A Alemanha abraça o neoliberalismo militar - Hugo Albuquerque
O cessante parlamento alemão aprovou a Emenda à Lei Fundamental que pôs fim ao Freio da Dívida [Schuldenbremse] de 2009, um equivalente germânico ao Teto de Gastos ou Arcabouço Fiscal do Brasil. Se os alemães optaram por uma metáfora automobilística, e os brasileiros aludiram à construção civil, a serventia é a mesma: limitar o investimento público ao sabor da banca – o fim do mecanismo alemão, contudo, tem a ver com ampliação dos gastos militares.
Longe de ser uma boa notícia, ou um exemplo para o Brasil, a medida alemã é um controversa volta ao que pode ser chamado “keynesiano militar”, conforme Mike Roberts colocou em um artigo grandioso, recentemente publicado no Outras Palavras, mas também Yanis Varoufakis em suas redes sobre a decepção com o Linke, partido da esquerda alemã. Isso, no entanto, merece um reparo: neoliberalismo militar parece ser um termo mais adequado.
Ainda que preveja medidas para a infraestrutura, a medida é centrada na reorientação da economia alemã para a guerra, com fábricas de automóveis da Volkswagen sendo reconvertidas para fabricar tanques. Isso não coloca fim à austeridade geral da Alemanha, mas destina recursos – que os seguidos governos alemães sempre alegaram não ter, fosse para a área social ou para economia normal para finalidades pacíficas.
Isso apenas reforça a lógica da guerra, hoje materializada no conflito na Ucrânia, em que Berlim foi envolvida pela administração Biden – às custas de suas vantajosas relações comerciais com a Rússia. Parece, portanto, ser uma aposta redobrada no atoleiro, em uma rebeldia contra Donald Trump em meio às disputas internas na Alemanha e na Europa, mas também externas junto à opinião pública dos Estados Unidos.
Ainda, o fato do Linke ter votado contra a medida na Câmara, mas mudado de posição no Senado [Bundsrat] foi chave para a aprovação da Emenda, o que traz à tona crise ideológica da esquerda radical alemã: se para se manter no Parlamento, e ampliar seus votos, o Linke adotou posturas mais moderadas, principalmente em política externa, nas últimas eleições, agora seu giro mostra o que pode estar por vir.
Alexandre Vasilenskas:
O que Olavo de Carvalho e o anticomunismo de esquerda tinham em comum?
Quando o psicótico da Virgínia despontou como comentarista político no final dos anos 90 - via grupo Globo - não era o velho com Sindrome de Tourette dizendo imbecilidades sobre Newton ou terra plana.
Foi vendido como uma espécie de substituto do então recém falecido Paulo Frances. Um anticomunista ácido com boa escrita apontando certos ethos de fato ridículos da esquerda hegemônica de então.
Sim... ninguém sabia que o sujeito era ex-astrólogo, ex-muçulmano e ex-interno de hospício.. o grosso do público só ficou sabendo disso mais de dez anos depois.
Olavão à época não teve que fazer muito esforço para sua virulência contra a esquerda. Ele simplesmente levou as últimas consequências o que essa própria dizia sobre si mesma (na verdade sobre a esquerda pré anos 80). Só depois quando já estava confinado na internet é que passou a dar vazão a lisergia medievalista. O velho inclusive fazia elogios a Lula (tinha apenas que se livrar "dos comunistas do PT" e chegou a defender a união estável entre casais gays.
Talvez o maior exemplo didático dessa fase tenha sido a Luciana Genro na programa do Gentile tendo que responder porque fazia parte de um "movimento que matou 200 milhões de pessoas".
Ela tentou balbuciar "stalinismo" sem muito sucesso... e sejamos francos... o comediante facho tinha razão: se você aceita que o principal resultado das suas ideias políticas tenha sido um banho de sangue não faz muito sentido pedir as pessoas que se vinculem a uma outra variante do mesmo projeto.
Ou seja... se você for de esquerda.... brincar de bater palminha para anticomunismo raivoso vai voltar e lhe atingir como um bumerangue.
E esse era exatamente o ambiente político que vai dos anos 90 até meados dos anos 10 desse século.
Mas por que estou dizendo essas coisas?
Porque vocês não devem se assustar pelo fato do influencer do PSTU estar fazendo sucesso entre ancaps e anticomunistas em geral.
O trotsquismo acadêmico sempre gostou de ser o token intelectual da direita pouco se importando com os resultado disso.
Acham que estou exagerando?
A organização do sujeito comemorou a queda da URSS, a revolta nazista do EuroMaidan e salivam de satisfação com qualquer revolução colorida financiada pela Otan... e last but not least apoiaram por aqui coisas como a Lava Jato e o impeachment.
A última coisa que precisamos atualmente é o retorno disso.
Lançamento de novo número da revista Crítica Marxista!
v. 32 n. 58 (2025): econtents.bc.unicamp.br/inpec/… (link nos stories)
Artigos
Mauro Castelo Branco de Moura. Sobre a concepção materialista da história
Sávio Cavalcante e Danilo Enrico Martuscelli. A importância teórica da obra de Nicos Poulantzas para a análise da extrema direita contemporânea
João Quartim de Moraes. As posições filosóficas de Lênin
Pedro Paulo Zaluth Bastos. O capitalismo segundo Nancy Fraser: um diálogo crítico
Mateus Moretti Gomes de Azevedo. Classes sociais e epistemologia marxista: a abordagem de Nicos Poulantzas
Comentários
Eduardo Altheman Camargo Santos e Bruna Della Torre. Fredric Jameson (1934-2024)
Entrevista
Entrevista de Álvaro García Linera sobre os desafios da esquerda na Bolívia e na América Latina (Danilo Enrico Martuscelli)
Resenhas
César Mortari Barreira. Adorno e Marx: dialética negativa e a crítica da economia política
Thiago Fernandes Franco. Rosa Luxemburgo: atualidade da análise política, da teoria econômica e da crítica do direito
Danielle Tega e Danielle Jardim da Silva. Kollontai 150: textos escolhidos de Alexandra Kollontai
Leandro Galastri. A teoria marxista do Bonapartismo
Adriana Herz Domingues. Teoria da reprodução social: remapear a classe, recentralizar a opressão
Beatriz Malcher. O caderno azul de Jenny: a visita de Marx à Comuna de Paris
Marília Gabriella Machado. Leituras gramscianas: história, política e classes sociais
Caio Bugiato. Dependência e governos do PT
Frederico Lyra de Carvalho. Crítica do espetáculo: o pensamento radical de Guy Debord
Vera Ceccarello. Roda gigante
reshared this
austra_lopiteco, Pudão, d4u54ck3r, Zé Andarilho and ResenhaGFP (Guilherme) reshared this.
João Pedro Stédie, na rede que não deve ser nomeada:
"Pesquisa Datafolha revela que 15% da burguesia brasileira investe em criptomoedas, 14% em dólar, títulos da divida publica 12% e 9% em ouro e apenas 6% em ações. Se interessam apenas em especulação, em aumentar a riqueza rápido. Não na produção. Ou preocupados com o futuro.
Entre os trabalhadores a poupança é ainda preferida, que não é investimento (pois perde para outros ganhos) mas sim uma segurança familiar.
E entre os jovens se repete a influencia burguesa, vejam aonde colocam suas esperanças: 71% apostam nas loterias, 32% nas bets, e 29% no jogo do bicho. E provavelmente muitos aplicam nos três. O resultado, aprece na cidade de SP, 70% de todos paulistanos estão endividados."
A classe dominante jamais foi tão brasileira, no sentido original da palavra. Vivem do Brasil. Por acaso, vivem no Brasil.
E nossos jovens, que graças ao Novo Ensino Médio aprendem empreendedorismo mas não aprendem História, perseguem o golpe de sorte que tirará um deles da pobreza.
Apenas um, claro.
Pudão reshared this.
Terminei de assistir a entrevista do camarada Ivan Pinheiro ao Faixa Livre e gostaria de fazer algumas considerações:
1. Ao contrário do que se imagina o centralismo democrático não é um método organizativo paralisado no tempo. Ao longo do séc. XX várias organizações adotaram modalidades específicas adaptadas a contextos históricos e legais.
Uma organização leninista na legalidade e diferente de uma organização leninista na clandestinidade e\ou luta armada. Quando no poder admite-se historicamente níveis diferentes de monolitismo e debate interno. O PC chinês sempre foi mais afeito ao debate que o antigo PCUS (e essa foi uma vantagem importante dos camaradas chineses).
O princípio fundamental é a unidade na ação e a não diluição ideológica do partido revolucionário no seu entorno. E isso pode pressupor bastante diversidade. O que é simplesmente fato empírico : ou alguém diria que o antigo PC italiano pode ser comparado ao Sendero Luminoso?
1. O camarada Ivan usa como exemplo seu tempo de uma década e meia sendo centralizado pela camarilha liquidacionista de Freire et caterva no PCB durante os anos 80. Convenhamos.... o leninismo já teve defesas melhores.
2. O histórico e valoroso militante comete o que em filosofia se chama de "contradição performativa". Defende um rígido centralismo usando..... uma carta pública escrita a revelia da direção. Que não perceba isso também é sintomático.
3. A ideia que intelectuais comunistas não podem ter aparelhos culturais próprios ou devam apenas expressar a opinião do partido contraria exemplo históricos (como Enio Silveira e sua editora) ou debates clássicos como o que fizeram Nelson Werneck e Caio Prado acerca da caracterização do Brasil colônia.
A rigor geraria a retirada de comunistas do debate público e seu encapsulamento aos órgãos oficiais do partido com a perda da luta por hegemonia no debate intelectual.
Por último... reafirmo minha análise que os camaradas do PCBR vão ter que se haver em algum momento com certas contradições que tem origem nas motivações diferentes para o racha com o PCB lattes.
Espero do coração que consigam.
@austra_lopiteco
El próximo 31 de mayo será inaugurada la Universidad Nacional de las Comunas, como centro de formación de todos los Circuitos Comunales, de las Comunas, voceros y voceras. En ese sentido, el presidente de la República Bolivariana de Venezuela, Nicolás Maduro, durante la ejecución de obras en la ruta de consolidación del Sistema de Gobierno Popular y Comunal desde la parroquia La Dolirita en Petare, estado Miranda, indicó que será un lugar de formación y desarrollo para el pueblo.
Asimismo, indicó que en las próximas horas anunciará el equipo directivo, «por eso le he dado el rango de universidad, el máximo nivel para que todos ustedes se conecten en la formación como líderes. Aquel que quiera estudiar desarrollo comunal, economía comunal, las carreras vinculadas al nuevo desarrollo de la nueva democracia, se puede graduar aquí».
A su vez, sostuvo que esa casa de estudio, va a tener cursos de formación para que todos los voceros y voceras, así como líderes del gran movimiento comunal, pasen por estas filas y se formen para elevar la capacidad de comprensión de lucha de liderazgo.
«Debemos combinar el trabajo práctico con la reflexión, el estudio permanente, la planificación y enlazarla con la inteligencia nuestra, la inteligencia humana, la sabiduría del hombre y mujer de a pie. Confío en la sabiduría de esa mujer y hombre sencillo, tengamos fe en nosotros mismos, no nos creemos mejores que nadie y nos aspiro a ser magnate, ni supremacista, no somos más que nadie, pero que nadie crea en el norte ni en ninguna parte del mundo que somos menos «, recalcó el jefe de Estado.
De igual forma, aseveró que hay que estudiar, hay que formarse para abrir el entendimiento y «así abrir el entendimiento de muchas personas que se deben iluminar con la verdad, porque todavía hay mucha gente que se deja confundir, engañar, pero nosotros somo la verdad y el bien para nuestra patria».
Vale acotar que la Universidad Nacional de las Comunas es un instrumento de autoformación colectiva, integral y permanente del pueblo venezolano, para contribuir con el desarrollo endógeno, sustentable y sostenible del Estado venezolano, a partir de la formación integral y avanzada, la generación y apropiación social del conocimiento de carácter humanista, con énfasis en la vinculación activa con las comunidades, proyectos de desarrollo comunal y empresas socioproductivas.
@austra_lopiteco
Gerardo Santiago
O GOVERNO LULA É NEOLIBERAL?
Para responder é bom primeiro conceituar o que é neoliberalismo. O capitalismo em sua origem era o capitalismo liberal, um sistema de superexploração da classe trabalhadora no qual o capital tinha total liberdade para impor às massas populares uma condição de vida pouco acima da mera subsistência. A sua ideologia era o liberalismo clássico de autores como Adam Smith e John Locke. Foi esse capitalismo que promoveu a escravidão, o colonialismo e o racismo o capitalismo realmente existente durante o século XIX e até a Primeira Guerra Mundial.
A reação dos trabalhadores e dos povos contra esse sistema gerou, entre outros movimentos sociais e correntes políticas, o sindicalismo, o anarquismo e o marxismo, este último a partir da Revolução Russa de 1917 oferecendo uma ameaça concreta inédita na forma de um modelo alternativo de economia e de sociedade. A crise de 1929 e os anos de depressão subsequentes, combinados com o desafio comunista ao capitalismo, levaram ao ocaso do liberalismo e sua substituição pelo keynesianismo, cuja melhor expressão política era a socialdemocracia clássica e cujo modelo era o estado de bem estar social proposto por ela como forma de conter o avanço do comunismo diminuindo a desigualdade econômica no âmbito do capitalismo.
Com a Guerra Fria caminhando para um desfecho da forma como se deu, com o colapso do bloco soviético e o consequente afastamento da ameaça comunista, se criaram as condições históricas e políticas propícias a uma retomada do liberalismo, quer dizer, ao neoliberalismo, que consistia basicamente em abandonar o keynesianismo e voltar a um quadro de superexploração dos trabalhadores e de maximização dos lucros do capital através de privatizações, do desmonte do estado de bem social, retrocessos na legislação social, tributária, previdenciária e trabalhista e desregulamentação da atividade econômica e dos mercados. Esse tipo de processo regressivo teve como primeiro "laboratório" o Chile de Pinochet e alguns anos depois se iniciou no Reino Unido com Thatcher e nos Estados Unidos com Reagan. O fim do "socialismo real" na URSS e no leste europeu possibilitou que se disseminasse globalmente.
No plano político e ideológico, a derrota e a marginalização da esquerda anticapitalista na onda do "fim da História" idealizado por Fukuyama fez com que a socialdemocracia keynesiana do pós-Guerra fosse gradualmente se adaptando ao novo contexto histórico de hegemonia ideológica neoliberal, abrindo mão de suas propostas reformistas e distributivistas e aderindo a um "consenso" macroeconômico e político nessa linha. O exemplo do "New Labour" de Tony Blair é emblemático desse tipo de processo, mas está longe de ser o único.
Em Pindorama, o neoliberalismo chegou com algum atraso, por conta de uma série de fatores, o principal deles sendo que dos anos finais da ditadura empresarial militar até 1989, ano da primeira eleição presidencial pelo voto popular desde 1960, o país viveu uma longa onda de greves e mobilizações populares que além de gerar o PT, a CUT e o MST, foi determinante para a conquista de direitos sociais e trabalhistas na Constituição de 1988, o que ia na contramão da maré neoliberal global. Na eleição de 1989, Lula ainda era o bicho papão cuja possível vitória faria o então presidente da FIESP, Mario Amato, emigrar.
