremacista que teve saudação nazista e até uma cruz em chamas, icônico sinal da Ku Klux Klan de que algum homem preto, mais um, estava com os dias contados.
Hugo Souza - Publicado no Come Ananás.
Matéria sobre os PMs fazendo cosplay de Kukluxklan
Milícias supremacistas avançam na PM-SP: abre.ai/mzjF
A má fé dessa galera é repugnante.
"O que essa postagem ignora eh que Brizola apresentou transições ao longo da vida política.
Inicialmente, se aliou ao trabalhismo que vigorava em 30: voltado à urgência social e cristão.
Na década de 40, o PTB assimilou uma expressiva influência da revolução cubana e do socialismo internacional.
Foi dessa época que surge a entrada de figuras como Darcy Ribeiro, que era do PCB.
Ali começava uma aproximação entre Trabalhistas e Marxistas.
Foi inclusive pela influência, nesse caso simbólica, da figura de Guevara que Brizola atuou na campanha da legalidade. Inclusive, quando integrou à MNR recebeu apoio do governo cubano para atuar com a guerrilha do Caparaó. Apoio esse que o governo cubano depois retirou para apoiar a guerrilha de Mariguela.
Sobre o Integralismo: boa parte dos textos de Plínio Salgado atacando os bancos e o capital ocioso são tão parecidos com discursos presentes na esquerda, que a maioria facilmente simpatizaria. Não à toa, figuras como Abdias Nascimento (fundador do primeiro teatro voltado para a cultura afro-brasileira) e Vinícius de Moraes foram integralistas.
O que não aconteceria hoje por conta do legado da segunda guerra e nossa divergência ao fascismo.
Ou seja, lhe falta contexto histórico.
E sobre a fala dos comunistas: você já ouviu o que Lula disse sobre comunistas no programa vox populi da TV Cultura???
Em resumo: uma postagem desonesta, que visa criar uma associação falaciosa sobre Brizola sem contexto histórico e sem leitura subjetiva.
Mais uma página do setor linha dura do PT fazendo o que fazem desde os anos 90: atacar líderes populares pra esconder sua principal falha: a incapacidade de construir uma cultura política.
Se são tão preocupados com a popularidade do Comunismo no Brasil, por que exigiram que Flávio Dino saísse do PCdoB do Maranhão, enfraquecendo o partido; depois do esforço de anos em sua campanha para governo do estado para receber o tão sonhado apoio?!
O mais triste é saber que uma parcela dos milhões anuais de fundo partidário é destinada pra financiar esse tipo de serviço porco."
Texto de Ludi Félix
@austra_lopiteco
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Vez ou outra somos dados à grata alegria de vermos grandes seres-humanos acenderem ao poder em prol da libertação total de seus povos. A revolução em Burkina-Faso, guiada pelo Capitão Ibrahim Traoré, é daquelas que devemos acompanhar, celebrar e estudar com muita seriedade.
Burkina-Faso vem consolidando práticas revolucionárias, e nacionais, que são exemplos para a emancipação de todos os países do Sul Global.
Ernesto Guevara, em suas “Notas para o Estudo da Ideologia da Revolução Cubana”, traça alguns paralelos interessantes que podem ser aplicados à Revolução de Burkina-Faso:
“Esta é uma revolução única em que alguns viram uma contradição com uma das premissas mais ortodoxas do movimento revolucionário, assim expressa por Lênin: 'sem teoria revolucionária, não há movimento revolucionário'. Seria adequado dizer que a teoria revolucionária, como expressão de uma verdade social, vai além de qualquer declaração; isto é, mesmo que se desconheça a teoria, a revolução pode suceder se a realidade histórica é interpretada corretamente e se as forças envolvidas são utilizadas da forma certa.” (GUEVARA, 1960)
Ainda que a Revolução de emancipação nacional de Burkina-Faso não se ancore em uma teoria revolucionária definida, assim como se deu em Cuba, faz-se urgente que as forças de esquerda estudem o que vem sedo feito no país para melhor entendimento das contradições que recaem contra todas as nações do Sul Global.
Além disso, a causa nacional, há décadas ignorada pelas forças de esquerda, em prol de certas “causas” liberais importadas do centro do império, deve ser resgatada com urgência. O avanço do imperialismo-chauvinista imposto pelos yankees nos coloca esse dever à mesa.
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CAPITÃO IBRAHIM TRAORÉ, PÕE FIM AO CASAMENTO INFANTIL NO BURKINA-FASO
O Presidente do Burkina-Faso, Capitão Ibrahim Traoré, proibiu oficialmente o casamento infantil em todo o país!
" A partir de agora, nenhuma menina menor de 18 anos pode ser dada em casamento, e qualquer pai ou tutor apanhado a fazê-lo enfrentará toda a ira da lei.
O presidente deixou claro que as meninas devem ter as mesmas oportunidades de irem à escola ". Falou o presidente Ibrahim
Ele também entregou algumas bolsas de estudo para as meninas que estão com bom desempenho escolar.
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Fonte: África Profunda ⊙
Link: is.gd/2STYpO
Link do texto de Che Guevara: is.gd/JqXzth
Gilberto Maringoni:
"A EMERGÊNCIA DA NOVA DIREITA
Gilberto Maringoni
PODEMOS ESTAR ASSISTINDO um fenômeno novo na realidade política brasileira. Trata-se da formação de uma nova direita, com a plena integração do PT à Ordem. É algo gestado de maneira lenta após as eleições de 1994 (plano real) e que se acelera a partir da Carta aos Brasileiros, na disputa de 2002, e da continuidade da política econômica de FHC. Não é um percurso distinto daquele coberto pela socialdemocracia europeia a partir dos governos Mitterrand II e Felipe González, na segunda metade dos anos 1980.
A ADESÃO DO PARTIDO de Lula às políticas de ajuste, à manutenção de todos os parâmetros do status quo anterior (privatizações de FHC e reformas Temer-Bolsonaro), entre outras, transborda agora para os setores de Educação e de Segurança Pública. Nessas duas áreas, as orientações são, respectivamente, realizar parcerias com fundações privadas, fazer cortes nas Universidades e adotar a prática de “bandido bom é bandido na vala”.
A REGRA DE OURO é evitar qualquer confronto com as classes dominantes (finanças, agro, comunicações, forças armadas e direita política), consolidar o Brasil como pertencente ao Ocidente (Casa Branca) e adotar políticas sociais focadas, em escala menor que nas gestões anteriores (afinal, há que se respeitar as regras da austeridade). Nesse ritmo, a prioridade é limar o que resta de marcas sociais na Carta de 88, sepultar a CLT, aprovar a reforma administrativa, consolidar o BNDES como o banco das PPIs e compor sem problemas com o centrão e com a elite do Judiciário. Saem de cena quaisquer perspectivas de desenvolvimento, industrialização, soberania e alargamento da democracia. A fórmula é o bom e velho combo fazendão + alta finança + maquiladoras + pleno emprego de salário miserável.
O POSSÍVEL CENÁRIO FUTURO, no campo institucional, é o alargamento das federações partidárias (com absorção pelo PT de partes do PSOL e do PCdoB) e a conformação de dois grandes blocos políticos que, na prática, funcionarão como um bipartidarismo à americana. Ou seja, programaticamente será aprofundado o grande consenso neoliberal atual, apesar dos comportamentos políticos distintos entre as agremiações. A exemplo do Partido Democrata e do Partido Trabalhista britânico, a direita que não ousa dizer o nome tolerará a existência de pequenos e sinceros grupos de esquerda em seu interior, sem qualquer influência em suas diretrizes estratégicas.
DE UM LADO DESENHA-SE uma coalizão mezzo progressista, mezzo moderninha, ancorada no sistema financeiro tradicional e parte da Faria Lima e do agronegócio, além de empresas privatizadas de infraestrutura. De outro, haverá a junção da direita tradicional e da extrema-direita, com maior força no agro, em parte da Faria Lima, igrejas evangélicas etc. etc. Se aos tucanos coube iniciar o desmonte da Era Vargas, cabe à direita progressista sepultá-la de vez.
É um cenário complicado, sobre o qual a esquerda terá de atuar nos próximos anos. Em muitos casos será necessário compor com esse novo conservadorismo porque o fascismo seguirá forte na sociedade."
29 ANOS DO MASSACRE DE ELDORADO DO CARAJÁS
🚩Em 17 de abril de 1996, o solo Paraense foi manchado com o sangue de 21 trabalhadores rurais sem-terra, brutalmente assassinados pela Polícia Militar do Estado durante uma marcha em direção a Belém para exigir Reforma Agrária e condições dignas de vida.
🌹O massacre de Eldorado do Carajás é uma ferida aberta na história do Brasil. É símbolo da violência histórica contra os pobres do campo, da impunidade e da luta desigual entre o poder do latifúndio e os que sonham com justiça social. Mais de 150 policiais participaram da operação, mas, até hoje, apenas 2 foram condenados. 19 trabalhadores foram mortos no local, dois morreram dias depois, e dezenas ficaram feridos, muitos com sequelas permanentes.
✊🏿Neste dia de memória e luto, lembramos não apenas os que tombaram, mas reafirmamos a importância de seguir lutando por um país onde a terra seja de quem nela trabalha.
A quarta maneira pela qual os programas de extermínio anticomunistas moldaram o mundo é que eles deformaram o movimento socialista mundial. Muitos dos grupos de esquerda globais que sobreviveram ao século XX decidiram que precisavam empregar a violência e defender zelosamente o poder ou enfrentar a aniquilação. Quando viram os assassinatos em massa ocorrendo nesses países, isso os mudou. Talvez os cidadãos americanos não estivessem prestando muita atenção ao que aconteceu na Guatemala ou na Indonésia. Mas outros esquerdistas ao redor do mundo certamente estavam observando. Quando o maior Partido Comunista do mundo, sem exército ou controle ditatorial de um país, foi massacrado, um por um, sem consequências para os assassinos, muitas pessoas ao redor do mundo tiraram lições disso, com consequências graves.
Essa foi outra pergunta muito difícil que eu tive que fazer aos meus entrevistados, especialmente os esquerdistas do Sudeste Asiático e da América Latina. Quando começávamos a discutir os velhos debates entre revolução pacífica e revolução armada; entre marxismo radical e socialismo democrático, eu perguntava:
"Quem estava certo?"
Na Guatemala, foi Árbenz ou Che quem teve a abordagem certa? Ou na Indonésia, quando Mao alertou Aidit de que o PKI deveria se armar, e eles não o fizeram? No Chile, foram os jovens revolucionários do MIR que estavam certos naqueles debates universitários, ou o Partido Comunista Chileno, mais disciplinado e moderado?
A maioria das pessoas com quem conversei, que estavam politicamente envolvidas naquela época, acreditava fervorosamente em uma abordagem não violenta, em uma mudança gradual, pacífica e democrática. Muitas vezes, não tinham apreço pelos sistemas estabelecidos por pessoas como Mao. Mas sabiam que seu lado havia perdido o debate, porque muitos de seus amigos estavam mortos. Frequentemente admitiam, sem hesitação ou prazer, que os linha-dura estavam certos. O partido desarmado de Aidit não sobreviveu. O socialismo democrático de Allende não era permitido, independentemente da détente entre os soviéticos e Washington.
Olhando dessa forma, os maiores perdedores do século XX foram aqueles que acreditaram com muita sinceridade na existência de uma ordem internacional liberal, aqueles que confiaram demais na democracia, ou demais no que os Estados Unidos diziam apoiar, em vez do que realmente apoiavam — no que os países ricos diziam, em vez do que faziam. Esse grupo foi aniquilado.
- Vincent Bevins, O Método Jacarta: A Cruzada Anticomunista de Washington e o Programa de Assassinatos em Massa que Moldou Nosso Mundo
@austra_lopiteco
Cesar Benjamin:
"IGNÁCIO RANGEL
Na década de 1980 resolvi estudar a sério o pensamento de Ignácio Rangel. Vi que era uma missão quase impossível. Ele não chegou a escrever nenhuma obra grande. Seus pequenos livros e suas centenas de artigos estavam dispersos e inacessíveis.
Começou aí meu esforço que culminou na organização e edição dos dois grandes volumes das Obras Reunidas do mestre, uns vinte anos depois. Só isso já justificaria a minha atividade editorial. Ludmila Rangel, filha dele, foi uma parceira querida neste esforço. Muitas outras pessoas ajudaram, enviando textos.
Homem de esquerda ao longo de toda a vida, foi autodidata e nunca seguiu escolas. Com uma inteligência desconcertante, construiu um quadro analítico próprio, diferente de todas as correntes de pensamento consagradas. Enfrentou sozinho o debate. Usou de forma extremamente criativa ideias de Adam Smith, Karl Marx, John M. Keynes, Nicolai Kondratiev e Joseph Schumpeter.
Essa independência custou-lhe considerável solidão intelectual e tornou mais difícil a difusão de sua obra.
No centenário de seu nascimento, eu, Marcio Henrique Monteiro de Castro e Ricardo Bielschowski redigimos um balanço da obra deste que foi o mais original intérprete da economia brasileira, destacando cinco aspectos centrais: a hipótese da dualidade básica, os estudos sobre a dinâmica capitalista, a reinterpretação da inflação brasileira, o debate sobre a questão agrária e o papel do Estado na economia.
Na quarentena, vejo que as vendas das Obras Reunidas aumentaram. Nem tudo está perdido.
O artigo “Notas sobre a atualidade do pensamento de Ignácio Rangel” está no link. Eu incluí o texto no meu livro recente, "Ensaios brasileiros".
Abraços,
Cesar Benjamin
contrapontoeditora.com.br/arti… "
O Assassinato Disfarçado pela Estrutura do Estado
"Quando um indivíduo causa a outro um dano físico de tamanha gravidade que lhe causa a morte, chamamos esse ato de homicídio; se o autor sabe, de antemão, que o dano será mortal, sua ação se designa por assassinato. Quando a sociedade põem centenas de proletários numa situação tal que ficam obrigatoriamente expostos à morte prematura, antinatural, morte tão violenta quanto a provocada por uma espada ou um projétil; quando ela priva milhares de indivíduos do necessário à existência, pondo-os numa situação em que lhes é impossível subsistir; quando ela os constrange, pela força da lei, a permanecer nessa situação até que a morte (sua consequência inevitável) sobrevenha; quando ela sabe, e está farta de saber, que os indivíduos haverão de sucumbir nessa situação e, apesar disso, a mantém, então o que ela comete é assassinato. Assassinato idêntico ao perpetrado por um indivíduo, apenas mais dissimulado e pérfido, um assassinato contra o qual ninguém pode defender-se, porque não parece um assassinato: o assassino é todo mundo e ninguém, a morte da vítima parece natural, o crime não se processa por ação, mas por omissão – entretanto não deixa de ser um assassinato."
- Trecho de Friedrich Engels em "A Situação da Classe Trabalhadora na Inglaterra", 1845.
@austra_lopiteco
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O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados aprovou na última quarta-feira, 9, a cassação do deputado Glauber Braga (Psol-RJ) por 14 votos a 5, por causa da reação intempestiva de Glauber - empurrões, um pontapé - a um provocador do MBL. Este, na verdade, é o pretexto. Até os mármores e granitos da Câmara sabem que o processo de cassação de Glauber é movido por vingança contra o deputado, cujo mandato tem sido de enfrentamento aos desmandos de Arthur Lira e de resistência ao “legado” de Lira: o orçamento secreto.
Até os mármores e granitos da Casa sabem. A senhora Justiça, também. Como o caso Glauber será, por certo, judicializado, Come Ananás ajudará a refrescar a memória da deficiente visual.
Um levantamento feito por Come Ananás mostra que metade dos deputados que votaram a favor da cassação de Glauber Braga - pelo menos a metade - têm ligações com casos suspeitos de irregularidades - desvios, favorecimentos ou falta de transparência, ou os três - com recursos do orçamento secreto. Alguns deles, casos de polícia.
A começar pelo deputado João Leão (PP-BA), um dos que apertaram “sim” para cassar Glauber. Ele é pai do ex-deputado federal Cacá Leão, que, por sua vez, é o “pai” das emendas do orçamento secreto que financiaram obras de pavimentação do Dnocs (Departamento Nacional de Obras Contra as Secas) investigadas pela Polícia Federal por suspeitas de desvios. João Leão foi vice-governador da Bahia, vice do ex-governador Rui Costa, atual ministro da Casa Civil. Na época, o filho do João era tido como um dos “donos do orçamento secreto” no estado.
Outro deputado baiano que votou contra Glauber no Conselho de Ética, Ricardo Maia (MDB), destinou no ano passado R$ 11,7 milhões em emendas Pix (rebranding do orçamento secreto) para um pequeno município baiano, Tucano, cujo prefeito é um jovem de 25 anos de idade chamado Ricardo Maia Filho. O caso de pai pra filho em Tucano é o mais expressivo, o de valor mais alto em emendas Pix, entre os 361 municípios brasileiros contra os quais o MPF acaba de pedir abertura de ações criminais por falta de prestação de contas sobre a aplicação de recursos federais.
Já o deputado Junior Lourenço (PL-MA), que também votou contra Glauber, é protagonista de um caso parecido, mas genealogicamente inverso: de filho para mãe. Em 2022, quando a Justiça Federal no Maranhão bloqueou R$ 20,7 milhões em verbas do orçamento secreto por suspeitas de irregularidades, o maior repasse bloqueado, de R$ 9,3 milhões, era de Junior Lourenço para o município de Miranda do Norte. Na época, a Justiça maranhense apontou “nítida discrepância” entre o número real de usuários do SUS na cidade e o número apresentado pela prefeita Angélica Bonfim para justificar os repasses milionários enviados de Brasília por seu filho Junior.
Já o deputado Albuquerque (Republicanos-RR), mais um do Conselho de Ética que votou contra Glauber Braga, destinou no ano passado R$ 3 milhões do orçamento secreto para uma ong chamada Instituto Brasileiro de Cidadania e Ação Social (Ibras), para fins de “desenvolvimento da pesca artesanal”. O Ibras tem sede no mesmo endereço de uma academia de pilates. A ong está na mira do STF por falta de transparência na execução de emendas parlamentares e é alvo do Tribunal de Contas de Roraima por um contrato com o governo do estado para organizar shows sertanejos milionários, como um de Wesley Safadão, numa feira do agronegócio.
Entre os deputados que votaram pela cassação de Glauber Braga estão ainda:
Rafael Simões (União Brasil-MG), um condenado por peculato que, com a mãozinha de Rodrigo Pacheco, transformou a cidade mineira de Pouso Alegre em uma das campeãs do orçamento secreto; Bruno Ganem (Podemos-SP), um dos deputados da bancada evangélica que transformaram Carapicuíba, em São Paulo, em “paraíso” das emendas Pix - e inferno da transparência; e Marcio Marinho (Republicanos-BA), um bispo da Igreja Universal que direcionou R$ 2,3 milhões do orçamento secreto para asfaltar uma fazenda ligada à igreja de Edir Macedo.
É um escândalo.
Glauber fica.
Publicado no Come Ananás. Link nos comentários.
@austra_lopiteco
Desde a queda do muro de Berlim que o mundo não assistia tamanha demonstração de força contra a corporação imperialista agressora chamada Estados Unidos [quanto mais um país socialista]
algo inimaginável há alguns anos, quando os yankees declararam a tese de Francis Fukuyama como a grande vitoriosa no final ao guerra fria <
Qual seja? A de que o modelo político e econômico dos EUA seria o "ponto final" da "evolução sócio-cultural" humana, e que os EUA eram o modelo de sociedade a ser seguido, a ser alcançado.
Essa semana foi verdadeiramente histórica!
O "Dia da Libertação" marca o fim da hegemonia norte-americana e o início de uma nova "guerra fria" (não tão fria) com implicações para todo o ecossistema econômico, e político, global.
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Nesse contexto, o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, declarou na última quinta-feira (dia da capitulação), à Fox News, que os EUA irão "retomar o nosso quintal" referindo-se à América-Latina no contexto da guerra comercial com a China.
Sinalizando que o governo Donald Trump influenciará deliberadamente na política interna dos países do continente.
Segue:
“O governo Obama tirou os olhos do jogo e deixou a China simplesmente tomar conta de toda a América do Sul e Central, com sua influência econômica e cultural, fechando acordos com governos locais para obras ruins, vigilância e endividamento. O presidente [Donald] Trump disse: ‘Isso acabou, vamos retomar o nosso quintal’”
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Este deveria ser o único assunto por essas bandas!
Pobre America-Latina, tão longe d̶e̶ ̶D̶e̶u̶s̶ da China e tão perto dos EUA! E tão desalentada de líderes.
@austra_lopiteco
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A imagem mostra uma captura de tela de um artigo do site RT Brasil. No topo, há o logotipo do RT Brasil em verde e preto, seguido por um ícone de pesquisa e um menu de três linhas. O título do artigo, em letras grandes e negras, diz: "Secretário da Defesa dos EUA reclama de influência chinesa na América Latina: 'vamos tomar nosso quintal de volta'". Abaixo do título, a data e hora do artigo são exibidas: "12 abr 2025 15:37 GMT". Em seguida, há ícones de redes sociais, incluindo Facebook, WhatsApp, Telegram, e-mail, e outros, seguidos por um botão verde com um ícone de compartilhamento. O texto abaixo do título explica que países como o Brasil têm estreitado seus laços com a China, motivados pelo impacto transformador da política externa do gigante asiático em nações em desenvolvimento.
Fornecido por @altbot, gerado localmente e de forma privada usando Ovis2-8B
🌱 Energia utilizada: 0.248 Wh
O deputado federal Arthur Lira (PP) comprou uma mansão de R$ 10 milhões este ano após deixar a presidência da Câmara. Um documento obtido pela coluna revela que a nova casa de Lira, adquirida em 31 de janeiro, tem área total de 833 metros quadrados e fica no Lago Sul, bairro mais valorizado de Brasília.
Para selar o negócio, Arthur Lira pegou um financiamento de R$ 7 milhões no Banco de Brasília (BRB), o que indica que ele deu R$ 3 milhões de entrada. Simulações apontam que o deputado deverá arcar com parcelas de mais de R$ 100 mil por mês para honrar o compromisso financeiro.