O impeachment de Collor acabou adiando para o período FHC o início da implementação do neoliberalismo no Brasil. Durante esses oito anos o lulismo articulou um discurso de oposição a esse projeto, ainda que na prática essa oposição progressivamente fosse se moderando, o que foi facilitado pelo refluxo das lutas sindicais e populares na década de 1990. Em 2002, Lula rasga a fantasia e assina a célebre "Carta aos Brasileiros", que nada mais foi que a sua capitulação ao neoliberalismo, quer dizer, a aceitação por ele das mesmas premissas ideológicas em geral e macroeconômicas em particular adotadas por FHC. O banqueiro Henrique Meirelles no BACEN era como uma garantia do cumprimento do que Lula prometia à classe dominante naquela famigerada carta, o de que não haveria uma reversão do modelo neoliberal inaugurado pelos governos tucanos. Essa promessa foi cumprida.
Desde janeiro de 2003, início do primeiro mandato de Lula, já se passaram vinte e dois anos, dos quais o PT ocupou a Presidência da República por dezesseis, dez com Lula (até agora) e seis com Dilma. Em nenhum momento se tentou reverter as políticas neoliberais, nem as anteriores ao início do período lulista no governo, nem as dos seis anos de Temer e Bolsonaro entre 2016 e 2022. Políticas compensatórias aos efeitos sociais deletérios do neoliberalismo mantido pelo lulismo no governo passaram a ser vendidas como se fossem opostas ao modelo, mesmo fazendo parte do repertório de instituições como o FMI e o Banco Mundial, entre outras.
O FIES e o ProUni transferiram muitos bilhões de dinheiro público para empresas privadas com finalidade lucrativa da área da educação e são festejados por uma "esquerda" que perdeu o norte ideológico como exemplos de "inclusão social". Na área da saúde, prosperaram e prosperam empresas administradoras de planos privados como a Qualicorp, enquanto o SUS vai sendo enfraquecido através de terceirizações que também se tornam fonte de lucros para o capital privado. O que foi privatizado continua privatizado e nem se fala disso. O mesmo vale para a contrarreforma trabalhista de Temer e a "independência" do Banco Central. No momento em que escrevo este texto, o Brasil tem a taxa de juros real mais alta do mundo, estando em segundo lugar a Rússia, um país em guerra!
O discurso lulista culpa a "correlação de forças" por essa sua alegada incapacidade de mudar a realidade, entendida essa expressão de forma rasteira e legalista como sendo basicamente a composição do Parlamento nacional dominado por forças conservadoras ou mesmo reacionárias. Abandona-se totalmente a crítica ao sistema político e eleitoral colonizado pelo poder econômico. Qualquer proposta de promover a partir do governo mobilizações populares visando a mudar a tal correlação de forças é um anátema. Quando elas ocorrem contra a vontade do lulismo como nas Jornadas de Junho de 2013, ele as desqualifica e reprime e Lula ainda tem a cara de pau de dizer que "foi coisa da CIA".
Nesse terceiro mandato de Lula e quinto do PT todo o descrito acima se acentuou. Até agora o cúmulo da deriva conservadora e neoliberal do lulismo foi o PL 4614/24, que mudou para pior a política de reajuste do salário mínimo, diminuiu o número de beneficiados pelo abono salarial e endureceu os critérios para ter acesso ao BPC. O fato de que o projeto apresentado pelo governo Lula era mais radicalmente neoliberal que aquilo que foi aprovado pelo Parlamento é particularmente escandaloso: no debate sobre o BPC o "Centrão" ficou à esquerda do PT! Além de ser um aparente paradoxo, esse fato mostra a falsidade do álibi da "correlação de forças", não é que o governo petista tenha tentado aprovar uma reforma a favor dos trabalhadores e tenha sido derrotado pela maioria parlamentar conservadora, foi exatamente o contrário.
No tema das privatizações o marketing político lulista quer nos convencer de que "parcerias público-privadas" e "concessões" não seriam privatizações por não haver alienação do patrimônio público, a sua venda para agentes econômicos privados como aconteceu nos governos tucanos. Esse argumento é um insulto à inteligência alheia, porque se um serviço público prestado pelo estado passa a ser explorado por uma empresa privada com finalidade lucrativa, a forma como é operada essa mudança, a modalidade jurídica adotada para viabilizá-la, nada disso altera a sua natureza, é privatização sim.
Com base em que fatos e argumentos se pode sustentar com um mínimo de seriedade que um governo que tem a "austeridade fiscal" como prioridade absoluta e no qual presídios, escolas públicas, estradas, saneamento básico e terminais portuários e aeroportuários tem a sua privatização financiada e assessorada pelo BNDES, não é neoliberal? Em que momento o lulismo no governo se chocou contra o neoliberalismo? Qual a briga que ele comprou contra a classe dominante durante os dezesseis anos (até o momento) no Palácio do Planalto?
Os únicos momentos em que Lula e o PT se lembram de que o neoliberalismo é ruim para o povo e os trabalhadores são os de campanha eleitoral presidencial de quatro em quatro anos, que são também os únicos momentos em que as massas populares são convocadas às ruas por eles, para cantar "Lula lá" em seus comícios eleitorais. O script é sempre o mesmo, com pequenas variações: depois de vencer uma eleição dizendo que a direita vai tirar a comida do povo e enriquecer ainda mais os banqueiros, chamar um banqueiro para tomar conta do galinheiro a partir do Banco Central ou do ministério da Fazenda.
Desde 2003, Lula coloca como prioridade a segurança alimentar, que cada um possa comer três vezes por dia. Realmente é algo básico demais, mas o fato de que isso não tenha sido definitivamente resolvido até hoje e depois de tantos anos de lulismo nos mostra o que? Que o modelo social e econômico concentrador de riqueza e renda conhecido como neoliberalismo segue espoliando os mais pobres ou não? Como disse Mao Zedong, a prática é o critério da verdade. E define aquilo que é neoliberal ou não também, me parece.
'Brown mostra que neoliberalismo e neoconservadorismo operavam a partir de premissas não apenas inconsistentes, mas diretamente contraditórias. "Como", pergunta Brown, uma racionalidade que é expressamente amoral em fins e meios (neoliberalismo) se cruza com uma que é expressamente moral e reguladora (neoconservadorismo)? Como um projeto que esvazia o mundo de significado, que deprecia e desvaloriza a vida e explora abertamente o desejo, interage com um que fixa e reforça significados, conserva certos modos de vida e reprime e regula o desejo? Como o apoio à uma governança modelada na empresa e à um tecido social normativo baseado no interesse privado se cruza com o apoio à uma governança modelada na autoridade da igreja e à um tecido social normativo de autossacrifício e de lealdade consanguínea duradoura, há muito desafiadas pelo atual capitalismo desenfreado?'
@austra_lopiteco
@gmgall ursal.zone/@gmgall/11422713640…
*É o Mark Fisher em "Realismo Capitalista" citando um livro chamado "American nightmare: neoconservatism, neoliberalism, and de-democratization" de Wendy Brown. Não sei se esse livro existe em pt-br.
DEBATE IMPORTANTE que mantém no ar a grande questão. Qual a razão da obstinada defesa do governo Lula por parte da esquerda marxista ainda militando dentro do neoPT , independentemente da guinada ideológica incontestável, imposta ao Partido desde o primeiro mandato do presidente, em 2003 ??
O “MANHÃ BRASIL” juntou dois importantes quadros de reconhecida liderança – Breno Altman e Jones Manoel - , sob mediação competente de Mauro Lopes, num confronto de altíssimo nível, impossível de ver nos telejornais patrocinados pelos grandes bancos
DOIS MARXISTAS, comunistas auto-confessos, operando em campos distintos na avaliação do caráter ideológico real dos governos do neoPT, discutiram durante horas. Jones, mostrando a essência neoliberal do governo, e Breno afirmando-lhe um perfil híbrido, com uma disputa interna entre desenvolvimentistas e neoliberais expressos.
NÃO HÁ COMO NEGAR. A despeito da imensa capacidade argumentativa de Breno, Jones impôs sua tese com dados concretos, que Breno não conseguiu contestar, simplesmente por deles se omitir nas suas intervenções.
BRENO opera em faixa complexa. Classifica como erros aquilo que é, por óbvio, consequência de opção política. Para além de não conseguir concretizar o que considera campo desenvolvimentista dentro do governo, avalia como “erro”, e não como opções deliberadas, decisões tomadas desde o primeiro mandato. Apenas com um único exemplo para poupar o leitor, criticou a formação de frente ampla para a disputa de 2022 e não a de frente de esquerda, que defendia pelo menos para o primeiro turno. Mas essa opção bem sintomática por Alckmin, de evidente caráter político-ideológico, não operou sobre Breno qualquer mudança de avaliação ou de contraponto prático. Nem dele, nem do grupo interno onde opera.
CONTRADIÇÕES como a diferença de tratamento sobre a política de juros exatamente semelhantes, mas merecendo ataques veementes, quando da administração do bolsonarista Roberto Campos Netto, e apoio integral sob a presidência de Garófalo, não mereceram comentários de Breno.
FICA COMO conclusão o sentimento de que, longe de disputa interna eficaz, ou mesmo de um sinal mínimo de aceitação de suas propostas, a esquerda marxista do neoPT termina, ao fim e ao cabo, servindo de aval para a divulgação de uma fake : o governo Lula seria a única opção possível no contexto político atual. E que a esquerda combativa fora do neoPT não teria opção. Ou se acomoda também ou estaria fazendo o jogo da oposição.
A ESQUERDA COMBATIVA, na verdadeira frente progressista tem claro uma visão oposta. É na capitulação diante da conjuntura que o próprio governo, desde sua primeira edição em 2003, implantou com o conceito de “governabilidade possível” que se estaria estendendo tapete vermelho para retorno dos trogloditas de 2018.
LUTA QUE SEGUE!
Daniel Spirin Reynolds:
O IRÃ
O Irã, ao ser provocado e atacado, possui a capacidade de desencadear uma resposta devastadora no Oriente Médio. Israel e os Estados Unidos estão cientes dessa realidade. Atualmente, o Irã conta com um dos exércitos mais poderosos e tecnologicamente avançados do mundo, e seu arsenal de mísseis e lançadores está em proximidade alarmante com o território israelense, tornando impossível para Tel Aviv ignorar essa ameaça.
A relação do Irã com a Rússia proporciona acesso a informações de inteligência decisivas em momentos como este. O alto comando militar iraniano está bem informado sobre os movimentos das Forças de Defesa de Israel, o que o coloca em pé de igualdade com os demais países que apoiam os sionistas.
O Irã está em estado de prontidão para uma guerra total há muitos anos.
Ontem, Tel Aviv foi alvo de bombardeios, desta vez provenientes do Iémen. As imagens mostram que a capital é bastante vulnerável aos ataques quando os mísseis lançados não são caseiros. Importante lembrar que os ataques combinados do Líbano e Gaza no ano passado revelaram que o sistema de defesa aérea israelense não é invulnerável, mostrando-se até mesmo ineficaz diante de mísseis feitos com botijão de gás palestinos quando sob pressão intensa.
Nesse contexto, a retórica belicista dos Estados Unidos em relação ao Irã parece ser mais uma manobra política do que uma intenção real de conflito. As discussões entre Putin e Trump têm se concentrado no Irã, indicando que o foco vai além do que se discute sobre um "ataque preventivo". Washington está, na verdade, tentando evitar um envolvimento direto do Irã no conflito de Gaza.
Com isso, o "relógio do juízo final" retrocedeu em relação à guerra no Leste Europeu, mas avançou no que diz respeito ao Oriente Médio. É importante ressaltar que o Irã não é o Iraque, a Síria, a Líbia ou o Afeganistão. Um conflito direto entre Irã e Israel não apenas devastaria ambos os países, mas também arrastaria uma boa parte dos países árabes para o caos.
@austra_lopiteco
reshared this
Noah Loren, Evaristo Ramos ✍️ and austra_lopiteco reshared this.
CRISE DE PERCEPÇÃO UMA OVA!
Recentemente, me forcei a ler um artigo de um sociólogo que afirma que a baixa popularidade do governo Lula é resultado de uma "crise de percepção" da sociedade. No texto, o autor, que parece ter feito um esforço hercúleo para evitar a responsabilidade, joga no colo do povo a culpa pelos deslizes de uma administração que apostou tudo na impopularidade e caminhou de braços dados com os especuladores, ambos viajando no carro da austeridade fiscal.
O sociólogo não consegue entender como um ganho real de renda superior a 10% não é percebido pela população. Um ganho impressionante, considerando o recente desaquecimento da economia e as perdas de direitos.
Entretanto, o que ele não "percebe" (sim, é para ser infame) são as ações do governo que praticamente anulam qualquer sensação de melhora. A inflação nas principais capitais brasileiras, especialmente a dos alimentos e dos aluguéis, torna qualquer ganho real do salário mínimo irrelevante. Assim, os possíveis benefícios de um aumento salarial se dissolvem nas contas de luz, gás, carne, ovos e tarifas de transporte.
Outro ponto negativo do governo é sua sanha arrecadatória, que avança sobre as classes mais baixas e médias. A taxação de blusinhas, os cortes brutais no BPC, o pente-fino no Bolsa Família, a redução da faixa do abono salarial e o crédito caro são apenas algumas das medidas que impactam diretamente os mais vulneráveis.
Até agora, a única proposta que envolveria o "andar de cima" seria um percentual maior de desconto do imposto de renda para quem ganha acima de 600 mil reais por ano, como forma de compensar uma sonhada isenção do IRPF para as camadas mais baixas. Essa proposta só surgiu após o barco da popularidade afundar, quando deveria ter sido apresentada na primeira semana de governo.
Nosso ministro da Fazenda, em sintonia com o Banco Central, admite que uma "desaceleração da economia é necessária" para equilibrar inflação e PIB, quando, na verdade, a crise inflacionária é gerada pela falta de regulação estatal das exportações e pela incapacidade de atuar como agente controlador de preços via estoques regulatórios.
A tal crise de percepção não existe. O que realmente está presente é uma população vulnerabilizada no mercado de trabalho, explorada e vítima de uma reforma trabalhista que sequer é atacada pela administração petista. Hoje, cerca de 40 milhões de brasileiros trabalham sem direitos, sem saber o que vão comer no dia seguinte. Isso sim a população percebe. Ela nota que o governo não move uma palha para levar a opinião pública a se manifestar contra a perda de direitos trabalhistas.
O sociólogo de Brasília ignora a falta de segurança pública no país. Pesquisas mostram que a maior preocupação do povo é a violência urbana, que supera a preocupação com a saúde. O que o governo faz? Limita-se a elaborar um trabalho secundarista sobre a "interligação das polícias", tratando o tema como se fosse solucionável com meras medidas administrativas.
Sobre a política de segurança, dizem que isso é "atribuição dos estados" e lavam as mãos, como se a União não pudesse fazer nada. A União pode fazer muito, como triplicar o efetivo da Polícia Federal, investir em controle das fronteiras com tecnologia, trabalhar com o fisco para investigar e punir os poderosos que se locupletam dos recursos do crime organizado, condicionar repasses federais a resultados efetivos nos estados e, principalmente, atuar na opinião pública para a reforma do Judiciário.
O ódio que um cidadão sente ao perder seu celular para um bandido se volta contra a imagem do governo.
Alguns companheiros dirão que não é uma crise de percepção, mas sim uma crise de comunicação. O que o governo tem a dizer? Ah, o desemprego é o menor da história! Diga isso para a legião de uberizados, pejotizados e vendedores de latinhas. Ah, mas o PIB está crescendo acima do esperado! Quem come PIB? O ovo está mais caro que o frango. O crédito...
A bipolaridade do governo é assustadora. Liberam crédito consignado para o brasileiro pagar dívidas! Sim, anunciam a liberação do FGTS, um dinheiro que é do trabalhador, via empréstimos onde este trabalhador pagará juros! Uma loucura.
Ao mesmo tempo em que o governo propõe aquecer o mercado consumidor e comemora a alta do PIB, também diz que é importante "desacelerar". Essas barbaridades, o povo percebe.
Mas, claro, a culpa é sempre do povo, que não sabe apreciar as maravilhas do "ganho real" enquanto luta para não ser engolido pela inflação. Afinal, quem precisa de comida e segurança quando se tem uma crise de percepção, não é mesmo?
reshared this
austra_lopiteco and TerritoManiaco reshared this.
O jornal O Globo informou neste domingo, 16, que o aplicativo católico de “reza digital” Hallow, fruto do ventre, ou melhor, de venture capital do Vale do Silício, já foi baixado por mais de 4 milhões de pessoas no Brasil, tornando-se o aplicativo mais baixado no país na categoria “religião”.
Parece que não é o jornal, mas sim o Hallow, a oração matinal do homem moderno, “pós-moderno”, “pós-verdade”: o próprio O Globo, o app do jornal, não chega a um milhão de downloads na loja Google Play.
Oração do homem, literalmente: financiado pelo vice-presidente dos EUA, J.D. Vance, aquele ex-ateu convertido ao catolicismo que hoje excomunga “mulheres sem filhos”, o Hallow oferece orações da manhã - e da tarde, e da noite -, para ouvir enquanto se escova os dentes (para as crianças, “rezar a caminho da escola”), nas vozes de astros de Hollywood associados ao sexismo e padres-celebridade “pró-vida” - antiaborto - habitués da Fox News.
Outro investidor do Hallow, além de J.D. Vance, é Peter Thiel, o cofundador do PayPal que é um dos “conservadores” das big techs que se mancomunaram com Donald Trump. Um sócio de Thiel num fundo de capital de risco, Trae Stephens, disse assim recentemente sobre uma tendência algo MAGA do Vale do Silício, que é a “onda cristã” dos grandes investidores que querem construir “o paraíso na Terra”:
“Os papéis para os quais somos chamados não são apenas importantes e valiosos em um nível pessoal, mas também são essenciais para cumprir o comando de Deus de trazer seu reino à Terra como é no Céu”.
A profissão de (investimento na) fé de Trae Stephens foi feita em um evento organizado pelo ACTS 17 Collective, entidade dirigida pela esposa de Stephens, Michelle, e que entrelaça tecnologia e religião, “espiritualidade e inovação”, a fim de “explorar a fé em Cristo”.
Além de bom católico, Stephens é sócio-fundador da Anduril, gigante armamentista que está em negociações com a OpenIA, do neotrumpista Sam Altman, e com a Space X, do nazista Elon Musk, para a formação de um consórcio visando abocanhar megacontratos do Pentágono; para, digamos, levar ao mundo a Palavra do Senhor.
Enquanto isso, para o período da Quaresma, o aplicativo Hallow sugere às crianças “se abster de um brinquedo ou jogo favorito” e “beber somente água na escola”. Entre as “ideias de esmola” para a Quaresma, o Hallow exorta os pais ou responsáveis: “apresente às crianças uma instituição de caridade e explique a elas como e por que doar para ela”.
Entre as “instituições de caridade afiliadas à Igreja Católica para considerar fazer uma doação”, o Hallow cita os Cavaleiros de Colombo. É quando o círculo se fecha: esta ordem católica ultraconservadora criada em 1882 tem uma subsidiária chamada Knights of Columbus Asset Advisors (KoCAA), companhia de “gestão de ativos” que administra nada menos que U$$ 29 bilhões de clientes que buscam “soluções de investimento baseadas na fé”.
No Brasil, o Hallow custa R$ 29,99 por mês, com 90 dias de teste grátis. Na página de assinatura, a ferramenta de fé cita um usuário aparentemente insatisfeito com este mundo de muitas e bilionárias contradições, mas satisfeito com o aplicativo, confundindo a solução de investimento de J.D. Vance e Peter Thiel com investimento em solução para si próprio:
“Este app é a resposta para minha alma cansada”.
austra_lopiteco reshared this.
Milton Temer:
NADA JUSTIFICA. Mas ninguém pode se surpreender. Guilherme Boulos, lider de fato do campo majoritário moderado da bancada do Psol no covil parlamentar, se omite, desaparece, depois de registrar presença, e não participa da luta da bancada contra o restabelecimento, por nova via, do degradantte e ilegal orcamento secreto.
BOULOS não surpreende. Tanto quanto a propostas contestáveis do governo, como em iniciativas corporativas da Casa, sempre tem a pior posição inicial. Nunca agiu na linha tradicional das bancadas antes de sua chegada a Brasília - na linha de combate acirrado ao neoliberalismo em todas as suas formas anti-sociais.
MAS, HOJE, se passou. Não levou em conta que o projeto votado era consequência de mandado de segurança impetrado pela bancada, no Supremo, com sucesso. Mandado que fez com que o STF sustasse a liberação de R$ 4,2 bilhões já comprometidos no final do ano passado pelo Orçamento secreto.
O PRESIDENTE do Congresso, representante típico do baixo clero desqualificado, resolveu restabelecer a bandalheira. Continuará oculto o autor de emenda que será encaminhada pelo líder de bancada, e cuja autoria pessoal só será conhecida pelo beneficiado da destinação dos recursos surrupiados ao Erário.
LAMENTAVELMENTE, embora se acerte - ele e os formuladores de sua corrente no Psol - com o que existe de mais atrasado e reacionário na bancada do neoPT , Boulos e seus acólitos não deixarão o Psol, como se cogitou a partir de seu nome ter sido “vazado” para um eventual cargo ministerial. Seu passe vale muito mais levando o Partido a uma federação subalterna com o barco maior. Com seus Fundos, Partidário e Eleitoral, para além dos tempos de Tv em campanha. Transferindo-se, desaparece do mapa diante dos nomes de alto coturno nas instâncias da legenda que lhe dita a linha.
TEREMOS que derrotá-lo internamente, a partir das crises já em curso entre seus aliados, e a despeito dos métodos heterodoxos de filiações suspeitas em vésperas de Congressos.
O PSOL não pode, se ainda se pretende Partido com um mínimo de relação com os princípios fundacionais que o tornaram necessário, continuar submetido a esse campo majoritário. Um campo que ora opera para alterar o Programa-Base de molde, certamente, a melhor favorecer suas manobras liquidacionistas.
QUE VENHAM. Saberemos defender nossas bandeiras de esquerda anticapitalista, pelas quais teremos o objetivo estragégido do socialismo orientando nossa movimentação tática.
Luta que Segue
austra_lopiteco reshared this.
João Pedro Roque:
O Breno Altman no vídeo recente dele, "O Governo Lula é neoliberal"?, trouxe à tona alguns exemplos históricos para sustentar sua argumentação e sua posição perante à conjuntura. Brasil de 1954, Rússia de 1917.
Eu gosto da iniciativa, mas acho que existem casos concretos mais ilustrativos. Eu estou convencido de que nossa conjuntura casa melhor com um outro exemplo. Muito mais do que a Rússia pré revolução ou o Brasil de Vargas, eu considero que o melhor caso concreto para ajudar a pensar nossas lutas presentes é a China da virada do séc XIX para o XX.
Qual era, grosso modo, a conjuntura Chinesa na época?
- Em primeiro lugar, tinha um inimigo principal: o imperialismo e o colonialismo das potências ocidentais. Desde a guerra do Ópio, a China perdia territórios, era militarmente forçada a assinar acordos comerciais exploratórios e se afundava em dívidas. O perigo de balcanizacao e de desaparecimento da China enquanto nação era real e cada vez mais presente.
- Dado esse inimigo, a UNICA, força de massas capaz de fazer alguma oposição era a dinastia Qing. Era uma oposição que deixava muito a desejar, mas que, contando com uma diplomacia abilidosa, com o apoio de massas camponesas, e com uma política de constantemente dar os anéis ao imperialismo para não perder os dedos, conseguia, milagrosamente, manter a China ainda viva.
O problema? Esse anti-imperialismo se integrava economicamente ao próprio imperialismo e gradualmente perdia força, prestígio e territórios. A resistência dinastica ao imperialismo ocidental tinha um claro prazo de validade. Cada vez mais as potênciais ocidentais avançavam com menos reação.
E é exatamente por isso que eu acho que a situação chinesa se aproxima muito à nossa.
Havia um inimigo principal e havia um lado menos pior, que de fato continha relativamente esse inimigo principal, mas que claramente colapsava. Lhes lembra de algo? É por isso que apesar das discrepâncias (um partido de massas de origem popular não é uma dinastia decadente e o imperialismo do séc XX não se iguala ao nosso neofascismo) podemos apreender muito com a solução encontrada pelos chineses para sair dessa conjuntura.
O que eles fizeram? deslocaram a contradição principal! Tiveram a coragem de aceitar que a força majoritaria de resistência estava condenada, de aceitar que viria um tempo de trevas, e de criar no tempo presente os germes da futura força de libertação. No fim a dinastia de fato colapsou e a República formada em 1912 rapidamente se dividiu num conjunto de territórios dominados por senhores de guerra. Contudo, paralelamente e lentamente, dos meios estudantis e posteriormente camponeses, surgiu um novo nacionalismo, distinto da dinastia anterior e responsável por libertar a China em 1949.
@austra_lopiteco
austra_lopiteco reshared this.
UM DIA ESTIVEMOS AQUI, NA LUTA
Em 2020, Bolsonaro iniciou um processo de privatização da transposição do Rio São Francisco. O objetivo era conceder à iniciativa privada a exploração do empreendimento. Confrontado pela imprensa, o então presidente negou se tratar de uma "privatização", mas sim uma parceria PPI. A esquerda bateu forte na proposta e ela acabou não prosperando.
No governo Lula, desde 2024, um processo semelhante vem ocorrendo. Agora em fevereiro, o governo federal lançou uma consulta pública sobre o projeto de PPP para a exploração da transposição. De acordo com o ministério da Fazenda, as tratativas já estão bastante adiantadas em 4 estados do Nordeste.
O brasileiro está cansado de saber que as privatizações - ou parcerias público-privadas - oneram mais ainda o contribuinte, já que a lógica de quem assume o controle dos serviços públicos é sempre o lucro. Preços exorbitantes, discriminação de serviços, baixa qualidade e abuso de poder econômico são as consequências quase imediatas quando o Estado deixa de cumprir o seu papel e o transfere para grupos econômicos privados. A falácia de que o "governo mantém o controle" nessas parcerias se desfaz quando as mesmas não podem ser desfeitas tão facilmente quando não dão certo e a gestão federal (o povo contribuinte como um todo) fica com o prejuízo.
Infelizmente, ser petista hoje é abrir mão de tudo aquilo que um dia você acreditou para entubar o espantalho da "volta do fascismo". Criticar políticas claramente entreguistas e neoliberais é um risco dentro do seu círculo político próximo. Ter que aceitar calado as medidas políticas e econômicas atuais que vão claramente jogar o Brasil de volta à direita fascista e neoliberal parece ser uma maldição indissolúvel.
Já estivemos aqui, lutando.
austra_lopiteco reshared this.
Em junho de 2022, o então presidente do Bradesco, Octavio de Lazari Jr., divulgou um vídeo no qual falava sobre “o privilégio que foi servir ao nosso Exército Brasileiro” quatro décadas antes, em 1982, quando se apresentava todos os dias como “soldado 939 Lazari ao seu comando!” no 39º Batalhão de Infantaria Motorizada, em Osasco, região metropolitana de São Paulo.
Mas Lazari não ficou apenas na muito significativa conversa de que o princípios do quartel “foram fundamentais para que eu pudesse construir a minha carreira no mercado”. Com as eleições de 2022 se aproximando, justamente no momento em que as Forças Armadas escancaravam sua adesão ao bolsogolpismo, o então presidente do Bradesco encerrou o vídeo apresentando-se ao Exército outra vez, 40 anos depois: “o soldado 939 Lazari continua de prontidão”.
Em ano eleitoral anterior, 2018, o presidente do Bradesco anterior a Octavio de Lazari Jr., Luiz Carlos Trabucco, não chegou a se gabar do “privilégio” de quem serviu ao Exército Brasileiro na vigência da ditadura militar, mas foi logo avisando aos bons entendedores, logo em janeiro daquele ano, ainda na vigência do golpe de 2016 contra Dilma Rousseff: “a reforma da Previdência é mais importante que as eleições”.
Quatro anos antes, às vésperas das eleições de 2014, outro banco, o Santander, enviou um e-mail aos seus clientes “select” projetando que se Dilma Rousseff subisse nas pesquisas, rumo è reeleição, deixando Aécio Neves para trás, o índice Ibovespa iria despencar. Na época, Dilma classificou o atrevimento do Santander como “inadmissível”. O banco pediu desculpas e demitiu a analista responsável pelo envio do e-mail, mas agora, mais de 10 anos depois, voltou a confabular com clientes endinheirados por uma troca de governo no Brasil.
Semanas atrás, em meados de fevereiro, o Santander andou soprando nos ouvidos de “investidores” que, caso se vislumbre uma “virada na política” brasileira para “uma administração mais pró-negócios”, o índice Ibovespa poderia subir 45% até o final de 2025. A eleição no Brasil, porém, é só em 2026. De modo que parece incitação do capital financeiro a mais um golpe de Estado. Mas, segundo a imprensa, seria apenas o Santander buscando “estressar as análises para projetar o efeito de uma possível alternância de poder na cotação dos ativos”.
Agora, nesta segunda-feira, 10, um documento do banco estadunidense J.P. Morgan classifica a aproximação das eleições de 2026 no Brasil (ainda que falte um ano e meio para as eleições) como um “fator de atratividade” para o rentismo por causa da “possibilidade de mudança de regime” no país.
O J.P. Morgan, que fala abertamente em “mudança de regime” no Brasil e cujo presidente classifica Elon Musk como “nosso Einstein”, tem sede no número 210 da Park Avenue, em Nova York, mas está aqui também, no número 3.729 da Faria Lima, na Febraban e com seus 46% de participação no C6 Bank, banco digital com sede nos Jardins, em São Paulo, e fundado por egressos do BTG Pactual.
Foi, aliás, num evento recente do BTG Pactual que o presidente do conselho de administração da SPX Capital, uma das maiores gestoras de investimentos do Brasil; foi num evento recente do BTG, na frente de André Esteves, que Rogério Xavier desejou nestes termos, também ele, uma “mudança de regime” no Brasil a partir das próximas eleições:
“Lula e Brizola são a mesma coisa. A gente larga de 25%, 30% de voto na esquerda, se [Lula] não morrer. E eu espero que não morra. Eu não desejo a morte de ninguém. Desejei a do Brizola, foi a única pessoa na minha vida que eu desejei. Aquilo realmente destruiu o Rio de Janeiro. Esse eu realmente falei: não é possível que esse cara não morra… E não morria…”.