Como deputado, Arthur Lira recebe salário líquido de R$ 35 mil, por conta dos descontos em seu vencimento bruto, de R$ 46 mil. Na última eleição que disputou, em 2022, ele declarou ter R$ 5,9 milhões em bens e valores, sendo duas casas, um apartamento, um terreno e fazendas em Alagoas. O parlamentar também mantém atividades no segmento de agropecuária e eventos.
O valor da nova mansão, portanto, representa quase o dobro dos bens e do dinheiro que Lira tinha três anos atrás. Já em 2018, antes de assumir a presidência da Câmara em 2020, o deputado declarou ter R$ 1,7 milhão.
Moderna por dentro, a nova residência de Lira tem dois andares e piscina. Três câmeras de segurança na entrada e o fio de arame farpado indicam a preocupação do parlamentar com a segurança.
Lira comprou a casa do empresário Leonardo Nogueira Valverde de Morais. Valverde, por sua vez, havia adquirido o imóvel por R$ 3,6 milhões em 2011.
@austra_lopiteco
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Nota de desligamento da Resistência (PSOL)
Camaradas,
Nós, militantes abaixo assinados, formalizamos nosso desligamento da Resistência, corrente interna do PSOL, devido a divergências políticas com sua direção nacional. A postura adotada pela direção, ao contrariar resoluções estabelecidas em conferência e congresso sem balanço com a militância, rompe com a democracia interna e desrespeita diferentes posições políticas presentes na organização. A falta de discussão sobre a tática para enfrentar a extrema direita e a relação do PSOL com o governo Lula III reforçam a necessidade de nossa saída.
Entendemos que hoje o PSOL se divide em duas táticas no enfrentamento à extrema direita: 1. De um lado, a direção majoritária que, na prática, vem rasgando suas resoluções para ir a reboque da política de Frente Ampla, renunciando à disputa para pressionar o governo Lula III por uma agenda à esquerda e, assim, facilitando a ofensiva fascista na classe trabalhadora e na disputa pelo poder; 2. Do outro, uma ala minoritária buscando preservar as resoluções que indicam a independência e a liberdade de crítica do PSOL frente ao governo, além de apontar que a derrota da extrema-direita só é possível com a luta e a disputa político-ideológica contra o conservadorismo e a agenda neoliberal.
Nessa disputa, convergimos com os que defendem a independência de classe e a autonomia do partido. No entanto, a direção da Resistência optou por adaptar-se ao campo majoritário, inviabilizando o debate interno e o espaço para contestação dessa linha política. Por essa razão, optamos pelo desligamento da organização e permaneceremos no PSOL como coletivo provisório, reavaliando nossa permanência no final de 2025. Além disso, abriremos diálogo com outras correntes do partido e organizações da esquerda socialista-comunista que, eventualmente, nos procurarem.
Vitória, 02 de abril de 2025
Lançamos uma carta aberta de desligamento, caso alguém queira entender melhor as nossas divergências. Link nos stories e no QR code do quarto card.
A Alemanha abraça o neoliberalismo militar - Hugo Albuquerque
O cessante parlamento alemão aprovou a Emenda à Lei Fundamental que pôs fim ao Freio da Dívida [Schuldenbremse] de 2009, um equivalente germânico ao Teto de Gastos ou Arcabouço Fiscal do Brasil. Se os alemães optaram por uma metáfora automobilística, e os brasileiros aludiram à construção civil, a serventia é a mesma: limitar o investimento público ao sabor da banca – o fim do mecanismo alemão, contudo, tem a ver com ampliação dos gastos militares.
Longe de ser uma boa notícia, ou um exemplo para o Brasil, a medida alemã é um controversa volta ao que pode ser chamado “keynesiano militar”, conforme Mike Roberts colocou em um artigo grandioso, recentemente publicado no Outras Palavras, mas também Yanis Varoufakis em suas redes sobre a decepção com o Linke, partido da esquerda alemã. Isso, no entanto, merece um reparo: neoliberalismo militar parece ser um termo mais adequado.
Ainda que preveja medidas para a infraestrutura, a medida é centrada na reorientação da economia alemã para a guerra, com fábricas de automóveis da Volkswagen sendo reconvertidas para fabricar tanques. Isso não coloca fim à austeridade geral da Alemanha, mas destina recursos – que os seguidos governos alemães sempre alegaram não ter, fosse para a área social ou para economia normal para finalidades pacíficas.
Isso apenas reforça a lógica da guerra, hoje materializada no conflito na Ucrânia, em que Berlim foi envolvida pela administração Biden – às custas de suas vantajosas relações comerciais com a Rússia. Parece, portanto, ser uma aposta redobrada no atoleiro, em uma rebeldia contra Donald Trump em meio às disputas internas na Alemanha e na Europa, mas também externas junto à opinião pública dos Estados Unidos.
Ainda, o fato do Linke ter votado contra a medida na Câmara, mas mudado de posição no Senado [Bundsrat] foi chave para a aprovação da Emenda, o que traz à tona crise ideológica da esquerda radical alemã: se para se manter no Parlamento, e ampliar seus votos, o Linke adotou posturas mais moderadas, principalmente em política externa, nas últimas eleições, agora seu giro mostra o que pode estar por vir.
Alexandre Vasilenskas:
O que Olavo de Carvalho e o anticomunismo de esquerda tinham em comum?
Quando o psicótico da Virgínia despontou como comentarista político no final dos anos 90 - via grupo Globo - não era o velho com Sindrome de Tourette dizendo imbecilidades sobre Newton ou terra plana.
Foi vendido como uma espécie de substituto do então recém falecido Paulo Frances. Um anticomunista ácido com boa escrita apontando certos ethos de fato ridículos da esquerda hegemônica de então.
Sim... ninguém sabia que o sujeito era ex-astrólogo, ex-muçulmano e ex-interno de hospício.. o grosso do público só ficou sabendo disso mais de dez anos depois.
Olavão à época não teve que fazer muito esforço para sua virulência contra a esquerda. Ele simplesmente levou as últimas consequências o que essa própria dizia sobre si mesma (na verdade sobre a esquerda pré anos 80). Só depois quando já estava confinado na internet é que passou a dar vazão a lisergia medievalista. O velho inclusive fazia elogios a Lula (tinha apenas que se livrar "dos comunistas do PT" e chegou a defender a união estável entre casais gays.
Talvez o maior exemplo didático dessa fase tenha sido a Luciana Genro na programa do Gentile tendo que responder porque fazia parte de um "movimento que matou 200 milhões de pessoas".
Ela tentou balbuciar "stalinismo" sem muito sucesso... e sejamos francos... o comediante facho tinha razão: se você aceita que o principal resultado das suas ideias políticas tenha sido um banho de sangue não faz muito sentido pedir as pessoas que se vinculem a uma outra variante do mesmo projeto.
Ou seja... se você for de esquerda.... brincar de bater palminha para anticomunismo raivoso vai voltar e lhe atingir como um bumerangue.
E esse era exatamente o ambiente político que vai dos anos 90 até meados dos anos 10 desse século.
Mas por que estou dizendo essas coisas?
Porque vocês não devem se assustar pelo fato do influencer do PSTU estar fazendo sucesso entre ancaps e anticomunistas em geral.
O trotsquismo acadêmico sempre gostou de ser o token intelectual da direita pouco se importando com os resultado disso.
Acham que estou exagerando?
A organização do sujeito comemorou a queda da URSS, a revolta nazista do EuroMaidan e salivam de satisfação com qualquer revolução colorida financiada pela Otan... e last but not least apoiaram por aqui coisas como a Lava Jato e o impeachment.
A última coisa que precisamos atualmente é o retorno disso.
Lançamento de novo número da revista Crítica Marxista!
v. 32 n. 58 (2025): econtents.bc.unicamp.br/inpec/… (link nos stories)
Artigos
Mauro Castelo Branco de Moura. Sobre a concepção materialista da história
Sávio Cavalcante e Danilo Enrico Martuscelli. A importância teórica da obra de Nicos Poulantzas para a análise da extrema direita contemporânea
João Quartim de Moraes. As posições filosóficas de Lênin
Pedro Paulo Zaluth Bastos. O capitalismo segundo Nancy Fraser: um diálogo crítico
Mateus Moretti Gomes de Azevedo. Classes sociais e epistemologia marxista: a abordagem de Nicos Poulantzas
Comentários
Eduardo Altheman Camargo Santos e Bruna Della Torre. Fredric Jameson (1934-2024)
Entrevista
Entrevista de Álvaro García Linera sobre os desafios da esquerda na Bolívia e na América Latina (Danilo Enrico Martuscelli)
Resenhas
César Mortari Barreira. Adorno e Marx: dialética negativa e a crítica da economia política
Thiago Fernandes Franco. Rosa Luxemburgo: atualidade da análise política, da teoria econômica e da crítica do direito
Danielle Tega e Danielle Jardim da Silva. Kollontai 150: textos escolhidos de Alexandra Kollontai
Leandro Galastri. A teoria marxista do Bonapartismo
Adriana Herz Domingues. Teoria da reprodução social: remapear a classe, recentralizar a opressão
Beatriz Malcher. O caderno azul de Jenny: a visita de Marx à Comuna de Paris
Marília Gabriella Machado. Leituras gramscianas: história, política e classes sociais
Caio Bugiato. Dependência e governos do PT
Frederico Lyra de Carvalho. Crítica do espetáculo: o pensamento radical de Guy Debord
Vera Ceccarello. Roda gigante
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austra_lopiteco, Pudão, d4u54ck3r, Zé Andarilho and ResenhaGFP (Guilherme) reshared this.
João Pedro Stédie, na rede que não deve ser nomeada:
"Pesquisa Datafolha revela que 15% da burguesia brasileira investe em criptomoedas, 14% em dólar, títulos da divida publica 12% e 9% em ouro e apenas 6% em ações. Se interessam apenas em especulação, em aumentar a riqueza rápido. Não na produção. Ou preocupados com o futuro.
Entre os trabalhadores a poupança é ainda preferida, que não é investimento (pois perde para outros ganhos) mas sim uma segurança familiar.
E entre os jovens se repete a influencia burguesa, vejam aonde colocam suas esperanças: 71% apostam nas loterias, 32% nas bets, e 29% no jogo do bicho. E provavelmente muitos aplicam nos três. O resultado, aprece na cidade de SP, 70% de todos paulistanos estão endividados."
A classe dominante jamais foi tão brasileira, no sentido original da palavra. Vivem do Brasil. Por acaso, vivem no Brasil.
E nossos jovens, que graças ao Novo Ensino Médio aprendem empreendedorismo mas não aprendem História, perseguem o golpe de sorte que tirará um deles da pobreza.
Apenas um, claro.
Pudão reshared this.
Terminei de assistir a entrevista do camarada Ivan Pinheiro ao Faixa Livre e gostaria de fazer algumas considerações:
1. Ao contrário do que se imagina o centralismo democrático não é um método organizativo paralisado no tempo. Ao longo do séc. XX várias organizações adotaram modalidades específicas adaptadas a contextos históricos e legais.
Uma organização leninista na legalidade e diferente de uma organização leninista na clandestinidade e\ou luta armada. Quando no poder admite-se historicamente níveis diferentes de monolitismo e debate interno. O PC chinês sempre foi mais afeito ao debate que o antigo PCUS (e essa foi uma vantagem importante dos camaradas chineses).