Leonel Brizola foi eleito governador do Rio de Janeiro em 1982, mesmo ano em que Octavio de Lazari Jr. serviu no 39º Batalhão de Infantaria Motorizada. Quando disse o que disse, Rogério Xavier arrancou gargalhadas de André Esteves e de toda a plateia. Seis décadas após o golpe militar apoiado por banqueiros, parece que os banqueiros estão, muitos deles, no modo soldado 939 Lazari: continuam de prontidão.
Publicado no Come Ananás.
comeananas.news/p/virada-na-po…
austra_lopiteco reshared this.
Há quase um mês, no dia 14 de fevereiro, o Datafolha mostrou uma acentuada queda da popularidade do presidente Lula, de 35% para 24%. No mercado financeiro, a pesquisa causou “euforia”. Foi esta a palavra usada pelo grosso da mídia corporativa, como o portal E-investidor, do Estadão.
Em matéria sobre “a euforia causada pela pesquisa Datafolha”, publicada no dia 18 de fevereiro e intitulada “‘Trade de eleição’: por que 2026 já começou a movimentar os investimentos”, o E-investidor/Estadão nem disfarçou, não se fez de rogado para tratar a queda da popularidade de Lula como a cereja de “um dia que já era positivo” na Bolsa de Valores de São Paulo:
“A queda da popularidade de Lula foi noticiada já no final do pregão da sexta-feira, mas gerou impacto nos mercados em um dia que já era positivo. Lá fora, as surpresas positivas em relação às tarifas recíprocas de Trump, nos EUA, criavam um ambiente de apetite a risco – mas, para especialistas, isso acabou fora do foco após a chegada da pesquisa do Datafolha. O dólar, que estava em queda ante o real, acelerou o ritmo até cair a R$ 5,69 pela primeira vez desde o início de novembro. O Ibovespa, que também já tinha um pregão de valorização, engrenou até terminar a sessão com um salto de 2,7%, no maior nível de encerramento desde meados de dezembro”.
“É óbvio que as quedas de popularidade do Lula fazem com que o mercado se anime, porque ele não é um presidente market-friendly”, disse um “analista de investimento” ao E-investidor/Estadão, sobre a tal “trade de eleição”.
“Trade de eleição”: uma pesquisa no Google mostra que o termo jamais apareceu na imprensa brasileira antes de 2025. Aparece agora e vem sendo rapidamente incorporado à novilíngua farialimer para descrever, com empolamento, pomposidade, afetação, isso mesmo que você está pensando: a expectativa de volta ao poder em 2027 da extrema-direita negacionista, golpista, genocida, mas “market-friendly”.
A matéria do E-investidor/Estadão citou ainda um relatório do J.P. Morgan divulgado no dia 17 de fevereiro para explicar o cenário de mais pessoas comprando ações brasileiras por causa da queda da popularidade de Lula, mesmo com os preços das ações em alta:
“Para aqueles que não estão investidos, há uma clara sensação de FOMO”, dizia o relatório, que foi produzido pela equipe da diretora e estrategista para o Brasil e América Latina do J.P. Morgan, Emy Shayo.
“FOMO” é sigla para Fear of Missing Out, ou seja, medo de ficar de fora do banquete rentista que se vislumbra com a perspectiva de volta ao poder daqueles que puseram o Brasil de volta ao Mapa Mundial da Fome, após os governos do PT, com a prioridade do combate à fome, tirarem o país de lá.
Será que se chamam Baleia os Lulus da Pomerânia dos “traders” da B3?
Em tempo: o “time” do J.P. Morgan liderado por Emy Shayo, aquele que um mês atrás produziu relatório sobre a “sensação de FOMO”, é o mesmo que na última segunda-feira, 10, em outro relatório, recomendou o “movimento tático” de investir em ações brasileiras diante da “possibilidade de mudança de regime”.
No dia 8 de outubro de 2018, um dia após Jair Bolsonaro ter recebido quase 50 milhões de votos no primeiro turno das eleições daquele ano, Emy Shayo foi ao Twitter ironizar uma matéria do New York Times sobre o perigo que Bolsonaro representava para a Democracia no Brasil.
“Mídia estrangeira questionando a democracia no Brasil. Foram quase 118 milhões de pessoas que votaram ontem. Onde está o perigo para a democracia?”, tuitou a estrategista do J.P. Morgan.
Zonza de “FOMO”, Emy Shayo até hoje não enxerga, ou finge que não vê.
Na foto (de Fernando Frazão/Agência Brasil), Lula discursa no Festival Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, no G20 Social, em novembro do ano passado.
Publicado no Come Ananás.
comeananas.news/p/sensacao-de-…
austra_lopiteco reshared this.
🇵🇪
Pedro Castillo enfrenta uma farsa de julgamento
Por Eugenio R. Zaffaroni e Guido L. Croxatto
[✂️]
LAWFARE
Casos de corrupção foram fabricados contra Castillo, assim como contra Correa, Lula, Evo, Cristina, etc., mas com a peculiaridade neste caso de que o promotor que começou a fabricá-los foi posteriormente demitido por liderar uma organização criminosa.
Uma farsa de julgamento contra o presidente constitucional Pedro Castillo começou no Peru . A legalidade peruana foi quebrada quando Castillo foi preso (sem levantamento de imunidade, sem vacância legal, sem julgamento, sem moção, sem votos) e seu vice-presidente usurpou sua posição, traindo o mandato popular e ordenando uma repressão indiscriminada que custou a vida de dezenas de pessoas, incluindo mulheres e crianças. A repressão não foi contra ninguém: foi contra aqueles que votaram em Castillo.
Castillo comparece diante desta fase sem advogados, o que significa que escolheu corretamente o caminho de não se render à pantomima. Ela pressupõe o que se chama de processo de ruptura , quando não vale a pena defender-se perante supostos juízes que já decidiram a sentença. Não se pode esperar nada minimamente legal de pessoas que não vacilaram quando um criminoso contra a humanidade foi perdoado , responsável, entre outras coisas, pela esterilização forçada de centenas de milhares de mulheres. É bem perceptível que eles estão escondendo o machado do carrasco sob a toga.
Castillo é o presidente constitucional do Peru, mesmo estando preso. Isso porque ele foi removido à força e não por lei. O Congresso não tinha votos para removê-lo constitucionalmente, e é por isso que ele foi destituído – como dizem no Peru – sem os votos necessários. É o que dizem os constitucionalistas da Pontifícia Universidade Católica – que nunca pareceram ser apoiadores do presidente – e também o Ouvidor, além de comprovarem com matemática.
Casos de corrupção foram fabricados contra Castillo, assim como contra Correa, Lula, Evo, Cristina, etc., mas com a peculiaridade neste caso de que o promotor que começou a fabricá-los foi posteriormente demitido por liderar uma organização criminosa.
O presidente Castillo comparece perante seus condenadores como presidente segundo a Constituição e acusado de tentativa de rebelião , um crime que o código penal define como pegar em armas. Sua rebelião consistiu em fazer um discurso, quando se sabia que ninguém levantaria uma arma e, de fato, a única arma levantada foi a de sua própria custódia para detê-lo, diante dos olhos de sua filha, uma criança. Sua imunidade nunca foi revogada.
Todos os seus condenadores sabem — porque, diferentemente de Castillo, estudaram direito — que quando alguém tenta cometer um crime com um meio absurdamente ineficaz (matar com orações, por exemplo), isso é chamado de tentativa inadequada e seu código estabelece explicitamente que não deve ser punido, mesmo que aleguem o argumento absurdo de que em outra circunstância isso teria sido perigoso: não há ação humana, por mais inocente que seja, que em circunstâncias diferentes não seja perigosa (tiro ao alvo, por exemplo). A conduta não é julgada em nenhuma outra circunstância , mas nas circunstâncias precisas em que ocorreu.
Eles também sabem que constitucionalmente Castillo é o presidente. Eles não desconhecem isso, alguns deles serão até professores em alguma universidade, não sei se seus alunos acreditarão quando falarem sobre direito . Eles têm plena consciência de tudo isso: o que parece lhes faltar é o outro sentido da consciência, aquele que em algum momento faz com que toda pessoa honesta ouça sua voz, mesmo que seja no último momento de sua existência.
Castillo não precisa de advogados nesta paródia, a presença deles apenas legitimaria uma encenação para dar a aparência de um julgamento . Mas não se pode ignorar que seus advogados e ex-advogados foram submetidos a pressões chamadas de "regulamentações" no Peru. Guillermo Olivera teve que deixar o país; Outro advogado relatou a presença de um carro que o seguia constantemente; Benji Espinoza acaba de relatar que seu escritório foi assaltado e seu computador pessoal foi levado. Parece que o regime de fato da Sra. Boluarte teme que no meio da dramatização judicial alguém invoque a lei.
É óbvio que o presidente Castillo não responde aos interesses colonialistas e, por enquanto - para isso - está a senhora Boluarte, até que ela deixe de ser útil para eles e a deixem nas mãos das feras, talvez dos mesmos personagens de toga que prendem e condenam um presidente constitucional, injustamente destituído. A vaga tem um procedimento que não foi respeitado.
Mas como se tudo isso não fosse vergonhoso o suficiente, o mais escandaloso é o outro motivo não confessado para a condenação do presidente Castillo: puro racismo, um camponês das montanhas não pode ser presidente , não é tolerado pelas pessoas de bem , aprofundando a ferida que remonta à colônia e que reafirmou a república em 1821. É uma ferida sangrenta que atravessa toda a história peruana e que seus melhores historiadores, pensadores e intelectuais sempre denunciaram. O cholo não pode ser presidente: esta é a razão oculta mais aberrante e escandalosa para esta condenação e não deve ser silenciada ou deixada de lado. Por que advogados, quando é o ódio racista que leva a uma condenação e todo o resto são apenas desculpas?
José Arguedas, um escritor que aprendeu a língua pela primeira vez com os "servos" que o criaram, escreveu um poema intitulado Apelo a Alguns Médicos . Sua interpretação anticolonial (e sua alta crítica à lei peruana) pode ser útil aos juízes que hoje buscam condenar, sem provas, um presidente constitucional, que em todo caso deveria ser reintegrado e julgado (em um julgamento político, não criminal) de acordo com a lei. Até agora, isso (que é o requisito básico para remover um presidente e a primeira coisa que a constituição exige) não aconteceu. Castillo foi afastado do cargo porque nunca cedeu à extorsão. Se ele tivesse "negociado" com o Congresso (que tem um índice de desaprovação de mais de 90%), ele ainda estaria sentado confortavelmente no Palácio. Felizmente para o Peru, isso não aconteceu.
reshared this
austra_lopiteco and (Anti) Colonialismos reshared this.
#8M #LutaFeminista
Hoje vai ao ar, às 17h, a PRIMEIRA AULA do curso A luta feminista contra o capitalismo canibal. Curso pensado pela deputada federal Fernanda Melchionna. É de Fernanda a primeira aula. O curso é de GRAÇA e a inscrição serve para concorrer aos sorteios do livro de Nancy Fraser.
As professoras do curso serão Luana Alves - feminista negra, psicóloga do SUS e vereadora da cidade de São Paulo.
Mayra Cotta - advogada especializada em gênero, pela Universidade de Brasília, mestre e doutoranda em Política na New School for Social Research, em Nova York e mestre em direito criminal pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro.
Jaqueline Tavares - mestranda em história social pela USP, professora de rede municipal de São Paulo e militante do PCBR.
Austra lo Piteco reshared this.
Bernardo Candal
Vou insistir em um ponto, já que vejo que ainda tem gente insistindo no contrário.
Sim, a postura do Trump indica uma tentativa mais brutal de imposição do imperialismo sem mediações, isso é um fato.
Mas o ponto nevrálgico de discordância com a maioria das análises é que ele não é causa dessa ruptura, mas consequência. Ou não foi o "Direito Internacional baseado em regras", esse eufemismo patético que chancelou a Guerra no Iraque e o justiçamento de Saddam Hussein; a aniquilação da Líbia e o justiçamento do Gadaffi; as Guerras na Síria e no Afeganistão e a derrubada de líderes laicos pra reconhecer regimes islâmicos fanáticos; a Guerra da Ucrânia usando esse país como proxy; a destruição da Palestina e o mais recente ataque genocida de Israel na Faixa de Gaza e além.
Qual foi, em todos esses casos, a postura do "mundo livre?". Aliás, qual a postura agora, já com a tragédia quase concluída, dos líderes europeus? Verbas bilionárias pra indústria militar e dobrar a aposta. Ou seja, Trump e Putin são resultados lógicos desse mundo de merda criado pelo neoliberalismo, seja ele progressista ou conservador.
Mas claro, pros liberais é mais fácil ficar falando bobagens como se tivesse um grande inimigo malvado, a autocracia, a grande ameaça ao mundo democrático!!! Vamos nos unir contra esses bobos que querem o poder pelo poder!! E lógico, pros "revolucionários", vamos ignorar a China, afinal ela não em nada a oferecer, só Estado Policial, totalitarismo, etc. Vamos fazer a Revolução permanente e não precisaremos lidar com as contradições da construção do socialismo! Viva a 4a internacional!!!!
austra_lopiteco reshared this.
Diego González
🇧🇷❗Crítica ao trotskista Gustavo Machado.
Nos últimos meses, Gustavo Machado vem participando de uma série de debates contra liberais, conservadores e fascistas em podcasts organizado pela direita na Internet. É um trabalho importante de agitação e propaganda, pois ocupa espaços de mídia, fura a bolha, faz disputa ideológica, educa e gera repercussão, comentários e discussões. Gustavo é marxista trotskista, doutor em Marx e organizado no PSTU, altamente competente e gabaritado para a tarefa.
Porém, nesses debates, uma falha teórica do Gustavo Machado que é comum em trotskysta se evidencia, que enfraquece sua argumentação: Gustavo faz uma avaliação muito negativa das experiências do socialismo real, chegando a negar que sejam mesmo socialistas. Realmente, essa posição é típica de uma variedade de trotskismo, mas não é a linha do Gustavo Machado em si que pretendo criticar -- apesar de ser uma crítica comum, é também muitas vezes abstrata e não toca no cerne dos problemas, que porventura sejam muitos. Desde de que me assumi um comunista, já me deparei com alguns trotskistas pra saber que não é porque a pessoa tem essa linha que ela não tem nada a contribuir.
Quando Gustavo debateu com o vereador fascista Lucas Pavanato, o oponente reproduziu um padrão muito claro, que ecoa a estratégia da financista Renata Barreto no clássico debate contra Elias Jabbour em 2022: fingir defender princípios liberais, como liberdade de troca e livre disposição da propriedade privada, ao mesmo tempo em que realiza o típico ataque falacioso ao socialismo real, dizendo que são e foram experiências econômicas falidas, que geraram desastres políticos e econômicos de toda natureza, que mataram milhões etc.