O princípio fundamental é a unidade na ação e a não diluição ideológica do partido revolucionário no seu entorno. E isso pode pressupor bastante diversidade. O que é simplesmente fato empírico : ou alguém diria que o antigo PC italiano pode ser comparado ao Sendero Luminoso?
1. O camarada Ivan usa como exemplo seu tempo de uma década e meia sendo centralizado pela camarilha liquidacionista de Freire et caterva no PCB durante os anos 80. Convenhamos.... o leninismo já teve defesas melhores.
2. O histórico e valoroso militante comete o que em filosofia se chama de "contradição performativa". Defende um rígido centralismo usando..... uma carta pública escrita a revelia da direção. Que não perceba isso também é sintomático.
3. A ideia que intelectuais comunistas não podem ter aparelhos culturais próprios ou devam apenas expressar a opinião do partido contraria exemplo históricos (como Enio Silveira e sua editora) ou debates clássicos como o que fizeram Nelson Werneck e Caio Prado acerca da caracterização do Brasil colônia.
A rigor geraria a retirada de comunistas do debate público e seu encapsulamento aos órgãos oficiais do partido com a perda da luta por hegemonia no debate intelectual.
Por último... reafirmo minha análise que os camaradas do PCBR vão ter que se haver em algum momento com certas contradições que tem origem nas motivações diferentes para o racha com o PCB lattes.
Espero do coração que consigam.
@austra_lopiteco
El próximo 31 de mayo será inaugurada la Universidad Nacional de las Comunas, como centro de formación de todos los Circuitos Comunales, de las Comunas, voceros y voceras. En ese sentido, el presidente de la República Bolivariana de Venezuela, Nicolás Maduro, durante la ejecución de obras en la ruta de consolidación del Sistema de Gobierno Popular y Comunal desde la parroquia La Dolirita en Petare, estado Miranda, indicó que será un lugar de formación y desarrollo para el pueblo.
Asimismo, indicó que en las próximas horas anunciará el equipo directivo, «por eso le he dado el rango de universidad, el máximo nivel para que todos ustedes se conecten en la formación como líderes. Aquel que quiera estudiar desarrollo comunal, economía comunal, las carreras vinculadas al nuevo desarrollo de la nueva democracia, se puede graduar aquí».
A su vez, sostuvo que esa casa de estudio, va a tener cursos de formación para que todos los voceros y voceras, así como líderes del gran movimiento comunal, pasen por estas filas y se formen para elevar la capacidad de comprensión de lucha de liderazgo.
«Debemos combinar el trabajo práctico con la reflexión, el estudio permanente, la planificación y enlazarla con la inteligencia nuestra, la inteligencia humana, la sabiduría del hombre y mujer de a pie. Confío en la sabiduría de esa mujer y hombre sencillo, tengamos fe en nosotros mismos, no nos creemos mejores que nadie y nos aspiro a ser magnate, ni supremacista, no somos más que nadie, pero que nadie crea en el norte ni en ninguna parte del mundo que somos menos «, recalcó el jefe de Estado.
De igual forma, aseveró que hay que estudiar, hay que formarse para abrir el entendimiento y «así abrir el entendimiento de muchas personas que se deben iluminar con la verdad, porque todavía hay mucha gente que se deja confundir, engañar, pero nosotros somo la verdad y el bien para nuestra patria».
Vale acotar que la Universidad Nacional de las Comunas es un instrumento de autoformación colectiva, integral y permanente del pueblo venezolano, para contribuir con el desarrollo endógeno, sustentable y sostenible del Estado venezolano, a partir de la formación integral y avanzada, la generación y apropiación social del conocimiento de carácter humanista, con énfasis en la vinculación activa con las comunidades, proyectos de desarrollo comunal y empresas socioproductivas.
@austra_lopiteco
Gerardo Santiago
O GOVERNO LULA É NEOLIBERAL?
Para responder é bom primeiro conceituar o que é neoliberalismo. O capitalismo em sua origem era o capitalismo liberal, um sistema de superexploração da classe trabalhadora no qual o capital tinha total liberdade para impor às massas populares uma condição de vida pouco acima da mera subsistência. A sua ideologia era o liberalismo clássico de autores como Adam Smith e John Locke. Foi esse capitalismo que promoveu a escravidão, o colonialismo e o racismo o capitalismo realmente existente durante o século XIX e até a Primeira Guerra Mundial.
A reação dos trabalhadores e dos povos contra esse sistema gerou, entre outros movimentos sociais e correntes políticas, o sindicalismo, o anarquismo e o marxismo, este último a partir da Revolução Russa de 1917 oferecendo uma ameaça concreta inédita na forma de um modelo alternativo de economia e de sociedade. A crise de 1929 e os anos de depressão subsequentes, combinados com o desafio comunista ao capitalismo, levaram ao ocaso do liberalismo e sua substituição pelo keynesianismo, cuja melhor expressão política era a socialdemocracia clássica e cujo modelo era o estado de bem estar social proposto por ela como forma de conter o avanço do comunismo diminuindo a desigualdade econômica no âmbito do capitalismo.
Com a Guerra Fria caminhando para um desfecho da forma como se deu, com o colapso do bloco soviético e o consequente afastamento da ameaça comunista, se criaram as condições históricas e políticas propícias a uma retomada do liberalismo, quer dizer, ao neoliberalismo, que consistia basicamente em abandonar o keynesianismo e voltar a um quadro de superexploração dos trabalhadores e de maximização dos lucros do capital através de privatizações, do desmonte do estado de bem social, retrocessos na legislação social, tributária, previdenciária e trabalhista e desregulamentação da atividade econômica e dos mercados. Esse tipo de processo regressivo teve como primeiro "laboratório" o Chile de Pinochet e alguns anos depois se iniciou no Reino Unido com Thatcher e nos Estados Unidos com Reagan. O fim do "socialismo real" na URSS e no leste europeu possibilitou que se disseminasse globalmente.
No plano político e ideológico, a derrota e a marginalização da esquerda anticapitalista na onda do "fim da História" idealizado por Fukuyama fez com que a socialdemocracia keynesiana do pós-Guerra fosse gradualmente se adaptando ao novo contexto histórico de hegemonia ideológica neoliberal, abrindo mão de suas propostas reformistas e distributivistas e aderindo a um "consenso" macroeconômico e político nessa linha. O exemplo do "New Labour" de Tony Blair é emblemático desse tipo de processo, mas está longe de ser o único.
Em Pindorama, o neoliberalismo chegou com algum atraso, por conta de uma série de fatores, o principal deles sendo que dos anos finais da ditadura empresarial militar até 1989, ano da primeira eleição presidencial pelo voto popular desde 1960, o país viveu uma longa onda de greves e mobilizações populares que além de gerar o PT, a CUT e o MST, foi determinante para a conquista de direitos sociais e trabalhistas na Constituição de 1988, o que ia na contramão da maré neoliberal global. Na eleição de 1989, Lula ainda era o bicho papão cuja possível vitória faria o então presidente da FIESP, Mario Amato, emigrar.
O impeachment de Collor acabou adiando para o período FHC o início da implementação do neoliberalismo no Brasil. Durante esses oito anos o lulismo articulou um discurso de oposição a esse projeto, ainda que na prática essa oposição progressivamente fosse se moderando, o que foi facilitado pelo refluxo das lutas sindicais e populares na década de 1990. Em 2002, Lula rasga a fantasia e assina a célebre "Carta aos Brasileiros", que nada mais foi que a sua capitulação ao neoliberalismo, quer dizer, a aceitação por ele das mesmas premissas ideológicas em geral e macroeconômicas em particular adotadas por FHC. O banqueiro Henrique Meirelles no BACEN era como uma garantia do cumprimento do que Lula prometia à classe dominante naquela famigerada carta, o de que não haveria uma reversão do modelo neoliberal inaugurado pelos governos tucanos. Essa promessa foi cumprida.
Desde janeiro de 2003, início do primeiro mandato de Lula, já se passaram vinte e dois anos, dos quais o PT ocupou a Presidência da República por dezesseis, dez com Lula (até agora) e seis com Dilma. Em nenhum momento se tentou reverter as políticas neoliberais, nem as anteriores ao início do período lulista no governo, nem as dos seis anos de Temer e Bolsonaro entre 2016 e 2022. Políticas compensatórias aos efeitos sociais deletérios do neoliberalismo mantido pelo lulismo no governo passaram a ser vendidas como se fossem opostas ao modelo, mesmo fazendo parte do repertório de instituições como o FMI e o Banco Mundial, entre outras.
O FIES e o ProUni transferiram muitos bilhões de dinheiro público para empresas privadas com finalidade lucrativa da área da educação e são festejados por uma "esquerda" que perdeu o norte ideológico como exemplos de "inclusão social". Na área da saúde, prosperaram e prosperam empresas administradoras de planos privados como a Qualicorp, enquanto o SUS vai sendo enfraquecido através de terceirizações que também se tornam fonte de lucros para o capital privado. O que foi privatizado continua privatizado e nem se fala disso. O mesmo vale para a contrarreforma trabalhista de Temer e a "independência" do Banco Central. No momento em que escrevo este texto, o Brasil tem a taxa de juros real mais alta do mundo, estando em segundo lugar a Rússia, um país em guerra!
O discurso lulista culpa a "correlação de forças" por essa sua alegada incapacidade de mudar a realidade, entendida essa expressão de forma rasteira e legalista como sendo basicamente a composição do Parlamento nacional dominado por forças conservadoras ou mesmo reacionárias. Abandona-se totalmente a crítica ao sistema político e eleitoral colonizado pelo poder econômico. Qualquer proposta de promover a partir do governo mobilizações populares visando a mudar a tal correlação de forças é um anátema. Quando elas ocorrem contra a vontade do lulismo como nas Jornadas de Junho de 2013, ele as desqualifica e reprime e Lula ainda tem a cara de pau de dizer que "foi coisa da CIA".
Nesse terceiro mandato de Lula e quinto do PT todo o descrito acima se acentuou. Até agora o cúmulo da deriva conservadora e neoliberal do lulismo foi o PL 4614/24, que mudou para pior a política de reajuste do salário mínimo, diminuiu o número de beneficiados pelo abono salarial e endureceu os critérios para ter acesso ao BPC. O fato de que o projeto apresentado pelo governo Lula era mais radicalmente neoliberal que aquilo que foi aprovado pelo Parlamento é particularmente escandaloso: no debate sobre o BPC o "Centrão" ficou à esquerda do PT! Além de ser um aparente paradoxo, esse fato mostra a falsidade do álibi da "correlação de forças", não é que o governo petista tenha tentado aprovar uma reforma a favor dos trabalhadores e tenha sido derrotado pela maioria parlamentar conservadora, foi exatamente o contrário.
No tema das privatizações o marketing político lulista quer nos convencer de que "parcerias público-privadas" e "concessões" não seriam privatizações por não haver alienação do patrimônio público, a sua venda para agentes econômicos privados como aconteceu nos governos tucanos. Esse argumento é um insulto à inteligência alheia, porque se um serviço público prestado pelo estado passa a ser explorado por uma empresa privada com finalidade lucrativa, a forma como é operada essa mudança, a modalidade jurídica adotada para viabilizá-la, nada disso altera a sua natureza, é privatização sim.
Com base em que fatos e argumentos se pode sustentar com um mínimo de seriedade que um governo que tem a "austeridade fiscal" como prioridade absoluta e no qual presídios, escolas públicas, estradas, saneamento básico e terminais portuários e aeroportuários tem a sua privatização financiada e assessorada pelo BNDES, não é neoliberal? Em que momento o lulismo no governo se chocou contra o neoliberalismo? Qual a briga que ele comprou contra a classe dominante durante os dezesseis anos (até o momento) no Palácio do Planalto?
Os únicos momentos em que Lula e o PT se lembram de que o neoliberalismo é ruim para o povo e os trabalhadores são os de campanha eleitoral presidencial de quatro em quatro anos, que são também os únicos momentos em que as massas populares são convocadas às ruas por eles, para cantar "Lula lá" em seus comícios eleitorais. O script é sempre o mesmo, com pequenas variações: depois de vencer uma eleição dizendo que a direita vai tirar a comida do povo e enriquecer ainda mais os banqueiros, chamar um banqueiro para tomar conta do galinheiro a partir do Banco Central ou do ministério da Fazenda.
Desde 2003, Lula coloca como prioridade a segurança alimentar, que cada um possa comer três vezes por dia. Realmente é algo básico demais, mas o fato de que isso não tenha sido definitivamente resolvido até hoje e depois de tantos anos de lulismo nos mostra o que? Que o modelo social e econômico concentrador de riqueza e renda conhecido como neoliberalismo segue espoliando os mais pobres ou não? Como disse Mao Zedong, a prática é o critério da verdade. E define aquilo que é neoliberal ou não também, me parece.
'Brown mostra que neoliberalismo e neoconservadorismo operavam a partir de premissas não apenas inconsistentes, mas diretamente contraditórias. "Como", pergunta Brown, uma racionalidade que é expressamente amoral em fins e meios (neoliberalismo) se cruza com uma que é expressamente moral e reguladora (neoconservadorismo)? Como um projeto que esvazia o mundo de significado, que deprecia e desvaloriza a vida e explora abertamente o desejo, interage com um que fixa e reforça significados, conserva certos modos de vida e reprime e regula o desejo? Como o apoio à uma governança modelada na empresa e à um tecido social normativo baseado no interesse privado se cruza com o apoio à uma governança modelada na autoridade da igreja e à um tecido social normativo de autossacrifício e de lealdade consanguínea duradoura, há muito desafiadas pelo atual capitalismo desenfreado?'
@austra_lopiteco
@gmgall ursal.zone/@gmgall/11422713640…
*É o Mark Fisher em "Realismo Capitalista" citando um livro chamado "American nightmare: neoconservatism, neoliberalism, and de-democratization" de Wendy Brown. Não sei se esse livro existe em pt-br.
DEBATE IMPORTANTE que mantém no ar a grande questão. Qual a razão da obstinada defesa do governo Lula por parte da esquerda marxista ainda militando dentro do neoPT , independentemente da guinada ideológica incontestável, imposta ao Partido desde o primeiro mandato do presidente, em 2003 ??
O “MANHÃ BRASIL” juntou dois importantes quadros de reconhecida liderança – Breno Altman e Jones Manoel - , sob mediação competente de Mauro Lopes, num confronto de altíssimo nível, impossível de ver nos telejornais patrocinados pelos grandes bancos
DOIS MARXISTAS, comunistas auto-confessos, operando em campos distintos na avaliação do caráter ideológico real dos governos do neoPT, discutiram durante horas. Jones, mostrando a essência neoliberal do governo, e Breno afirmando-lhe um perfil híbrido, com uma disputa interna entre desenvolvimentistas e neoliberais expressos.
NÃO HÁ COMO NEGAR. A despeito da imensa capacidade argumentativa de Breno, Jones impôs sua tese com dados concretos, que Breno não conseguiu contestar, simplesmente por deles se omitir nas suas intervenções.
BRENO opera em faixa complexa. Classifica como erros aquilo que é, por óbvio, consequência de opção política. Para além de não conseguir concretizar o que considera campo desenvolvimentista dentro do governo, avalia como “erro”, e não como opções deliberadas, decisões tomadas desde o primeiro mandato. Apenas com um único exemplo para poupar o leitor, criticou a formação de frente ampla para a disputa de 2022 e não a de frente de esquerda, que defendia pelo menos para o primeiro turno. Mas essa opção bem sintomática por Alckmin, de evidente caráter político-ideológico, não operou sobre Breno qualquer mudança de avaliação ou de contraponto prático. Nem dele, nem do grupo interno onde opera.
CONTRADIÇÕES como a diferença de tratamento sobre a política de juros exatamente semelhantes, mas merecendo ataques veementes, quando da administração do bolsonarista Roberto Campos Netto, e apoio integral sob a presidência de Garófalo, não mereceram comentários de Breno.
FICA COMO conclusão o sentimento de que, longe de disputa interna eficaz, ou mesmo de um sinal mínimo de aceitação de suas propostas, a esquerda marxista do neoPT termina, ao fim e ao cabo, servindo de aval para a divulgação de uma fake : o governo Lula seria a única opção possível no contexto político atual. E que a esquerda combativa fora do neoPT não teria opção. Ou se acomoda também ou estaria fazendo o jogo da oposição.
A ESQUERDA COMBATIVA, na verdadeira frente progressista tem claro uma visão oposta. É na capitulação diante da conjuntura que o próprio governo, desde sua primeira edição em 2003, implantou com o conceito de “governabilidade possível” que se estaria estendendo tapete vermelho para retorno dos trogloditas de 2018.
LUTA QUE SEGUE!
Daniel Spirin Reynolds:
O IRÃ
O Irã, ao ser provocado e atacado, possui a capacidade de desencadear uma resposta devastadora no Oriente Médio. Israel e os Estados Unidos estão cientes dessa realidade. Atualmente, o Irã conta com um dos exércitos mais poderosos e tecnologicamente avançados do mundo, e seu arsenal de mísseis e lançadores está em proximidade alarmante com o território israelense, tornando impossível para Tel Aviv ignorar essa ameaça.
A relação do Irã com a Rússia proporciona acesso a informações de inteligência decisivas em momentos como este. O alto comando militar iraniano está bem informado sobre os movimentos das Forças de Defesa de Israel, o que o coloca em pé de igualdade com os demais países que apoiam os sionistas.
O Irã está em estado de prontidão para uma guerra total há muitos anos.
Ontem, Tel Aviv foi alvo de bombardeios, desta vez provenientes do Iémen. As imagens mostram que a capital é bastante vulnerável aos ataques quando os mísseis lançados não são caseiros. Importante lembrar que os ataques combinados do Líbano e Gaza no ano passado revelaram que o sistema de defesa aérea israelense não é invulnerável, mostrando-se até mesmo ineficaz diante de mísseis feitos com botijão de gás palestinos quando sob pressão intensa.
Nesse contexto, a retórica belicista dos Estados Unidos em relação ao Irã parece ser mais uma manobra política do que uma intenção real de conflito. As discussões entre Putin e Trump têm se concentrado no Irã, indicando que o foco vai além do que se discute sobre um "ataque preventivo". Washington está, na verdade, tentando evitar um envolvimento direto do Irã no conflito de Gaza.
Com isso, o "relógio do juízo final" retrocedeu em relação à guerra no Leste Europeu, mas avançou no que diz respeito ao Oriente Médio. É importante ressaltar que o Irã não é o Iraque, a Síria, a Líbia ou o Afeganistão. Um conflito direto entre Irã e Israel não apenas devastaria ambos os países, mas também arrastaria uma boa parte dos países árabes para o caos.
@austra_lopiteco
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Evaristo Ramos ✍️ and austra_lopiteco reshared this.
CRISE DE PERCEPÇÃO UMA OVA!
Recentemente, me forcei a ler um artigo de um sociólogo que afirma que a baixa popularidade do governo Lula é resultado de uma "crise de percepção" da sociedade. No texto, o autor, que parece ter feito um esforço hercúleo para evitar a responsabilidade, joga no colo do povo a culpa pelos deslizes de uma administração que apostou tudo na impopularidade e caminhou de braços dados com os especuladores, ambos viajando no carro da austeridade fiscal.
O sociólogo não consegue entender como um ganho real de renda superior a 10% não é percebido pela população. Um ganho impressionante, considerando o recente desaquecimento da economia e as perdas de direitos.
Entretanto, o que ele não "percebe" (sim, é para ser infame) são as ações do governo que praticamente anulam qualquer sensação de melhora. A inflação nas principais capitais brasileiras, especialmente a dos alimentos e dos aluguéis, torna qualquer ganho real do salário mínimo irrelevante. Assim, os possíveis benefícios de um aumento salarial se dissolvem nas contas de luz, gás, carne, ovos e tarifas de transporte.
Outro ponto negativo do governo é sua sanha arrecadatória, que avança sobre as classes mais baixas e médias. A taxação de blusinhas, os cortes brutais no BPC, o pente-fino no Bolsa Família, a redução da faixa do abono salarial e o crédito caro são apenas algumas das medidas que impactam diretamente os mais vulneráveis.
Até agora, a única proposta que envolveria o "andar de cima" seria um percentual maior de desconto do imposto de renda para quem ganha acima de 600 mil reais por ano, como forma de compensar uma sonhada isenção do IRPF para as camadas mais baixas. Essa proposta só surgiu após o barco da popularidade afundar, quando deveria ter sido apresentada na primeira semana de governo.
Nosso ministro da Fazenda, em sintonia com o Banco Central, admite que uma "desaceleração da economia é necessária" para equilibrar inflação e PIB, quando, na verdade, a crise inflacionária é gerada pela falta de regulação estatal das exportações e pela incapacidade de atuar como agente controlador de preços via estoques regulatórios.
A tal crise de percepção não existe. O que realmente está presente é uma população vulnerabilizada no mercado de trabalho, explorada e vítima de uma reforma trabalhista que sequer é atacada pela administração petista. Hoje, cerca de 40 milhões de brasileiros trabalham sem direitos, sem saber o que vão comer no dia seguinte. Isso sim a população percebe. Ela nota que o governo não move uma palha para levar a opinião pública a se manifestar contra a perda de direitos trabalhistas.
O sociólogo de Brasília ignora a falta de segurança pública no país. Pesquisas mostram que a maior preocupação do povo é a violência urbana, que supera a preocupação com a saúde. O que o governo faz? Limita-se a elaborar um trabalho secundarista sobre a "interligação das polícias", tratando o tema como se fosse solucionável com meras medidas administrativas.
Sobre a política de segurança, dizem que isso é "atribuição dos estados" e lavam as mãos, como se a União não pudesse fazer nada. A União pode fazer muito, como triplicar o efetivo da Polícia Federal, investir em controle das fronteiras com tecnologia, trabalhar com o fisco para investigar e punir os poderosos que se locupletam dos recursos do crime organizado, condicionar repasses federais a resultados efetivos nos estados e, principalmente, atuar na opinião pública para a reforma do Judiciário.
O ódio que um cidadão sente ao perder seu celular para um bandido se volta contra a imagem do governo.
Alguns companheiros dirão que não é uma crise de percepção, mas sim uma crise de comunicação. O que o governo tem a dizer? Ah, o desemprego é o menor da história! Diga isso para a legião de uberizados, pejotizados e vendedores de latinhas. Ah, mas o PIB está crescendo acima do esperado! Quem come PIB? O ovo está mais caro que o frango. O crédito...