Ora, quando Gustavo Machado contorna essas críticas, ele sempre faz a ressalva de que não seriam experiências socialistas de verdade, caindo no velho clichê do comunista que insiste que o socialismo "nunca existiu". Pavanato, percebendo isso, ataca o ponto insistentemente, para tentar demonstrar uma suposta incoerência. Porém, Pavanato é culpado do mesmo crime: defende "capitalismo" em abstrato, prega uma separação impossível entre capitalismo e "Estado", legando à ação do "Estado" todos os problemas da sociedade atual, nunca abordando a realidade material como ela se apresenta de fato, em seu desenvolvimento histórico e dialético, e na relação inextricável entre capitalismo e Estado. Gustavo procura demonstrar como o capitalismo historicamente se estabelece através da violência e da expropriação da classe trabalhadora, o que Pavanato muito luta para maquiar e até falsificar.
O problema é que o Gustavo não pode nunca apontar para um exemplo do desastre capitalista mundial (como até fez em determinada altura do debate), que o oponente sempre vai desviar dizendo que esse não é "o capitalismo de verdade" e que ele critica esses modelos de "intervenção estatal", como os EUA hoje em dia. O Gustavo não pode apontar a óbvia contradição do Estado americano financiando guerrilhas anticomunistas e golpes em toda a América Latina durante a Guerra Fria, que o Pavanato jamais aceitará isso como uma crítica ao capitalismo e ao imperialismo. Porque ele não fala de processos reais, ele não dialoga com a realidade, ele fala de coisas da sua cabeça e vende sonhos.
Gustavo não pode apontar essa inconsistência -- como Elias fez com Renata, deixando-a desmoralizada --, porque ele faz o mesmo. Não assume as experiências socialistas como socialismo "de verdade", não analisa os processos como desenvolvimentos genuínos da luta de classes com orientação socialista. Ainda que nenhuma revolução tenha triunfado no sentido de criar uma república socialista mundial ou superar inteiramente o capitalismo; rechaçá-las completamente, como se nada tivessem de socialismo, é tratar o socialismo da mesma forma que os mencionados reacionários tratam o capitalismo: como pura abstração, ignorando os processos e suas contradições.
Gustavo Machado é muito versado na teoria marxista e na crítica da economia política, o que lhe dá grande vantagem e proporciona ótima performance na disputa. Mas esse calcanhar de Aquiles sempre será um problema, em especial no que se equipara ao nível de argumentação falha dos pretensos defensores do capitalismo.
@austra_lopiteco
Noah Loren likes this.
reshared this
austra_lopiteco and Noah Loren reshared this.
DINHEIRO NUNCA FALTOU
Há décadas, a Europa se comprometeu com políticas de austeridade fiscal, impondo à população os custos sociais decorrentes de cortes de gastos. O neoliberalismo na região adquiriu contornos quase sagrados e intocáveis.
Como resultado, observou-se um aumento da pobreza e um desmantelamento gradual do sistema de bem-estar social, que havia sido criado para contrabalançar a atração pelo socialismo na região durante o pós-guerra.
Esse empobrecimento e a redução dos gastos também impactaram a indústria de defesa de países como Alemanha, Inglaterra e França, além de afetar a ciência e a tecnologia. Essas práticas resultaram em uma defasagem militar significativa em relação à Rússia. A operação militar especial iniciada por Moscou na Ucrânia é uma prova evidente de que os russos alcançaram um nível militar "imparável", conforme salientou recentemente Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia. Além disso, é incerto de onde os europeus conseguirão energia para sustentar o aumento dessa indústria, uma vez que atualmente quase toda a Europa depende da energia russa.
Agora, esses mesmos líderes europeus anunciaram um investimento em gastos militares no valor de 800 bilhões de euros, uma cifra extraordinária, cujo objetivo é igualar as capacidades dos exércitos europeus às da Federação Russa.
Se conseguirão ou não, é uma questão secundária. É muito provável que a Europa Ocidental leve ainda algumas décadas para se armar adequadamente. A questão central, porém, é outra: trata-se da ruptura de uma lógica neoliberal que atrasou radicalmente os países europeus, colocando-os em uma posição muito inferior em relação à China, Índia, EUA e Rússia.
O anúncio desses gastos em armamentos evidencia, de forma inequívoca, que as iniciativas de austeridade fiscal têm um viés político, e não econômico. É provável que os custos de pesquisa, produção e investimentos em armamentos recaiam exclusivamente sobre os cidadãos comuns.
Dinheiro nunca faltou, e a humanidade conseguiu alcançar uma era de produção de riquezas suficientes para resolver todos os nossos problemas. Infelizmente, a retenção dessas riquezas, valores e recursos permaneceu nas mãos de um número muito reduzido de pessoas.
Embora não se possa afirmar categoricamente que o mundo ocidental rompeu com a austeridade fiscal, é certo que, se for do interesse dos capitalistas rentistas, o cofre pode ser aberto.
Daniel Spirin Reynolds
reshared this
austra_lopiteco reshared this.
Acho pouco parecido com URSS...
Acho mais parecido com as revoluções burguesas mesmo, em que o industrial era muito importante, mas quem controlava o sistema mesmo eram os atravessadores, as companhias da Índia et caterva, hoje no papel das bigtechs.
A classe que controlava o poder político e militar era a aristocracia, mas nesse momento cresceu também os exércitos mercenários privados. Até que essas companhias passaram a ter exércitos maiores que o Estado.
Acho que olhar pra lá vai trazer mais semelhanças que pra decadência soviética.
Com a diferença que na primeira vez eles eram a única força global avançando, encontrando resistências locais... agora o "ocidente" que está em recuo pra reunir forças, depois do fracasso no leste europeu. O cavalo de pau de Trump é pra conseguir garantir rápida posição em que circular mercadoria precisa de mercadorias pra serem circuladas. Se os mercadores fizeram a acumulação primitiva pras revoluções industriais, esses caras de hoje estavam perdendo a capacidade de monopolizar a circulação, o consumo, os desejos, e vão usar o acumulado pra manter posição trincheira. Guinada ideológica, interiorização da produção, território pra explorar matéria prima e escoar excesso de produção.
A situação material dos EUA hj não são em nada semelhantes com URSS
"O Trotskismo, quando não extremamente vulgar, é cheio de contradições interessantes. Estou terminando de Ler: Rogovin, 1937: Stalin's Year of Terror. Um historiador Russo trotskista.
Ele sugere que, pelo menos em 1957, Molotov e Kaganovich usavam a "página trotskista" da biografia de Khrushchev como um argumento político contra ele, o que indica que tal acusação ainda era considerada séria dentro da alta cúpula soviética. Mas o ponto mais intrigante é a lembrança de Khrushchev, trinta anos depois, de que aqueles que foram presos no período do Grande Terror eram realmente "inimigos do povo", pois enganavam o povo.
O fato de um historiador trotskista como Rogovin incluir esse trecho é, à primeira vista, um gol contra: Khrushchev está validando os expurgos, tendo um passado Trotskista e uma obra antistalinista. No entanto, Rogovin quer demonstrar como mesmo aqueles que viveram ao período de Stalin foram "influenciados por sua narrativa", absorvendo a lógica dos expurgos e usando-a posteriormente para seus próprios fins. O que se encaixa na visão trotskista de que a "burocracia stalinista" criou uma "mentalidade de paranoia e repressão que persistiu mesmo após a morte de Stalin". No fim, Stalin surge como onipotente e onipresente, manipulando tudo mesmo depois de morto, e aqueles que o combatem. Stalin é o supradeus da mitologia de alguns.
A própria posição de Khrushchev sobre os expurgos é considerada ambígua para os antistalinistas mais radicais. No famoso "Relatório Secreto" de 1956, ele criticou Stalin por abusos e execuções injustificadas, mas criticava com limites a oposição e os trotskistas dos anos 1920. Khrushchev parecia sugerir que Stalin simplesmente exagerou na dose e atacou muitas pessoas leais. Se levarmos a sério seu relato posterior, poderíamos interpretar que ele continuava acreditando que havia inimigos reais infiltrados, mas que Stalin teria sido seletivo demais em quem punir.
No final, Rogovin expõe uma contradição na própria narrativa anti-stalinista de Khrushchev. Se ele realmente acreditava que os expurgos eliminaram elementos hostis ao regime, então sua crítica posterior a Stalin se tornava menos uma questão de princípio e mais uma disputa sobre métodos. Para um historiador trotskista, isso pode ser lido como evidência de como o aparato burocrático stalinista condicionou até mesmo seus opositores internos a aceitarem a repressão como um instrumento legítimo do poder soviético. Segundo Rogovin:
"Sabendo que, durante uma discussão sobre as candidaturas, qualquer ligação mínima de cada candidato no passado com o “trotskismo” seria apresentada de maneira extremamente tendenciosa, Khrushchev ficou apavorado com a possibilidade de alguns delegados se lembrarem de uma página perigosa de sua biografia: durante os debates de 1923, ele havia apoiado Trotsky na questão da democracia interna do partido. Entendendo que, se esse fato viesse à tona no clima acalorado da conferência, ele "teria muita dificuldade para explicar", Khrushchev decidiu confessar diretamente a Stalin. Imaginando quais seriam as consequências dessa confissão, ele pediu conselhos a Kaganovich, que na época estava muito bem disposto em relação a ele. Kaganovich, que "havia sido encarregado de supervisionar uma conferência de Moscou", começou a desencorajar fortemente Khrushchev de suas intenções de contar a Stalin sobre suas "vacilações trotskistas". Apesar dos alertas, Khrushchev decidiu relatar a Stalin "sobre o erro do incidente em 1923", para não parecer na conferência como alguém "que escondeu informações comprometedoras".
Depois de contar a Stalin sobre seu "erro", Khrushchev acrescentou que "tinha sido enganado naquela época por Kharechko, que era um trotskista bastante conhecido". Stalin reagiu às suas palavras dizendo: "Kharechko? Ah, eu o conheci. Ele era um homem interessante." (Na época, Kharechko estava em um campo de trabalhar em Kolyma). Khrushchev disse a Stalin que deveria falar na conferência sobre seu "erro" do passado distante. Stalin respondeu: "Pelo que me diz respeito, você não precisa mencionar". Molotov, que estava presente durante essa conversa, objetou: "Não, seria melhor se ele falasse." Stalin casualmente: "Sim, é melhor você falar sobre isso, porque, se não o fizer, alguém pode explorar isso, e então eles vão te bombardear com perguntas e a nós com denúncias."
Trinta anos depois do evento, Khrushchev lembrou que essa discussão gerou nele a certeza de que "aqueles que tiveram sido presos eram realmente inimigos do povo, embora precisassem de forma tão astuta que não conseguisse perceber por causa de nossa inexperiência, cegueira política e confiança excessiva. Stalin... pareceu crescer ainda mais no pedestal: ele via tudo, sabia tudo, julgava os erros das pessoas de forma justa, defendia e apoiava pessoas honestas e punia aqueles que não mereciam confiança."
Kaganovich tratou esse episódio de maneira um pouco diferente em suas conversas com Chuev. Kaganovich relatou que Khrushchev veio correndo até ele com lágrimas nos olhos: "O que devo fazer? Devo falar na conferência ou não?" Kaganovich prometeu buscar conselhos sobre essa questão com Stalin. Quando soube que Khrushchev "tinha sido trotskista", Stalin perguntou: "E agora?" Kaganovich respondeu: "Ele é muito ativo e luta sinceramente." Então Stalin disse: "Deixe-o falar, deixe-o contar sobre isso. Depois você deve falar e dizer que o Comitê Central sabe disso e confia nele..." Como Kaganovich lembrou, "Foi exatamente isso que foi feito."
O episódio do "passado trotskista" de Khrushchev teve uma continuação notável. Na sessão do Presidium do Comitê Central em junho de 1957, quando Molotov e Kaganovich propuseram remover Khrushchev de sua carga como Primeiro Secretário do Comitê Central, um de seus principais argumentos foi referido ao "trotskismo" de Khrushchev. Kaganovich foi particularmente apaixonado por expor Khrushchev como um "trotskista". Quando vários participantes da sessão começaram a protestar contra esse "método inadmissível", Molotov declarou: "Mas tudo isso aconteceu."
Rogovin, Vadim. 1937: Ano do Terror . Oak Park, Michigan: Labor Publications, 1998, p. 301-302.
O diálogo de Molotov e Stalin — "Sim, é melhor você falar sobre isso, porque, se não o fizer, alguém pode explorar isso, e então eles vão te bombardear com perguntas e nós com denúncias." — revela muito sobre o funcionamento interno do Partido Comunista da União Soviética (PCUS) na época.
Primeiro, ela mostra que o contexto social e político no alto escalão do partido era profundamente marcado pela vigilância e pelo medo de acusações, nem Stalin poderia escapar de uma acusação de trotskismo ou de inimigo. Mesmo uma figura como Khrushchev, que já estava inserida no círculo de confiança de Stalin, precisava tomar a iniciativa de criticar seus erros antes que alguém os usasse contra ele.
Segundo, o diálogo de Molotov e de Stalin indica que as denúncias não surgiam espontaneamente, mas faziam parte de um mecanismo político: se uma falha do passado de alguém não fosse publicamente explicada, ela poderia ser usada como arma pelos adversários porque essas falhas acarretaram prejuízos ao povo. Isso mostra que as denúncias não eram apenas instrumentos da repressão de Stalin contra “inimigos reais ou imaginários”, como gostam de dizer os antitotalitários.
Por fim, essa lógica de "se você não confessar, alguém vai usar isso contra você" reforça a ideia de que os expurgos não eram apenas um reflexo da paranoia de Stalin, mas sim uma dinâmica estrutural da época e do medo da guerra mundial, onde a busca pela ortodoxia ideológica e pela lealdade absoluta levava a um ciclo de investigações, que, às vezes, eram aliviadas ou não. O que Molotov e Stalin descrevem não é uma ditadura, mas uma estrutura de poder altamente complexa dentro da sociedade soviética, no qual até os mais altos dirigentes precisavam se proteger contra denúncias e provar constantemente sua lealdade. Essa é a pressão que a guerra naturalmente cria, nada tem a ver com o socialismo em si, e nem está em contradição com a participação popular, a democracia nas fábricas e tudo mais."
@austra_lopiteco
austra_lopiteco reshared this.
A última desculpa dos progressistas canalhas, além daqueles que engolem totalmente a propaganda do império, era a disputa a quente com o PCV e com o PSUV usando o peso do Estado nessa disputa. Em todo processo revolucionário o processo acaba tendo de ser defendido contra a direita e muitas vezes contra setores da esquerda.
Hoje, com o governo e o PSUV se voltando para desenvolver agricultura (com o MST), com o desenvolvimento da indústria e escapando da doença holandesa, com a constitucionalização da organização social sendo nos bairros e com as comunas socializando os processos produtivos e com a integração com o bloco anti imperialista (ajudar da sabotagem brasileira), mesmo o PCV, que era posição aberta, está defendendo o processo.
@austra_lopiteco
@VTV CANAL 8 mastodon.social/@VTVCANAL8/114…
Acontece que a Ucrânia também tinha uma lei que proibia a venda de terras produtivas. Após o fim da União Soviética a terra foi dividida entre pequenos proprietários, que ou produziam ou arrendavam essas pequenas propriedades. Os que arrendavam, ou recebiam o valor em dinheiro ou em produtos que eram comercializados ou trocados com vizinhos que faziam o mesmo.
Em 2014 a Ucrânia sofre um golpe que depõe o presidente eleito. Os governos que se seguem após esse golpe vão, de forma ainda mais contundente, buscar acabar com o legado Soviético e implantar o neoliberalismo no país e a consequente entrega das riquezas aos interesses do capital.
Em 2019, o novo presidente eleito, um ex-comediante e ainda um Zé Ninguém sem nome para imprensa estrangeira, vai capitanear a reforma na lei que permitirá a venda das terras férteis: primeiro a laranjas e posteriormente às próprias multinacionais estrangeiras. Essa reforma legislativa foi executada mesmo durante a guerra, a despeito da opinião dos cidadãos, que eram contra.
Embora sempre alegue ter preocupações demais, até pra trocar de roupa, pra ceder as terras férteis da Ucrânia ele encontrou um tempinho.
@austra_lopiteco
reshared this
austra_lopiteco and Gabriel reshared this.
Claro, aqui está uma descrição alternativa da imagem:
A imagem é uma captura de tela de um artigo de notícias da Associated Press (AP) sobre o plano da Ucrânia de vender terras agrícolas, o que está aumentando os temores de estrangeiros. A imagem mostra um agricultor, Serhii Halusyn, em um campo de milho na vila de Nebelytsia, Ucrânia. Ele está no meio das plantas de milho secas e parece estar gesticulando ou falando. A legenda da foto informa que ele arrenda terras de pessoas na aldeia e está falando com a Associated Press. A legenda também menciona que a maior parte das terras agrícolas da Ucrânia é dividida em pequenos lotes de propriedade de cerca de 7 milhões de pessoas, que estão proibidas de vendê-las, embora o novo presidente do país queira abrir o mercado de terras.
Fornecido por @altbot, gerado usando Gemini
Na política, os marcos teóricos que guiam a ação são muito importantes. Como disse um comunista italiano: quem erra na análise, erra na ação. Por isso é fundamental nunca perder de vista como surge a agenda pós-moderna. Essa agenda surge no bojo de um monte de delírios sociológicos eurocêntricos sobre sociedade pós-industrial, fim do trabalho, fim da classe operária, sociedade do conhecimento, sociedade imaterial etc. A premissa diz muito sobre os rumos do debate.
É ponto pacífico que a agenda pós-moderna se caracteriza por um abandono da economia política e por tratar como não-questão temas como imperialismo, dependência, renda da terra, rentismo, subdesenvolvimento etc. Essa ignorância sistemática da economia política, verdadeiro abandono da questão, além de premissas teórico metodológicas, parte de uma origem clara: estamos numa sociedade pós-industrial com o fim do trabalho, fim da classe operária etc.
Se na década de 1990, poderia ser compreensível repetir essa sopa podre de letrinhas eurocêntricas e empiristas vulgares, hoje isso não é justificável. E hoje, quem entrar nesse debate, tem que encarar necessariamente as premissas históricas e teóricas equivocadas.
via Jones Manoel
@austra_lopiteco
O golpe cuja intenção central era prejudicar o comércio de gás natural Rússia-Europa via Nordstream2, ilegalizou toda a esquerda, toda representação da população russo falante (mais de 40% da população ucraniana) e transformou o revisionismo nazista em teoria oficial do Estado absorvendo milícias de extrema-direita como parte das forças armadas.
Comunistas e sindicalistas foram queimados vivos, crianças e eslavos foram assassinados em Donbass, e o país começou a se comportar como aqueles besouros contaminados por fungos que não se importam mais com a própria sobrevivência.
A Rússia jamais iria tolerar um Estado vizinho que massacra Russos étnicos, faz do resgate histórico do nazismo uma normalidade e topa instalar misseis atômicos da OTAN e laboratórios de guerra biológica em suas fronteiras.
A operação Z foi solicitada pelo Partido Comunista da Federação Russa. O resultado objetivo foi a libertação da parte oriental do país.
Também ficou empiricamente demonstrado que é possível hoje criar um campo econômico capaz de neutralizar as delinquências imperialistas em matéria de bloqueios econômicos.
Não é preciso gostar de Putin para perceber que foi uma derrota importante do imperialismo e portanto uma vitória para o sul global.
Que o que sobrou da Ucrânia sirva de exemplo para o resto do mundo em relação ao preço da vassalagem aos EUA.
@austra_lopiteco
reshared this
austra_lopiteco and Arin reshared this.
Bruno Carvalho:
"Zelensky, como antecipava o Major-general Carlos Branco, foi à Casa Branca para ser humilhado. Nos tempos de fanfarronice, o presidente da Ucrânia comportou-se assim com todos os líderes que ousavam não prestar vassalagem a Kiev. Não são formas de dois chefes de Estado se relacionarem em público. Contudo, esta humilhação é um circo apenas possível porque há décadas houve quem reconhecesse nos Estados Unidos o papel de polícia do mundo. Dos biscoitos de Victoria Nuland distribuídos aos golpistas durante o golpe em Kiev contra Viktor Yanukovych, já não restam migalhas, mas ressoa a violenta frase:
Roma não paga a traidores."
🇺🇦🚩 Novas prisões de militantes comunistas na Ucrânia.
Os Serviços Secretos Ucranianos (SBU) prenderam vários militantes comunistas em Kharkov, Dnipropetrovsk e Odessa.
Os motivos:
- Posse de materiais comunistas.
- Posse de "literatura comunista ilegal" (de acordo com a lei), incluindo documentos da Fundação Rosa Luxembourg (próximo a Die Linke e a PGE).
- Pedir a resistência contra o recrutamento da juventude ucraniana e pelo fim da guerra.
De acordo com o artigo 114-1 do Código Penal Ucraniano, eles correm risco de até 15 anos de prisão.
Desde 2014, os comunistas são perseguidos, assassinados e queimados vivos na Ucrânia.
O Partido Comunista da Ucrânia está proibido, os seus líderes estão exilados ou presos.
Tenho falado desde a eleição, o que estamos vendo nos EUA é uma revolução cultural, tão profunda quanto a chinesa, mas de cunho ancap.
Trump no poder: não é erro, é ensaio
Humilhação a Zelensky na Casa Branca foi episódio inserido no contexto de um projeto político de reconfiguração do poder
Agora, porém, o império muda de rumo. Trump e Musk não querem apenas desmantelar o Estado americano. Querem redesenhar sua função. Estão construindo um modelo, um experimento que poderá ser replicado onde for conveniente. O que acontece hoje nos Estados Unidos não é uma anomalia, nem um erro de percurso. É um ensaio. E a intenção é clara – transformar a destruição do serviço público em um espetáculo bem-sucedido, pronto para ser exportado.
A destruição do Estado como método político não é uma inovação.
Eles não defendem a abolição do Estado, mas sua redução a uma ferramenta exclusivamente voltada aos interesses privados e à repressão. Não há um objetivo claro de construção de uma nova ordem pública – apenas a eliminação progressiva do que ainda resta de bem comum.
O DOGE (Departamento de Eficiência Governamental), a nova máquina de desmonte federal, não busca apenas cortar. Busca humilhar. Expor servidores públicos como parasitas, transformar cortes de orçamento em trending topics e vender a destruição como uma libertação.
Essa lógica, que combina choque econômico com guerra cultural, não se restringe aos Estados Unidos. Em 2019, durante um jantar em Washington, Bolsonaro declarou: “O Brasil não é um terreno aberto onde nós pretendemos construir coisas para o nosso povo. Nós temos é que desconstruir muita coisa. Desfazer muita coisa. Para depois nós começarmos a fazer.” A fala, que à época poderia parecer apenas mais uma bravata, condensava a essência do projeto bolsonarista. O Brasil, sob sua ótica, não precisava de políticas públicas, mas de uma purificação – um expurgo ideológico, administrativo e simbólico. O método era o mesmo que agora se vê nos Estados Unidos: primeiro, arrasar. Depois, apresentar o próprio caos como justificativa para entregar as sobras ao mercado.
Ainda sobre a revolução cultural nos EUA:
Piero Leiner:
Até agora 90% do Trump foi infowar. Esse teatro de operações de ontem também pode ter sido isso. Objetivo: estressar Zelensky até ele abrir o bico: "fui um Puppet do 'Deep State' e a Ucrânia fez proxy war contra a Rússia". É disso que Trump precisa para passar o rodo no resta da máquina democrata do Pentágono usando a própria "institucionalidade" dos EUA (e assim só sobrar a dele próprio - não tem nada de "acabar" com o 'Deep State' como ele diz). Só que Zelensky prefere dar a última grama de mineral e trigo do que dizer isso, já que, do outro lado, tem uma tonelada de arquivos que botariam ele num cenário à Sadam Houssein. Coitada da Ucrânia, que isso sirva de exemplo para quem curte uma aliança dessas com os EUA.
NEM SEMPRE É O CONGRESSO
Bolsonaro teve baixos índices de aprovação de projetos no Congresso. Lula, por sua vez, bate recordes de aprovação. Alguma coisa está errada.
Ou o governo está em sintonia com a direita neoliberal, ou a base governista é sólida o suficiente para aprovar qualquer proposta. Ou talvez ambas as situações, se considerarmos que os projetos aprovados são, em sua maioria, impopulares.
Uma curiosidade esquecida: a Fazenda queria implementar um pente-fino radical no Benefício de Prestação Continuada (BPC). Ao invés de cortar 1 milhão de famílias do benefício, o número seria muito maior. A justificativa para os cortes eram supostas fraudes. No entanto, na hora da votação em plenário, os deputados do Centrão consideraram as medidas do governo "duras demais" e decidiram manter, em linhas gerais, as regras atuais para a concessão.
Uma curiosidade alarmante: Fernando Haddad vem pedindo há tempos a desvinculação das despesas obrigatórias com saúde e educação. Isso significa que as bandeiras históricas da esquerda em defesa do orçamento irrestrito dessas áreas seriam queimadas em praça pública. Em outras palavras, haveria um novo teto de gastos para saúde e educação, o que efetivamente resultaria em desinvestimentos nesses setores ao longo dos anos.
Uma curiosidade absurda: o Conselho Monetário Nacional (CMN), orientado pelos ministros de Estado, definiu metas de inflação inalcançáveis de 3% ao mês, mesmo ciente de que haveria crescimento econômico acima do projetado. Não seria mais sensato estabelecer essa meta em níveis reais de 5%? O não cumprimento dessa meta irreal de 3% resulta em aumento de juros e desaceleração da economia. Vale lembrar que a política de metas inflacionárias não precisa ser aprovada pelo Congresso; é o próprio governo que coloca a corda no seu pescoço.
Uma curiosidade antecipada: Bolsonaro destruiu os estoques reguladores da Conab, os quais eram fundamentais para o controle de preços dos alimentos. O governo sabia que precisava retomar esses estoques assim que assumisse a gestão. Contudo, até dezembro de 2024, conforme verificado no site da Conab, os estoques continuavam zerados. E o pior: a banca organizadora para a retomada dos concursos da companhia ainda não havia sido lançada, dois anos depois!
Uma curiosidade final: recentemente, Haddad e representantes do mercado financeiro se vangloriaram do "maior ajuste fiscal da História". De fato, o governo Lula gastou em investimentos públicos até agora, proporcionalmente ao tempo, menos do que os governos Temer e Bolsonaro. Nesse sentido, Haddad se mostra mais eficiente que Guedes.
Essas são críticas à esquerda do governo. São alertas para que Lula perceba que o caminho seguido leva a lugar nenhum. Ou melhor, leva à impopularidade e pode resultar em uma derrota eleitoral em 2026.
via Daniel Spirin Reynolds
“Antipetista”, “quinta-coluna”, “cirandeiro”.
Têm sido essas as desqualificações mais comuns dirigidas àqueles do campo democrático que têm levantado a voz para pedir mudança de rumo do governo Lula, para pedir mais enfrentamento político contra a extrema-direita, Partido Militar, Centrão, “mercado”, “agro”, em vez de apenas mais e mais concessões à chantagem parlamentar, à tutela militar, à vigarice neopentecostal, às imposições do grande capital financeiro e à sofreguidão do latifúndio desmatador-envenenador.
Mudança de rumo, não nomeação de marqueteiro, porque quem pede mudança entende que o rumo, a atitude e a linha política atuais são contratação de derrota futura pagando no pré-datado da completa descaracterização do projeto de reconstrução nacional sobre bases democráticas e republicanas.
Já quem entende o contrário, ou seja, que o rumo está certo, defende que o governo não deve mesmo fazer movimentos bruscos - a rigor, qualquer movimento - neste contexto miserável do país e do mundo, para não levar um bote da serpente do fascismo. Propõem derrotar o fascismo alimentando todos os dias justamente quem todos os dias dá a ele de comer. Quando pesquisas de opinião mostram um tanto claramente que a aposta no lulismo raiz vai dar ruim, muito ruim, e justamente porque o contexto agora é outro, dramaticamente diferente de outrora, resta-lhes desqualificar, além de companheiros, não um, mas dois, três institutos de pesquisa, e quantos mais mostrarem aquilo que não se quer enxergar de jeito nenhum.
Além, é claro, de pôr toda a culpa na imprensa canalha, como se a imprensa canalha não estivesse aí desde sempre, a serviço de tentar nos trucidar; como se o Estadão não completasse agora 150 anos e, O Globo, 100.
“O que mais precisamos neste momento é que o governo acorde. É que o governo se crie. Porque até agora não foi criado um governo Lula. O que existe é uma ocupação de postos do governo, mas não existe governo. São 38 ministros, mas ministros mesmo não chegam a meia dúzia. É preciso rever isso com urgência, com seriedade, sem concessões excessivas. Concessões políticas, só. Concessões ao gangsterismo não podem mais ser feitas. É preciso reagir a isso. Essa chantagem precisa ser posta às claras no Brasil”, disse Janio de Freitas no início desta semana, no programa de Bob Fernandes.
É provável que este conhecido “cirandeiro”, notório “quinta-coluna”, que este “antipetista” de carteirinha chamado Janio de Freitas (por favor, contém ironia) tivesse em mente o nome de Nísia Trindade quando citou os ministros “ministros mesmo” que não chegam a meia dúzia. Mas Nísia foi demitida horas depois da live do Janio e do Bob e em seu lugar entrou Alexandre Padilha, vindo da Secretaria de Relações Institucionais supostamente para emplacar vitrines políticas na Saúde, coisa que Nísia, que seria light demais para a parada, para o cargo, não vinha conseguindo fazer.
Quanto a Padilha, o último produto exibido por ele na vitrine política foi uma cópia de sinal invertido do vestuário da extrema-direita que não durou mais que dois ou três dias na cabeça das pessoas, literalmente: o boné anti-MAGA “O Brasil é dos brasileiros”, aliás azul da cor do SUS.
Por outro lado, é improvável que Janio de Freitas tivesse em mente, entre a meia de dúzia de ministros “ministros mesmo”, o nome do ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, a quem o presidente Lula se referiu nestes termos em maio do ano passado: “de vez em quando as pessoas falam: ‘Lula, o José Múcio não é muito light para ser ministro da Defesa?’. Eu falei: ‘não, é o ministro que eu quero”.