A bipolaridade do governo é assustadora. Liberam crédito consignado para o brasileiro pagar dívidas! Sim, anunciam a liberação do FGTS, um dinheiro que é do trabalhador, via empréstimos onde este trabalhador pagará juros! Uma loucura.
Ao mesmo tempo em que o governo propõe aquecer o mercado consumidor e comemora a alta do PIB, também diz que é importante "desacelerar". Essas barbaridades, o povo percebe.
Mas, claro, a culpa é sempre do povo, que não sabe apreciar as maravilhas do "ganho real" enquanto luta para não ser engolido pela inflação. Afinal, quem precisa de comida e segurança quando se tem uma crise de percepção, não é mesmo?
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O jornal O Globo informou neste domingo, 16, que o aplicativo católico de “reza digital” Hallow, fruto do ventre, ou melhor, de venture capital do Vale do Silício, já foi baixado por mais de 4 milhões de pessoas no Brasil, tornando-se o aplicativo mais baixado no país na categoria “religião”.
Parece que não é o jornal, mas sim o Hallow, a oração matinal do homem moderno, “pós-moderno”, “pós-verdade”: o próprio O Globo, o app do jornal, não chega a um milhão de downloads na loja Google Play.
Oração do homem, literalmente: financiado pelo vice-presidente dos EUA, J.D. Vance, aquele ex-ateu convertido ao catolicismo que hoje excomunga “mulheres sem filhos”, o Hallow oferece orações da manhã - e da tarde, e da noite -, para ouvir enquanto se escova os dentes (para as crianças, “rezar a caminho da escola”), nas vozes de astros de Hollywood associados ao sexismo e padres-celebridade “pró-vida” - antiaborto - habitués da Fox News.
Outro investidor do Hallow, além de J.D. Vance, é Peter Thiel, o cofundador do PayPal que é um dos “conservadores” das big techs que se mancomunaram com Donald Trump. Um sócio de Thiel num fundo de capital de risco, Trae Stephens, disse assim recentemente sobre uma tendência algo MAGA do Vale do Silício, que é a “onda cristã” dos grandes investidores que querem construir “o paraíso na Terra”:
“Os papéis para os quais somos chamados não são apenas importantes e valiosos em um nível pessoal, mas também são essenciais para cumprir o comando de Deus de trazer seu reino à Terra como é no Céu”.
A profissão de (investimento na) fé de Trae Stephens foi feita em um evento organizado pelo ACTS 17 Collective, entidade dirigida pela esposa de Stephens, Michelle, e que entrelaça tecnologia e religião, “espiritualidade e inovação”, a fim de “explorar a fé em Cristo”.
Além de bom católico, Stephens é sócio-fundador da Anduril, gigante armamentista que está em negociações com a OpenIA, do neotrumpista Sam Altman, e com a Space X, do nazista Elon Musk, para a formação de um consórcio visando abocanhar megacontratos do Pentágono; para, digamos, levar ao mundo a Palavra do Senhor.
Enquanto isso, para o período da Quaresma, o aplicativo Hallow sugere às crianças “se abster de um brinquedo ou jogo favorito” e “beber somente água na escola”. Entre as “ideias de esmola” para a Quaresma, o Hallow exorta os pais ou responsáveis: “apresente às crianças uma instituição de caridade e explique a elas como e por que doar para ela”.
Entre as “instituições de caridade afiliadas à Igreja Católica para considerar fazer uma doação”, o Hallow cita os Cavaleiros de Colombo. É quando o círculo se fecha: esta ordem católica ultraconservadora criada em 1882 tem uma subsidiária chamada Knights of Columbus Asset Advisors (KoCAA), companhia de “gestão de ativos” que administra nada menos que U$$ 29 bilhões de clientes que buscam “soluções de investimento baseadas na fé”.
No Brasil, o Hallow custa R$ 29,99 por mês, com 90 dias de teste grátis. Na página de assinatura, a ferramenta de fé cita um usuário aparentemente insatisfeito com este mundo de muitas e bilionárias contradições, mas satisfeito com o aplicativo, confundindo a solução de investimento de J.D. Vance e Peter Thiel com investimento em solução para si próprio:
“Este app é a resposta para minha alma cansada”.
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Esse texto é o conteúdo do link.
Eu sou bem prolixo e escrevo muito, mas nem todas as publicações aqui são minhas, muitas são compartilhadas de outras redes.
E esse perfil do Friendica é para textão que não cabe no mastodon e que eu não quero picotar em vários pedaços pra não floodar (mais do que já faço 😅)
Milton Temer:
NADA JUSTIFICA. Mas ninguém pode se surpreender. Guilherme Boulos, lider de fato do campo majoritário moderado da bancada do Psol no covil parlamentar, se omite, desaparece, depois de registrar presença, e não participa da luta da bancada contra o restabelecimento, por nova via, do degradantte e ilegal orcamento secreto.
BOULOS não surpreende. Tanto quanto a propostas contestáveis do governo, como em iniciativas corporativas da Casa, sempre tem a pior posição inicial. Nunca agiu na linha tradicional das bancadas antes de sua chegada a Brasília - na linha de combate acirrado ao neoliberalismo em todas as suas formas anti-sociais.
MAS, HOJE, se passou. Não levou em conta que o projeto votado era consequência de mandado de segurança impetrado pela bancada, no Supremo, com sucesso. Mandado que fez com que o STF sustasse a liberação de R$ 4,2 bilhões já comprometidos no final do ano passado pelo Orçamento secreto.
O PRESIDENTE do Congresso, representante típico do baixo clero desqualificado, resolveu restabelecer a bandalheira. Continuará oculto o autor de emenda que será encaminhada pelo líder de bancada, e cuja autoria pessoal só será conhecida pelo beneficiado da destinação dos recursos surrupiados ao Erário.
LAMENTAVELMENTE, embora se acerte - ele e os formuladores de sua corrente no Psol - com o que existe de mais atrasado e reacionário na bancada do neoPT , Boulos e seus acólitos não deixarão o Psol, como se cogitou a partir de seu nome ter sido “vazado” para um eventual cargo ministerial. Seu passe vale muito mais levando o Partido a uma federação subalterna com o barco maior. Com seus Fundos, Partidário e Eleitoral, para além dos tempos de Tv em campanha. Transferindo-se, desaparece do mapa diante dos nomes de alto coturno nas instâncias da legenda que lhe dita a linha.
TEREMOS que derrotá-lo internamente, a partir das crises já em curso entre seus aliados, e a despeito dos métodos heterodoxos de filiações suspeitas em vésperas de Congressos.
O PSOL não pode, se ainda se pretende Partido com um mínimo de relação com os princípios fundacionais que o tornaram necessário, continuar submetido a esse campo majoritário. Um campo que ora opera para alterar o Programa-Base de molde, certamente, a melhor favorecer suas manobras liquidacionistas.
QUE VENHAM. Saberemos defender nossas bandeiras de esquerda anticapitalista, pelas quais teremos o objetivo estragégido do socialismo orientando nossa movimentação tática.
Luta que Segue
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João Pedro Roque:
O Breno Altman no vídeo recente dele, "O Governo Lula é neoliberal"?, trouxe à tona alguns exemplos históricos para sustentar sua argumentação e sua posição perante à conjuntura. Brasil de 1954, Rússia de 1917.
Eu gosto da iniciativa, mas acho que existem casos concretos mais ilustrativos. Eu estou convencido de que nossa conjuntura casa melhor com um outro exemplo. Muito mais do que a Rússia pré revolução ou o Brasil de Vargas, eu considero que o melhor caso concreto para ajudar a pensar nossas lutas presentes é a China da virada do séc XIX para o XX.
Qual era, grosso modo, a conjuntura Chinesa na época?
- Em primeiro lugar, tinha um inimigo principal: o imperialismo e o colonialismo das potências ocidentais. Desde a guerra do Ópio, a China perdia territórios, era militarmente forçada a assinar acordos comerciais exploratórios e se afundava em dívidas. O perigo de balcanizacao e de desaparecimento da China enquanto nação era real e cada vez mais presente.
- Dado esse inimigo, a UNICA, força de massas capaz de fazer alguma oposição era a dinastia Qing. Era uma oposição que deixava muito a desejar, mas que, contando com uma diplomacia abilidosa, com o apoio de massas camponesas, e com uma política de constantemente dar os anéis ao imperialismo para não perder os dedos, conseguia, milagrosamente, manter a China ainda viva.
O problema? Esse anti-imperialismo se integrava economicamente ao próprio imperialismo e gradualmente perdia força, prestígio e territórios. A resistência dinastica ao imperialismo ocidental tinha um claro prazo de validade. Cada vez mais as potênciais ocidentais avançavam com menos reação.
E é exatamente por isso que eu acho que a situação chinesa se aproxima muito à nossa.
Havia um inimigo principal e havia um lado menos pior, que de fato continha relativamente esse inimigo principal, mas que claramente colapsava. Lhes lembra de algo? É por isso que apesar das discrepâncias (um partido de massas de origem popular não é uma dinastia decadente e o imperialismo do séc XX não se iguala ao nosso neofascismo) podemos apreender muito com a solução encontrada pelos chineses para sair dessa conjuntura.
O que eles fizeram? deslocaram a contradição principal! Tiveram a coragem de aceitar que a força majoritaria de resistência estava condenada, de aceitar que viria um tempo de trevas, e de criar no tempo presente os germes da futura força de libertação. No fim a dinastia de fato colapsou e a República formada em 1912 rapidamente se dividiu num conjunto de territórios dominados por senhores de guerra. Contudo, paralelamente e lentamente, dos meios estudantis e posteriormente camponeses, surgiu um novo nacionalismo, distinto da dinastia anterior e responsável por libertar a China em 1949.
@austra_lopiteco
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UM DIA ESTIVEMOS AQUI, NA LUTA
Em 2020, Bolsonaro iniciou um processo de privatização da transposição do Rio São Francisco. O objetivo era conceder à iniciativa privada a exploração do empreendimento. Confrontado pela imprensa, o então presidente negou se tratar de uma "privatização", mas sim uma parceria PPI. A esquerda bateu forte na proposta e ela acabou não prosperando.
No governo Lula, desde 2024, um processo semelhante vem ocorrendo. Agora em fevereiro, o governo federal lançou uma consulta pública sobre o projeto de PPP para a exploração da transposição. De acordo com o ministério da Fazenda, as tratativas já estão bastante adiantadas em 4 estados do Nordeste.
O brasileiro está cansado de saber que as privatizações - ou parcerias público-privadas - oneram mais ainda o contribuinte, já que a lógica de quem assume o controle dos serviços públicos é sempre o lucro. Preços exorbitantes, discriminação de serviços, baixa qualidade e abuso de poder econômico são as consequências quase imediatas quando o Estado deixa de cumprir o seu papel e o transfere para grupos econômicos privados. A falácia de que o "governo mantém o controle" nessas parcerias se desfaz quando as mesmas não podem ser desfeitas tão facilmente quando não dão certo e a gestão federal (o povo contribuinte como um todo) fica com o prejuízo.
Infelizmente, ser petista hoje é abrir mão de tudo aquilo que um dia você acreditou para entubar o espantalho da "volta do fascismo". Criticar políticas claramente entreguistas e neoliberais é um risco dentro do seu círculo político próximo. Ter que aceitar calado as medidas políticas e econômicas atuais que vão claramente jogar o Brasil de volta à direita fascista e neoliberal parece ser uma maldição indissolúvel.
Já estivemos aqui, lutando.
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Em junho de 2022, o então presidente do Bradesco, Octavio de Lazari Jr., divulgou um vídeo no qual falava sobre “o privilégio que foi servir ao nosso Exército Brasileiro” quatro décadas antes, em 1982, quando se apresentava todos os dias como “soldado 939 Lazari ao seu comando!” no 39º Batalhão de Infantaria Motorizada, em Osasco, região metropolitana de São Paulo.
Mas Lazari não ficou apenas na muito significativa conversa de que o princípios do quartel “foram fundamentais para que eu pudesse construir a minha carreira no mercado”. Com as eleições de 2022 se aproximando, justamente no momento em que as Forças Armadas escancaravam sua adesão ao bolsogolpismo, o então presidente do Bradesco encerrou o vídeo apresentando-se ao Exército outra vez, 40 anos depois: “o soldado 939 Lazari continua de prontidão”.
Em ano eleitoral anterior, 2018, o presidente do Bradesco anterior a Octavio de Lazari Jr., Luiz Carlos Trabucco, não chegou a se gabar do “privilégio” de quem serviu ao Exército Brasileiro na vigência da ditadura militar, mas foi logo avisando aos bons entendedores, logo em janeiro daquele ano, ainda na vigência do golpe de 2016 contra Dilma Rousseff: “a reforma da Previdência é mais importante que as eleições”.
Quatro anos antes, às vésperas das eleições de 2014, outro banco, o Santander, enviou um e-mail aos seus clientes “select” projetando que se Dilma Rousseff subisse nas pesquisas, rumo è reeleição, deixando Aécio Neves para trás, o índice Ibovespa iria despencar. Na época, Dilma classificou o atrevimento do Santander como “inadmissível”. O banco pediu desculpas e demitiu a analista responsável pelo envio do e-mail, mas agora, mais de 10 anos depois, voltou a confabular com clientes endinheirados por uma troca de governo no Brasil.
Semanas atrás, em meados de fevereiro, o Santander andou soprando nos ouvidos de “investidores” que, caso se vislumbre uma “virada na política” brasileira para “uma administração mais pró-negócios”, o índice Ibovespa poderia subir 45% até o final de 2025. A eleição no Brasil, porém, é só em 2026. De modo que parece incitação do capital financeiro a mais um golpe de Estado. Mas, segundo a imprensa, seria apenas o Santander buscando “estressar as análises para projetar o efeito de uma possível alternância de poder na cotação dos ativos”.
Agora, nesta segunda-feira, 10, um documento do banco estadunidense J.P. Morgan classifica a aproximação das eleições de 2026 no Brasil (ainda que falte um ano e meio para as eleições) como um “fator de atratividade” para o rentismo por causa da “possibilidade de mudança de regime” no país.
O J.P. Morgan, que fala abertamente em “mudança de regime” no Brasil e cujo presidente classifica Elon Musk como “nosso Einstein”, tem sede no número 210 da Park Avenue, em Nova York, mas está aqui também, no número 3.729 da Faria Lima, na Febraban e com seus 46% de participação no C6 Bank, banco digital com sede nos Jardins, em São Paulo, e fundado por egressos do BTG Pactual.
Foi, aliás, num evento recente do BTG Pactual que o presidente do conselho de administração da SPX Capital, uma das maiores gestoras de investimentos do Brasil; foi num evento recente do BTG, na frente de André Esteves, que Rogério Xavier desejou nestes termos, também ele, uma “mudança de regime” no Brasil a partir das próximas eleições:
“Lula e Brizola são a mesma coisa. A gente larga de 25%, 30% de voto na esquerda, se [Lula] não morrer. E eu espero que não morra. Eu não desejo a morte de ninguém. Desejei a do Brizola, foi a única pessoa na minha vida que eu desejei. Aquilo realmente destruiu o Rio de Janeiro. Esse eu realmente falei: não é possível que esse cara não morra… E não morria…”.
Leonel Brizola foi eleito governador do Rio de Janeiro em 1982, mesmo ano em que Octavio de Lazari Jr. serviu no 39º Batalhão de Infantaria Motorizada. Quando disse o que disse, Rogério Xavier arrancou gargalhadas de André Esteves e de toda a plateia. Seis décadas após o golpe militar apoiado por banqueiros, parece que os banqueiros estão, muitos deles, no modo soldado 939 Lazari: continuam de prontidão.
Publicado no Come Ananás.
comeananas.news/p/virada-na-po…
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Há quase um mês, no dia 14 de fevereiro, o Datafolha mostrou uma acentuada queda da popularidade do presidente Lula, de 35% para 24%. No mercado financeiro, a pesquisa causou “euforia”. Foi esta a palavra usada pelo grosso da mídia corporativa, como o portal E-investidor, do Estadão.
Em matéria sobre “a euforia causada pela pesquisa Datafolha”, publicada no dia 18 de fevereiro e intitulada “‘Trade de eleição’: por que 2026 já começou a movimentar os investimentos”, o E-investidor/Estadão nem disfarçou, não se fez de rogado para tratar a queda da popularidade de Lula como a cereja de “um dia que já era positivo” na Bolsa de Valores de São Paulo:
“A queda da popularidade de Lula foi noticiada já no final do pregão da sexta-feira, mas gerou impacto nos mercados em um dia que já era positivo. Lá fora, as surpresas positivas em relação às tarifas recíprocas de Trump, nos EUA, criavam um ambiente de apetite a risco – mas, para especialistas, isso acabou fora do foco após a chegada da pesquisa do Datafolha. O dólar, que estava em queda ante o real, acelerou o ritmo até cair a R$ 5,69 pela primeira vez desde o início de novembro. O Ibovespa, que também já tinha um pregão de valorização, engrenou até terminar a sessão com um salto de 2,7%, no maior nível de encerramento desde meados de dezembro”.
“É óbvio que as quedas de popularidade do Lula fazem com que o mercado se anime, porque ele não é um presidente market-friendly”, disse um “analista de investimento” ao E-investidor/Estadão, sobre a tal “trade de eleição”.
“Trade de eleição”: uma pesquisa no Google mostra que o termo jamais apareceu na imprensa brasileira antes de 2025. Aparece agora e vem sendo rapidamente incorporado à novilíngua farialimer para descrever, com empolamento, pomposidade, afetação, isso mesmo que você está pensando: a expectativa de volta ao poder em 2027 da extrema-direita negacionista, golpista, genocida, mas “market-friendly”.
A matéria do E-investidor/Estadão citou ainda um relatório do J.P. Morgan divulgado no dia 17 de fevereiro para explicar o cenário de mais pessoas comprando ações brasileiras por causa da queda da popularidade de Lula, mesmo com os preços das ações em alta:
“Para aqueles que não estão investidos, há uma clara sensação de FOMO”, dizia o relatório, que foi produzido pela equipe da diretora e estrategista para o Brasil e América Latina do J.P. Morgan, Emy Shayo.
“FOMO” é sigla para Fear of Missing Out, ou seja, medo de ficar de fora do banquete rentista que se vislumbra com a perspectiva de volta ao poder daqueles que puseram o Brasil de volta ao Mapa Mundial da Fome, após os governos do PT, com a prioridade do combate à fome, tirarem o país de lá.
Será que se chamam Baleia os Lulus da Pomerânia dos “traders” da B3?
Em tempo: o “time” do J.P. Morgan liderado por Emy Shayo, aquele que um mês atrás produziu relatório sobre a “sensação de FOMO”, é o mesmo que na última segunda-feira, 10, em outro relatório, recomendou o “movimento tático” de investir em ações brasileiras diante da “possibilidade de mudança de regime”.
No dia 8 de outubro de 2018, um dia após Jair Bolsonaro ter recebido quase 50 milhões de votos no primeiro turno das eleições daquele ano, Emy Shayo foi ao Twitter ironizar uma matéria do New York Times sobre o perigo que Bolsonaro representava para a Democracia no Brasil.
“Mídia estrangeira questionando a democracia no Brasil. Foram quase 118 milhões de pessoas que votaram ontem. Onde está o perigo para a democracia?”, tuitou a estrategista do J.P. Morgan.
Zonza de “FOMO”, Emy Shayo até hoje não enxerga, ou finge que não vê.
Na foto (de Fernando Frazão/Agência Brasil), Lula discursa no Festival Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, no G20 Social, em novembro do ano passado.
Publicado no Come Ananás.
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🇵🇪
Pedro Castillo enfrenta uma farsa de julgamento
Por Eugenio R. Zaffaroni e Guido L. Croxatto
[✂️]
LAWFARE
Casos de corrupção foram fabricados contra Castillo, assim como contra Correa, Lula, Evo, Cristina, etc., mas com a peculiaridade neste caso de que o promotor que começou a fabricá-los foi posteriormente demitido por liderar uma organização criminosa.
Uma farsa de julgamento contra o presidente constitucional Pedro Castillo começou no Peru . A legalidade peruana foi quebrada quando Castillo foi preso (sem levantamento de imunidade, sem vacância legal, sem julgamento, sem moção, sem votos) e seu vice-presidente usurpou sua posição, traindo o mandato popular e ordenando uma repressão indiscriminada que custou a vida de dezenas de pessoas, incluindo mulheres e crianças. A repressão não foi contra ninguém: foi contra aqueles que votaram em Castillo.
Castillo comparece diante desta fase sem advogados, o que significa que escolheu corretamente o caminho de não se render à pantomima. Ela pressupõe o que se chama de processo de ruptura , quando não vale a pena defender-se perante supostos juízes que já decidiram a sentença. Não se pode esperar nada minimamente legal de pessoas que não vacilaram quando um criminoso contra a humanidade foi perdoado , responsável, entre outras coisas, pela esterilização forçada de centenas de milhares de mulheres. É bem perceptível que eles estão escondendo o machado do carrasco sob a toga.
Castillo é o presidente constitucional do Peru, mesmo estando preso. Isso porque ele foi removido à força e não por lei. O Congresso não tinha votos para removê-lo constitucionalmente, e é por isso que ele foi destituído – como dizem no Peru – sem os votos necessários. É o que dizem os constitucionalistas da Pontifícia Universidade Católica – que nunca pareceram ser apoiadores do presidente – e também o Ouvidor, além de comprovarem com matemática.
Casos de corrupção foram fabricados contra Castillo, assim como contra Correa, Lula, Evo, Cristina, etc., mas com a peculiaridade neste caso de que o promotor que começou a fabricá-los foi posteriormente demitido por liderar uma organização criminosa.
O presidente Castillo comparece perante seus condenadores como presidente segundo a Constituição e acusado de tentativa de rebelião , um crime que o código penal define como pegar em armas. Sua rebelião consistiu em fazer um discurso, quando se sabia que ninguém levantaria uma arma e, de fato, a única arma levantada foi a de sua própria custódia para detê-lo, diante dos olhos de sua filha, uma criança. Sua imunidade nunca foi revogada.