José Múcio Monteiro poderia, deveria ter sido demitido no dia 8 de janeiro de 2023, quando, horas antes dos ataques à Praça dos Três Poderes, o ministro circulou em carro descaracterizado no entorno do acampamento golpista na frente do QG do Exército, em Brasília, e reportou que estava “tudo calmo”…
Depois disso, Múcio atuou contra a reinstalação da Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos, contra os trabalhos da CPMI do 8/1, contra as ações do governo de memória crítica dos 60 anos do golpe de 64, que acabaram canceladas, entre outras do civil quatro estrelas que sapateia em nossas fuças quando diz que acha “o máximo” ser chamado de “general sem farda”.
“Gostaria que dissessem mais. Porque todas as vezes que dizem isso as Forças ficam satisfeitas”.
Já faz meses que Múcio vem externando vontade de deixar o governo para ir cuidar da própria vida na Capitania Hereditária de Pernambuco, mas até aqui o ajudante de ocultadores de cadáveres tem cedido aos seguidos apelos de Lula para que fique. Dias atrás, no programa Roda Vida, Múcio disse que “sexta-feira fui pra me despedir e fiquei”, porque o presidente Lula “é encantador no contato, nos argumentos”.
“Deixei minha mala lá”, disse Múcio.
Pobre do país que manda Nísia Trindade fazer as malas e, ao mesmo tempo, suplica a José Múcio que desfaça as dele: “não me abandone jamais!”
austra_lopiteco reshared this.
Trump, Estados Unidos e a profecia de Kissinger
Trump demonstra que é urgente avançar em alternativas à hegemonia americana. A História ensina que estar próximo dos EUA sempre teve um custo muito alto.
No final de 1968, Henry Kissinger caminhava para ser o homem forte das relações exteriores dos Estados Unidos, no mandato do recém-eleito Richard Nixon. Ele relatou a William Buckley Jr ter alertado o novo presidente sobre o Vietnã, dizendo que “se Thieu encontrasse o mesmo destino de Diem, a palavra que será espalhada para as nações do mundo é que pode ser perigoso ser inimigo da América, mas ser amigo da América é fatal”.
Na ocasião, Kissinger não lançava mão de um aforismo cínico: ele fazia uma profecia tenebrosa sobre o futuro americano, vaticinando que Nixon não poderia permitir a queda do novo presidente sul-vietnamita – e seu aliado na Guerra do Vietnã – Nguyen Van Thieu. Anos antes, John Kennedy tinha abandonado à própria sorte o presidente Ngo Dinh Diem, literalmente deixado para morrer por Washington durante um golpe militar sangrento.
Kissinger considerava que seu país tinha de manter os compromissos com seus aliados, sob pena de parecer um amigo desleal. Seis anos depois desse alerta, o mesmo Thieu partiu em fuga desesperada, denunciando a traição americana, meses antes da queda de Saigon para os comunistas. O “se” da profecia foi confirmado, portanto não é de se estranhar que ela seja relatada como uma afirmação, já que a História e o erro lhe amputaram a condicionante.
@austra_lopiteco
operamundi.uol.com.br/opiniao/…
Aqui está uma descrição do texto alternativo para a imagem:
A imagem mostra Donald Trump sentado em uma cadeira em um escritório. Ele está vestindo um terno azul escuro com uma camisa branca e uma gravata azul clara. Ele está olhando para a câmera com uma expressão séria. Ao fundo, há uma bandeira, prateleiras com troféus e uma mesa com alguns objetos.
Fornecido por @altbot, gerado usando Gemini
LULA 3 REPETE FIASCO DOS GOVERNOS NEOLIBERAIS
Daniel Spirin Reynolds
Uma pesquisa Datafolha divulgada hoje (14) revela uma queda acentuada na aprovação do governo Lula, que agora se encontra em apenas 24%, a pior avaliação da trajetória política do petista. Os segmentos de baixa renda, especialmente aqueles que recebem até dois salários mínimos, foram os mais afetados pela diminuição da aprovação. Além disso, entre mulheres, negros e pardos, a redução nos índices também foi significativa.
O governo Lula 3 parece repetir a receita de fracasso de administrações anteriores que apostaram em políticas de contenção de gastos e austeridade fiscal, que engessaram o investimento público e penalizaram os mais pobres. FHC, Temer e Bolsonaro seguiram essa mesma trajetória e terminaram seus mandatos com os piores índices de avaliação. A novidade neste cenário é a crise da segurança pública, com a violência e o crime organizado se espalhando por praticamente todas as grandes metrópoles. Embora a segurança pública seja uma responsabilidade estadual, a falta de políticas públicas federais eficazes gera uma percepção de incompetência por parte do governo.
Para salvar a reeleição petista, talvez a única solução seja uma ruptura completa com a frente ampla que levou Lula de volta ao governo, adotando decretos sequenciais, mesmo que isso resulte em derrotas no Congresso e na Justiça. O resgate da opinião pública pode se mostrar mais importante do que agradar ao mercado financeiro.
☭ Paulo Pinheiro 𝄢 reshared this.
Pedro Fassoni Arruda
Sobre Joe Biden, Donald Trump e a guerra na Ucrânia:
1. O apoio que Joe Biden e seus aliados europeus deram ao regime de Zelensky na Ucrânia nunca teve qualquer relação com direitos humanos, defesa da soberania nacional, integridade territorial ou princípio da autodeterminação dos povos.
2. A guerra, de fato, sempre foi da OTAN contra a Rússia, com a Ucrânia atuando como bucha de canhão. Isso tem um nome: guerra por procuração. O objetivo sempre foi evitar um confronto direto, utilizando a Ucrânia como escudo e base de lançamento dos armamentos da OTAN contra a Rússia, visando isolar e exaurir economicamente o regime de Vladimir Putin. Outro objetivo foi testar a capacidade de defesa russa, tentando enfraquecer seu exército (forçando pesadas baixas no campo de batalha e exaurindo o seu arsenal numa guerra que não envolve diretamente soldados da OTAN).
3. O resultado, depois de três anos de conflito, não poderia ser pior para o povo ucraniano: mais de seis milhões de ucranianos deslocados para a Europa, além de 3 milhões deslocados internamente, sem falar do número de mortos. Líderes dos EUA, Grã Bretanha, França, Alemanha e outros países empurraram Zelensky e seu povo para o matadouro, fazendo-o acreditar que ele poderia vencer uma guerra contra um inimigo tão poderoso. Quanto mais ucranianos morriam e continuam morrendo, mais armamentos eles recebem para prosseguir numa guerra que já foi perdida há muito tempo. Será impossível vencer a Rússia no terreno da guerra.
4. Zelensky é um fascista que tem o apoio dos neonazistas ucranianos. Muito antes de iniciar o conflito, seu exército já massacrava os russos que viviam em território ucraniano, sobretudo nas regiões onde eles são maioria, como na Criméia e no Donbass. Vladimir Putin também é um líder autoritário, é extremamente conservador e governa o país com pulso firme e mão de ferro. Se eu fosse russo, seria oposição ao seu governo e provavelmente estaria na cadeia por ser comunista e defender os direitos da comunidade LGBT... mas no caso da região do Donbass, o presidente russo não está fazendo nada além de defender o seu povo dos massacres ucranianos.
5. A eleição de Donald Trump, como eu já falei em outro post, foi um verdadeiro plot twist na questão ucraniana. Mas devemos evitar uma análise maniqueísta da situação, como fazem alguns setores da própria esquerda, que antes exaltavam a política de Joe Biden e agora repudiam Donald Trump: ambos, e cada um à sua maneira, defendem interesses escusos na região. Biden entendia que o maior inimigo dos EUA era a Rússia, e conseguiu transformar Zelensky num fantoche que aceitou representar esse papel. Trump, por outro lado, entende que o maior inimigo dos EUA é a China, e busca uma apoximação com Putin para criar uma cisma entre as duas potências. Ou seja, Trump evita a todo custo que a Rússia caia no colo da China, explorando pontos sensíveis na relação entre esses dois países.
6. A Ucrânia corre um sério risco de balcanização e desaparecimento enquanto país soberano (supondo que ainda o seja). Joe Biden forneceu armamentos e iria cobrar a fatura, na forma de "parcerias comerciais" com o governo de Zelensky (fornecimento de petróleo, gás e outras riquezas naturais). Donald Trump, sem a menor desfaçatez, já anuncia o valor - meio trilhão de dólares - e porções do território ucraniano.
7. Não vou nem entrar no mérito da questão, mas uma coisa é certa: foi a estratégia de Trump a que teve melhor recepção junto ao eleitorado estadunidense. A guerra era e ainda é bastante impopular nos EUA, a opinião pública questiona com frequência o custo dessa "ajuda" de bilhões de dólares enquanto faltam recuros para outros setores da economia doméstica. Ao anunciar o corte da ajuda para a Ucrânia, Trump ganhou grande parte do eleitorado e isso foi um dos fatores que explicam a sua vitória em novembro do ano passado. Joe Biden nunca apresentou argumentos convincentes para o envolvimento dos EUA naquele conflito.
8. Não existe saída militar para esse conflito. Ou as partes aceitam negociar, ou o povo ucraniano continuará sofrendo nas mãos do chamado "Ocidente".
A Suécia acabou de vivenciar o pior tiroteio em massa de sua história. Em meio ao trágico incidente ocorrido na cidade de Örebro, em que um atirador assassinou ao menos 10 pessoas em um centro educacional para adultos em 4 de fevereiro de 2025.
A desinformação e a incerteza sobre a identidade do criminoso, no entanto, vitimaram outras pessoas: os imigrantes que vivem na Europa. A mídia europeia, neste caso a BBC, não teve escrúpulos, – antes mesmo de conhecer o perpetrador do tiroteio, um homem branco de 35 anos chamado Rickard Andersson – associando de maneira discreta o suposto atirador à figura de um homem com características médio-orientais.
Ao abrir a matéria, no entanto, percebe-se que o homem escolhido para ser representado na manchete, o curdo Ismail Moradi de 16 anos, na verdade foi um dos entrevistados pela BBC. O jovem estuda numa escola próxima do centro educacional que foi atacado. Ele demonstrou preocupação sobre um possível elemento racial relacionado ao crime, visto que era majoritariamente frequentado por pessoas vindas de outros países.
Longe de ser um descuido, um equívoco ou um incidente isolado, este episódio demonstra o preconceito sistemático dos europeus com estrangeiros. Os muçulmanos, os árabes, e tudo aquilo que se relacione ou se pareça com algumas dessas demografias acabam sofrendo na mão da mídia ocidental. Tudo que não é europeu é um vilão em potencial. Conhecemos os casos: árabes cristãos vítimas de islamofobia (sim, islamofobia) por causa de seu fenótipo, mulheres de véu retratadas como batedoras de carteira e ladras de lojinhas. Esses e outros casos acabam se configurando numa espécie de Caça às Bruxas contemporânea.
Após a repercussão negativa, a BBC trocou a foto que aparece para representar a matéria ao linká-la nas redes sociais.
BEAKE, Nick. Sweden searches for answers after country's deadliest shooting. BBC, 2025.
TRT WORLD. The BBC is facing backlash over its coverage of [...]. 7 de fevereiro de 2025. Facebook: trtworld.
Aqui está uma descrição de texto alternativo da imagem:
A imagem é uma montagem de elementos relacionados a um atentado na Suécia. No canto superior esquerdo, há uma foto de um homem identificado como o responsável pelo atentado. Ao lado, uma imagem em preto e branco mostra pessoas em luto ou em resposta ao ataque, com destroços visíveis ao fundo. Na parte inferior direita, há uma captura de tela de uma manchete da BBC sobre o evento, com a foto de outro homem. A manchete diz: "Suécia procura respostas após o tiroteio mais mortal do país". No canto inferior direito, há um logotipo com a inscrição "História Islâmica". O fundo da imagem tem um padrão de texto escrito em um estilo que lembra um documento antigo.
―
Claro, aqui está uma descrição detalhada da imagem:
A imagem é uma promoção para uma apresentação sobre a história islâmica com Mansur Peixoto. A imagem tem um esquema de cores marrom claro com texto marrom escuro. O texto está no centro da imagem, com o nome "História Islâmica" em uma fonte grande e estilizada. Abaixo, em uma fonte menor, está "com Mansur Peixoto". Acima do texto, há um desenho vermelho de uma estrela de oito pontas com uma lua crescente e uma estrela dentro. No fundo, há uma imagem do lado de fora de uma mesquita. A imagem também inclui um texto escrito em árabe e um objeto que parece um rosário.
Fornecido por @altbot, gerado usando Gemini
GOVERNO DA COVARDIA ATIVA E ALTIVA
Gilberto Maringoni
Enquanto Canadá, México, Venezuela, Colômbia, França e Alemanham reagem às ameaças contra sua soberania, o governo Lula verga a coluna sem dar um pio e propaga agir com grande sensatez. A competição agora é com os governos Dutra, Castelo e FHC para ver quem é mais sabujo.
SETOR DO AÇO E GOVERNO FECHAM ACORDO PARA NÃO RETALIAR EUA
Raquel Landim
As siderúrgicas brasileiras e técnicos do governo fecharam um acordo para não retaliar os Estados Unidos pelas sobretaxas impostas ao aço e buscar um acordo. Conforme apurou a coluna, a decisão foi tomada numa série de reuniões realizadas entre ontem e hoje e vai depender da evolução da retórica adotada pelo presidente americano Donald Trump.
O objetivo é deixar o assunto "decantar" e tentar restabelecer o acordo de cotas, que vigorou de 2018 até agora, por meio de contatos diplomáticos nos dois países e pela atuação do setor privado no Congresso americano.
"Não cabe bravata nessa hora. É preciso deixar a poeira abaixar", disse uma fonte à coluna. "Não tem ganho pragmático em um conflito. A decisão das sobretaxas foi tomada para todos os países do mundo".
Existe uma aposta de que os EUA vão acabar flexibilizando porque a balança comercial de todo o setor siderúrgico, incluindo carvão e produtos semiacabados, é superavitária para os americanos.
Os relatos das fontes envolvidas nas conversas coincidem com as declarações de ministros do governo ao longo do dia e com a nota pública divulgada pelo Instituto Aço Brasil.
Em declaração à imprensa, o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou que "o Brasil não estimula, nem entrará em guerra comercial contra sobre o aço". Já o Instituto Aço Brasil informou que " está confiante na abertura de diálogo entre os governos dos dois países, de forma a restabelecer o fluxo de produtos de aço para os Estados Unidos nas bases acordadas em 2018".
A situação, no entanto, ainda é delicada. Uma ala do governo, como o assessor para assuntos internacionais, Celso Amorim, defende que o Brasil tem que negociar, mas "não pode ser totalmente passivo". Trump também afirmou nesta quarta-feira que países como Brasil estão aumentando importações de produtos chineses e triangulando para os EUA —o que o setor nega.
@austra_lopiteco
Revoluções
É forçoso lembrar que TUDO, literalmente tudo que sabemos da Revolução Cubana é entregue a nós apenas após ter sido filtrado pelos sistemas de controle americanos. A credibilidade de relatos sobre a "ditadura cubana", ou sobre os mortos da Revolução é ZERO. Quem as faz são os mesmos que pintavam a Revolução Russa como tendo "milhões" de mortos e onde as pessoas "comiam criancinhas". Portanto, as descrições de violações de direitos humanos contra Cuba são suspeitas, em especial quando vem de países, como os Estados Unidos, que violam cotidianamente os direitos humanos dos países que invade.