Todos os seus condenadores sabem — porque, diferentemente de Castillo, estudaram direito — que quando alguém tenta cometer um crime com um meio absurdamente ineficaz (matar com orações, por exemplo), isso é chamado de tentativa inadequada e seu código estabelece explicitamente que não deve ser punido, mesmo que aleguem o argumento absurdo de que em outra circunstância isso teria sido perigoso: não há ação humana, por mais inocente que seja, que em circunstâncias diferentes não seja perigosa (tiro ao alvo, por exemplo). A conduta não é julgada em nenhuma outra circunstância , mas nas circunstâncias precisas em que ocorreu.
Eles também sabem que constitucionalmente Castillo é o presidente. Eles não desconhecem isso, alguns deles serão até professores em alguma universidade, não sei se seus alunos acreditarão quando falarem sobre direito . Eles têm plena consciência de tudo isso: o que parece lhes faltar é o outro sentido da consciência, aquele que em algum momento faz com que toda pessoa honesta ouça sua voz, mesmo que seja no último momento de sua existência.
Castillo não precisa de advogados nesta paródia, a presença deles apenas legitimaria uma encenação para dar a aparência de um julgamento . Mas não se pode ignorar que seus advogados e ex-advogados foram submetidos a pressões chamadas de "regulamentações" no Peru. Guillermo Olivera teve que deixar o país; Outro advogado relatou a presença de um carro que o seguia constantemente; Benji Espinoza acaba de relatar que seu escritório foi assaltado e seu computador pessoal foi levado. Parece que o regime de fato da Sra. Boluarte teme que no meio da dramatização judicial alguém invoque a lei.
É óbvio que o presidente Castillo não responde aos interesses colonialistas e, por enquanto - para isso - está a senhora Boluarte, até que ela deixe de ser útil para eles e a deixem nas mãos das feras, talvez dos mesmos personagens de toga que prendem e condenam um presidente constitucional, injustamente destituído. A vaga tem um procedimento que não foi respeitado.
Mas como se tudo isso não fosse vergonhoso o suficiente, o mais escandaloso é o outro motivo não confessado para a condenação do presidente Castillo: puro racismo, um camponês das montanhas não pode ser presidente , não é tolerado pelas pessoas de bem , aprofundando a ferida que remonta à colônia e que reafirmou a república em 1821. É uma ferida sangrenta que atravessa toda a história peruana e que seus melhores historiadores, pensadores e intelectuais sempre denunciaram. O cholo não pode ser presidente: esta é a razão oculta mais aberrante e escandalosa para esta condenação e não deve ser silenciada ou deixada de lado. Por que advogados, quando é o ódio racista que leva a uma condenação e todo o resto são apenas desculpas?
José Arguedas, um escritor que aprendeu a língua pela primeira vez com os "servos" que o criaram, escreveu um poema intitulado Apelo a Alguns Médicos . Sua interpretação anticolonial (e sua alta crítica à lei peruana) pode ser útil aos juízes que hoje buscam condenar, sem provas, um presidente constitucional, que em todo caso deveria ser reintegrado e julgado (em um julgamento político, não criminal) de acordo com a lei. Até agora, isso (que é o requisito básico para remover um presidente e a primeira coisa que a constituição exige) não aconteceu. Castillo foi afastado do cargo porque nunca cedeu à extorsão. Se ele tivesse "negociado" com o Congresso (que tem um índice de desaprovação de mais de 90%), ele ainda estaria sentado confortavelmente no Palácio. Felizmente para o Peru, isso não aconteceu.
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#8M #LutaFeminista
Hoje vai ao ar, às 17h, a PRIMEIRA AULA do curso A luta feminista contra o capitalismo canibal. Curso pensado pela deputada federal Fernanda Melchionna. É de Fernanda a primeira aula. O curso é de GRAÇA e a inscrição serve para concorrer aos sorteios do livro de Nancy Fraser.
As professoras do curso serão Luana Alves - feminista negra, psicóloga do SUS e vereadora da cidade de São Paulo.
Mayra Cotta - advogada especializada em gênero, pela Universidade de Brasília, mestre e doutoranda em Política na New School for Social Research, em Nova York e mestre em direito criminal pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro.
Jaqueline Tavares - mestranda em história social pela USP, professora de rede municipal de São Paulo e militante do PCBR.
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Bernardo Candal
Vou insistir em um ponto, já que vejo que ainda tem gente insistindo no contrário.
Sim, a postura do Trump indica uma tentativa mais brutal de imposição do imperialismo sem mediações, isso é um fato.
Mas o ponto nevrálgico de discordância com a maioria das análises é que ele não é causa dessa ruptura, mas consequência. Ou não foi o "Direito Internacional baseado em regras", esse eufemismo patético que chancelou a Guerra no Iraque e o justiçamento de Saddam Hussein; a aniquilação da Líbia e o justiçamento do Gadaffi; as Guerras na Síria e no Afeganistão e a derrubada de líderes laicos pra reconhecer regimes islâmicos fanáticos; a Guerra da Ucrânia usando esse país como proxy; a destruição da Palestina e o mais recente ataque genocida de Israel na Faixa de Gaza e além.
Qual foi, em todos esses casos, a postura do "mundo livre?". Aliás, qual a postura agora, já com a tragédia quase concluída, dos líderes europeus? Verbas bilionárias pra indústria militar e dobrar a aposta. Ou seja, Trump e Putin são resultados lógicos desse mundo de merda criado pelo neoliberalismo, seja ele progressista ou conservador.
Mas claro, pros liberais é mais fácil ficar falando bobagens como se tivesse um grande inimigo malvado, a autocracia, a grande ameaça ao mundo democrático!!! Vamos nos unir contra esses bobos que querem o poder pelo poder!! E lógico, pros "revolucionários", vamos ignorar a China, afinal ela não em nada a oferecer, só Estado Policial, totalitarismo, etc. Vamos fazer a Revolução permanente e não precisaremos lidar com as contradições da construção do socialismo! Viva a 4a internacional!!!!
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Diego González
🇧🇷❗Crítica ao trotskista Gustavo Machado.
Nos últimos meses, Gustavo Machado vem participando de uma série de debates contra liberais, conservadores e fascistas em podcasts organizado pela direita na Internet. É um trabalho importante de agitação e propaganda, pois ocupa espaços de mídia, fura a bolha, faz disputa ideológica, educa e gera repercussão, comentários e discussões. Gustavo é marxista trotskista, doutor em Marx e organizado no PSTU, altamente competente e gabaritado para a tarefa.
Porém, nesses debates, uma falha teórica do Gustavo Machado que é comum em trotskysta se evidencia, que enfraquece sua argumentação: Gustavo faz uma avaliação muito negativa das experiências do socialismo real, chegando a negar que sejam mesmo socialistas. Realmente, essa posição é típica de uma variedade de trotskismo, mas não é a linha do Gustavo Machado em si que pretendo criticar -- apesar de ser uma crítica comum, é também muitas vezes abstrata e não toca no cerne dos problemas, que porventura sejam muitos. Desde de que me assumi um comunista, já me deparei com alguns trotskistas pra saber que não é porque a pessoa tem essa linha que ela não tem nada a contribuir.
Quando Gustavo debateu com o vereador fascista Lucas Pavanato, o oponente reproduziu um padrão muito claro, que ecoa a estratégia da financista Renata Barreto no clássico debate contra Elias Jabbour em 2022: fingir defender princípios liberais, como liberdade de troca e livre disposição da propriedade privada, ao mesmo tempo em que realiza o típico ataque falacioso ao socialismo real, dizendo que são e foram experiências econômicas falidas, que geraram desastres políticos e econômicos de toda natureza, que mataram milhões etc.
Ora, quando Gustavo Machado contorna essas críticas, ele sempre faz a ressalva de que não seriam experiências socialistas de verdade, caindo no velho clichê do comunista que insiste que o socialismo "nunca existiu". Pavanato, percebendo isso, ataca o ponto insistentemente, para tentar demonstrar uma suposta incoerência. Porém, Pavanato é culpado do mesmo crime: defende "capitalismo" em abstrato, prega uma separação impossível entre capitalismo e "Estado", legando à ação do "Estado" todos os problemas da sociedade atual, nunca abordando a realidade material como ela se apresenta de fato, em seu desenvolvimento histórico e dialético, e na relação inextricável entre capitalismo e Estado. Gustavo procura demonstrar como o capitalismo historicamente se estabelece através da violência e da expropriação da classe trabalhadora, o que Pavanato muito luta para maquiar e até falsificar.
O problema é que o Gustavo não pode nunca apontar para um exemplo do desastre capitalista mundial (como até fez em determinada altura do debate), que o oponente sempre vai desviar dizendo que esse não é "o capitalismo de verdade" e que ele critica esses modelos de "intervenção estatal", como os EUA hoje em dia. O Gustavo não pode apontar a óbvia contradição do Estado americano financiando guerrilhas anticomunistas e golpes em toda a América Latina durante a Guerra Fria, que o Pavanato jamais aceitará isso como uma crítica ao capitalismo e ao imperialismo. Porque ele não fala de processos reais, ele não dialoga com a realidade, ele fala de coisas da sua cabeça e vende sonhos.
Gustavo não pode apontar essa inconsistência -- como Elias fez com Renata, deixando-a desmoralizada --, porque ele faz o mesmo. Não assume as experiências socialistas como socialismo "de verdade", não analisa os processos como desenvolvimentos genuínos da luta de classes com orientação socialista. Ainda que nenhuma revolução tenha triunfado no sentido de criar uma república socialista mundial ou superar inteiramente o capitalismo; rechaçá-las completamente, como se nada tivessem de socialismo, é tratar o socialismo da mesma forma que os mencionados reacionários tratam o capitalismo: como pura abstração, ignorando os processos e suas contradições.
Gustavo Machado é muito versado na teoria marxista e na crítica da economia política, o que lhe dá grande vantagem e proporciona ótima performance na disputa. Mas esse calcanhar de Aquiles sempre será um problema, em especial no que se equipara ao nível de argumentação falha dos pretensos defensores do capitalismo.
@austra_lopiteco
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Altbot
in reply to Austra lo Piteco • • •A imagem é dividida em duas partes. À esquerda, um indivíduo está vestindo um uniforme militar camuflado em tom de terra, com um boné vermelho. Ele está em um ambiente ao ar livre, possivelmente durante um evento militar, e está falando em um microfone, com um púlpito à sua frente. Ao fundo, outros militares com uniformes semelhantes e bonés vermelhos são visíveis.
À direita, outro indivíduo está vestindo um uniforme militar formal em tom de verde oliva, adornado com várias medalhas e insígnias. Ele está em frente a um fundo que inclui uma bandeira americana e o emblema do Comando Africano dos EUA. O indivíduo está em um ambiente interno, possivelmente durante uma cerimônia ou evento oficial.
No centro da imagem, há um logotipo com a inscrição "AFRICAN HERO" e um símbolo de um leão.
Fornecido por @altbot
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À direita, outro indivíduo está vestindo um uniforme militar formal em tom de verde oliva, adornado com várias medalhas e insígnias. Ele está em frente a um fundo que inclui uma bandeira americana e o emblema do Comando Africano dos EUA. O indivíduo está em um ambiente interno, possivelmente durante uma cerimônia ou evento oficial.
No centro da imagem, há um logotipo com a inscrição "AFRICAN HERO" e um símbolo de um leão.
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