Por outro lado, não há dúvida que existem exageros e verdadeiras violações de direitos humanos em países que realizam revoluções proletárias. Como bem disse Che Guevara, "matamos pouco; a população enfurecida queria muito mais". Ou seja, o governo revolucionário teve que segurar a onda de justiçamentos contra os traidores, até para proteger aqueles vendidos ao imperialismo. O mesmo ocorreu na Rússia revolucionária (na guerra contra 14 países estrangeiros após a revolução), bem como no Vietnã, na Coreia Popular e na China. Não há como exigir que nos países que passaram pelo trauma de um processo dessa grandeza não haja nenhum tipo de exagero.
Aliás, essa queixa de violações sempre vem de países que cotidianamente matam milhões, seja para roubar terras e recursos, seja em guerras com este fim ou mesmo aplicando pena de morte em seus habitantes; ou quando seus cidadãos são atacados por serem da "raça errada". Cuba vive um bloqueio indecente e imoral, que viola os direitos humanos há mais de 60 anos, mas o bloqueio quase não é citado como uma grave agressão à dignidade humana. Lá o povo é unido em sua paixão pela Revolução, e os traidores da pátria cubana não têm mesmo nenhuma simpatia. A morte de muitos desses traidores foi exigência do próprio povo.
As contradições são esperadas quando rupturas ocorrem, mas as pessoas que criticam fatos pontuais numa revolução como a cubana são os mesmos que se chocam com possíveis violações de direitos humanos no 7 de outubro sem se espantar com 76 anos de abusos, torturas, sequestros, assassinatos e opressão que ocorreram contra os palestinos antes da reação violenta que tiveram.
@austra_lopiteco
O Brasil foi marcado em 2020 pelo caso conhecido como “Festa no IML”, uma série de denúncias que envolviam pessoas que abvsavam s3xualmente de cadáveres femininos em Institutos Médicos Legais (IMLs) e em funerárias. Na época maquiadora funerária e tanatopraxista, Nina Maluf foi uma das responsáveis por denunciar vi0lações do corpo feminino após a morte.
Nina explica que começou a ter uma visão diferente do que ocorria dentro da sua profissão ao observar a movimentação estranha de alguns profissionais quando morriam mulheres bonitas e jovens.
“A partir dessas observações, acabei descobrindo grupos de WhatsApp, Telegram e Facebook e tomei a iniciativa de denunciar. Na época, fui demitida e recebi diversas am3aças de m0rte”, conta profissional. A área em que Nina atuava é a tanatopraxia, que consiste em oferecer cuidados póstumos aos corpos dos m0rtos, preparando-os para velórios, funerais e sepultamentos.
Apesar de estar afastada do setor, Nina deixa bem claro que continua recebendo denúncias de materiais criminosos que seguem rodando nas redes sociais.
“E não é algo que só parte dos homens, encontrei inclusive mulheres que vendem esses materiais. Um caso que me chocou foi quando a Marília Mendonça m0rreu. Vi uma grande mobilização do público feminino pedindo para que vazasse fotos das partes íntimas da cantora.”
Nina diz que o próprio segmento funerário está acessível para alimentar pessoas mal intencionadas. Já quem não tem acesso ao cadáver consegue consumir por meio de conteúdos vazados.
“A mesma cadeia da p3dofilia acontece com a n3crofilia. Do mesmo modo que existe o tr4fico, porque há alguém consome, só existem sites e plataformas com conteúdos n3crófilos porque há quem os consuma. Existem muitos conteúdos p0rnográficos que simulam mulheres m0rtas. E, na deepweb, em diversos (sites) elas realmente estão.”
@austra_lopiteco
Claro, aqui está uma descrição alternativa da imagem:
A imagem mostra os pés de um cadáver com uma etiqueta de identificação presa a um dos dedos. Uma mão paira sobre os pés. Abaixo da imagem, há um texto em letras brancas sobre um fundo preto que diz: "O segmento alimenta a n3crofilia", diz maquiadora funerária [@]Metropoles. O logotipo do Metrópoles está em vermelho acima do texto.
Fornecido por @altbot, gerado usando Gemini
Isso atrapalha leitores de tela, reduzindo a acessibilidade do texto, e evade filtros que as pessoas usem para evitar ver determinados conteúdos. Como a Federação não tem linhas de tempo algorítmicas, essa estratégia não serve para evitar a supressão automatizada de conteúdo, baseado em palavras-chave das outras redes e seu único efeito é prejudicar as pessoas.
A LOS PUEBLOS DE NUESTRA INDOAMERICA.
CLAUDIA SHEINBAUN, Presidenta de Mexico
via @Antonio Sales
¿Por qué el imperialismo quiere vernos divididos?*
Porque sabe que juntos somos invencibles. Estados Unidos, potencia que se viste de democracia mientras exporta golpes de Estado, ha clavado sus garras en nuestra tierra con una estrategia clara: dividir para saquear. En Chile, financió el golpe contra Allende para imponer a Pinochet y regalar el cobre a sus corporaciones. En Nicaragua, armó a los Contras para ahogar en sangre la Revolución Sandinista. En Venezuela, desató una guerra económica y sanciones criminales para robar el petróleo y doblegar a un pueblo que se atrevió a mirar al futuro con soberanía. En Brasil, utilizó la Lawfare para encarcelar a Lula y frenar el ascenso de los pobres. En Bolivia, apoyó un golpe contra Evo Morales para entregar el litio a sus transnacionales. En Cuba, mantiene un bloqueo genocida por seis décadas, castigando a un pueblo que eligió ser dueño de su destino. Desde las tierras ardientes del Río Bravo hasta las aguas embravecidas de la Tierra del Fuego, somos un solo pueblo, una sola alma tejida con los hilos de la resistencia, la dignidad y los sueños compartidos. La Patria Grande no es una utopía: es el latido de nuestra historia, la memoria viva de quienes lucharon por vernos libres, desde Túpac Amaru hasta Bolívar, desde Martí hasta la Che Guevara. Es el territorio sin fronteras donde el quechua, el español, el portugués, el guaraní y todas las voces originarias se funden en un coro que canta: ¡Unidad! Cada herida abierta en un país es un ataque a todos. El imperialismo no teme a gobiernos aislados: teme a los pueblos unidos. Nos han impuesto tratados que privatizan el agua, la salud y la educación; han militarizado nuestros territorios para controlar recursos; han manipulado medios de comunicación para sembrar el miedo y el individualismo. Pero su arma más letal es hacernos creer que somos enemigos, que la pobreza de uno es culpa del otro, y no del sistema que nos desangra. La Patria Grande es la respuesta. Es el abrazo solidario entre el obrero argentino y el campesino colombiano; entre la maestra mexicana y el ingeniero venezolano; entre los jóvenes que en las calles de Perú, Ecuador o Honduras exigen justicia. Es entender que la independencia de Haití, lograda con sangre en 1804, es tan nuestra como la victoria de Ayacucho. Es saber que cuando Paraguay fue masacrado en la Guerra de la Triple Alianza, no perdieron solo los paraguayos: perdimos todos. Unidos no somos víctimas: somos titanes. La Zamba de Vargas, la batalla de Carabobo, el grito de Dolores, la resistencia mapuche, las Madres de Plaza de Mayo, los zapatistas alzando la voz en Chiapas… Cada lucha es un eslabón de la misma cadena que hoy nos llama a romper las cadenas. La soberanía no se negocia: se defiende. Y para defenderla, necesitamos una unión política, económica y cultural que nos permita intercambiar sin depender del dólar, producir alimentos sin agrotóxicos, educar con pedagogías liberadoras y proteger nuestra Amazonía como pulmón del mundo. *Hermanos, no nos equivoquemos: el enemigo es el mismo.
Mientras Wall Street especula, nuestros pueblos hambrean. Mientras Hollywood nos vende falsos ídolos, entierran nuestras identidades. Pero tenemos algo que ellos jamás tendrán: la certeza de que la historia la escriben los pueblos. Hoy, cuando el neoliberalismo recicla su rostro con falsas promesas, cuando la Cuarta Flota estadounidense vigila el Caribe y las bases militares se multiplican en Colombia y Brasil, es hora de gritar con una sola voz: ¡Basta de injerencia! ¡Basta de saqueo! Que resurja la UNASUR, que crezca el ALBA, que el CELAC sea nuestro escudo. Organicemos asambleas populares, redes de comunicación propia, monedas regionales, ejércitos de maestros y artistas que despierten conciencias. Porque la verdadera independencia se conquista con educación, organización y amor al prójimo. *Somos la generación que puede hacer realidad el sueño de San Martín y Manuelita Sáenz.
No esperemos a que nos rescaten: seamos nosotros la trinchera, el poema, la semilla. Que cada barrio, cada fábrica, cada aula sea un territorio libre de la Patria Grande. ¡Que viva América Latina unida! ¡Hasta la victoria siempre! Porque en nuestra unión está la fuerza, y en nuestra lucha, la libertad.
"Não tem comprovação científica, nem que tem, nem que não tem"
O decreto de expansão da PPP inclui florestas e parques federais.
Aí você vai verificar a gravidade da notícia, pra não compartilhar fakenews e sai mais confuso que entrou:
"Em nota à Lupa, a Ambipar afirmou que “não terá concessão de floresta e nem gestão territorial das áreas definidas no Protocolo de Intenções firmado com o Ministério dos Povos Indígenas” e que não atuará em projetos de comercialização de créditos de carbono nos locais previstos no documento.
A empresa disse que o documento assinado prevê a contribuição com as comunidades indígenas “por meio de sua linha de atuação em gestão ambiental e resposta a emergências, trabalhando em parceria com as comunidades, as quais já têm seus modos de atuação, para desenvolver soluções sustentáveis e alinhadas com suas necessidades e especificidades socioculturais”.
No entanto, em entrevista à CNN no dia 24 de janeiro, uma executiva da empresa havia indicado que o trabalho nas terras indígenas começaria em breve. A head de Carbon Solutions da Ambipar, Soraya Pires, disse que a empresa já havia mapeado ações prioritárias e que pretendia iniciar atividades tão logo fosse possível. “As atividades começam assim que retornarmos para nossas atividades no Brasil. Não esperaremos o plano de trabalho ser concluído, queremos que as atividades já iniciem para que ambas aconteçam em paralelo”.
O Ministério dos Povos Indígenas, que já havia classificado conteúdos publicados sobre a parceria como fake news, ressaltou que a empresa não está autorizada a atuar em territórios indígenas com base no documento e apontou erro grave quanto à área de abrangência da potencial cooperação. “A informação que circula sobre a suposta atuação da empresa em 14% do território brasileiro é equivocada e falaciosa - o número faz referência a estimativas de estudos e pesquisadores sobre a área ocupada pelo total de TIs no país”, informou a pasta.
Apesar do erro apontado pelo ministério, a Ambipar manteve seu dado, em nota à Lupa, de que, nos termos do Protocolo de Intenções, “a iniciativa visa atingir aproximadamente 1 milhão de quilômetros quadrados de territórios indígenas, ou seja, quase 14% do território brasileiro e o equivalente à soma das áreas de França e Inglaterra”.
Posteriormente, a Ambipar informou à Lupa que a empresa não está autorizada a atuar em territórios indígenas com base no documento assinado. “O fato de a Ambipar ter assinado um protocolo de intenções com o Ministério, com o MPI, é um começo de tratativas. (...) Isso não quer dizer que a empresa já pode atuar lá amanhã ou começou a atuar ontem, não é isso. (...) Sendo assim, não tem nenhum tipo de trabalho de Ambipar hoje".
lupa.uol.com.br/jornalismo/202…
Uma mulher indígena está sorrindo e olhando para um presente que está segurando. Ela está usando um vestido tradicional e um cocar de penas. Ela também está segurando uma caneca com a bandeira dos Estados Unidos. Há uma sacola de presentes e outros itens na mesa na frente dela. Atrás dela há uma janela e uma tapeçaria de parede. A legenda diz: "Hoje recebi alguns presentes da minha amiga ministra [@]secdebhalland".
―
Aqui está uma descrição de texto alternativo da imagem:
A imagem é uma captura de tela de uma postagem de mídia social de "Carlös Cesar Nishimiya". O texto da postagem alega que o ministério dos povos indígenas está infiltrado pelo imperialismo dentro do governo LULA e entregou a gestão de uma área de 1 milhão de quilômetros quadrados (14% do território nacional) para uma empresa privada chamada Ambipar. A postagem questiona o propósito de um ministério dos povos indígenas que não cuida dos índios e entrega tudo para o imperialismo.
Abaixo do texto, há uma foto de três pessoas sentadas em uma mesa. A pessoa no centro usa um cocar de penas. As três pessoas estão com as mãos juntas sobre a mesa.
Na parte inferior da imagem, há um título de um artigo do site "vozdaamazonia.org": "Ministério dos Povos Indígenas entrega gestão das terras indígenas a empresa privada - Voz da Amazônia".
Fornecido por @altbot, gerado usando Gemini
David Deccache
"Mais uma denúncia importante.
Em 27 de novembro de 2024, o Deputado Federal Pastor Henrique Vieira divulgou uma fake news cruel contra pessoas com deficiência e idosos em situação de extrema pobreza, que estavam prestes a perder o BPC sem qualquer tipo de fraude. Ele espalhou a mentira de que os atingidos seriam fraudadores. Mentira. E ele sabia que era mentira.
Passamos um ano dentro da assessoria produzindo conteúdo sobre o tema: notas técnicas, artigos, mobilizações, audiências públicas, além do envolvimento de especialistas e das maiores autoridades no assunto. Tudo registrado. Todos os parlamentares sabiam que o BPC de pessoas em miséria estava sob ataque. Estavam avisados. Em vez de defender essas pessoas, Henrique preferiu criminalizar as vítimas.
Para facilitar esse ataque, o governo e a parte mais acrítica de sua base – da qual Henrique faz parte – recorreram à tática clássica da direita: criminalizar os pobres, exatamente como faziam ao atacar o Bolsa Família.
O próprio pastor Henrique admitiu depois que se tratava de um ataque aos pobres – e não de um combate a fraudes, como ele havia divulgado.
Se alguém da direção do partido achar que estou exagerando com esta denúncia, que fique claro: exagero mesmo é ver um deputado do PSOL atacando os pobres. Minha denúncia é legítima e necessária para que isso nunca mais volte a acontecer no partido. E como vou demonstrar, esse não é um caso isolado. Na época, ajudei a desmontar essa farsa, mais um motivo da perseguição que sofri."
@austra_lopiteco
Zé Andarilho reshared this.
O tweet é do Pastor Henrique Vieira. O texto diz que o objetivo é combater fraudes e fazer ajustes em benefícios sociais. O texto também diz que haverá revisão e combate a irregularidades no Benefício de Prestação Continuada (BPC) e Bolsa Família para proteger quem realmente precisa.
Fornecido por @altbot, gerado usando Gemini
austra_lopiteco
Unknown parent • • •Esse texto é o conteúdo do link.
Eu sou bem prolixo e escrevo muito, mas nem todas as publicações aqui são minhas, muitas são compartilhadas de outras redes.
E esse perfil do Friendica é para textão que não cabe no mastodon e que eu não quero picotar em vários pedaços pra não floodar (mais do que já faço 😅)